Impacto do Aumento da Oferta de Moeda no Pleno Emprego

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Explique detalhadamente e demonstre graficamente o impacto de um aumento da oferta nominal de moeda sobre o nível de emprego, salários, produção, preços e juros, supondo que a economia esteja a pleno emprego e a demanda de moeda seja infinitamente sensível à taxa de juros.

Para responder a essa questão, é necessário considerar o equilíbrio inicial da economia. Há dois problemas de equações simultâneas que definem essa situação de equilíbrio inicial. O primeiro vem do equilíbrio geral entre demanda agregada (DA) e oferta agregada (OA), que determina o nível geral de preços na economia. O segundo vem do modelo IS-LM, que determina a taxa de juros de equilíbrio da economia.

Dessa forma, no gráfico 1, é possível ver que o nível geral de preços da economia é P1, no ponto A, determinado pela interação entre DA e OA. Dado esse nível de preços, há, no mercado de trabalho, uma determinada oferta de trabalho Ns e uma determinada demanda de trabalho Nd. Isso define o nível de emprego N1 (pleno emprego, conforme o enunciado) e o salário nominal de equilíbrio W1. Com base nesse nível de emprego, já é determinado o nível de produção nacional dessa economia, Y1.

Caso haja variações no nível de preços, isso leva a variações na demanda de trabalho, o que aumenta o nível de emprego e a produção nacional. Por isso, a curva OA é positivamente inclinada. Mas, como a economia está a pleno emprego, aumentos de preços levariam a exigências de reposição salarial, deslocando a curva OA. Dessa forma, o nível de emprego e produção dessa economia não varia por variações no nível de preços.

Por outro lado, dado o nível de preços P1, há uma determinada oferta real de moeda na economia. Esta é definida pela oferta nominal de moeda, supostamente arbitrada pelo governo, M1, dividida pelo nível de preços P1. Assim, M1/P1 é a oferta real de moeda na economia. Com base nessa oferta real de moeda, há um novo problema de equações simultâneas na economia, dado pelo equilíbrio simultâneo entre o mercado de bens e o monetário.

Como a economia está em equilíbrio, os dois mercados (de bens e monetário) também estão em equilíbrio ao nível de renda Y1. Sendo assim, há uma taxa de juros de equilíbrio que equilibra simultaneamente os dois mercados, seja i1 essa taxa de juros. Então, dada a taxa de juros i1, há um determinado montante de despesas autônomas na economia. Com base nesse montante de despesas autônomas, há um determinado montante de demanda agregada no mercado de bens, que define o nível de renda Y1 como sendo o nível de produção de equilíbrio nessa economia, ao nível de preços P1 e juros i1.

Caso haja uma variação na taxa de juros, isso leva a uma variação no volume de despesas privadas (supondo que estas sejam sensíveis aos juros), o que leva a uma variação na demanda agregada e no nível de produção/renda demandado na economia. Sendo assim, pelo ponto A, no modelo IS-LM, passa uma curva IS. Já no mercado monetário, ao nível de renda Y1, há uma demanda de moeda que, pela interação com a oferta de moeda (já definida anteriormente), determina a taxa de juros de equilíbrio no mercado monetário (por suposição, i1).

Caso haja uma variação no nível de renda de equilíbrio na economia, isso leva a uma variação na demanda de moeda na economia (supondo que tal demanda seja sensível à renda). Dada a oferta real de moeda na economia, isso levaria a uma variação na taxa de juros. Mas, como a demanda de moeda é altamente sensível aos juros, um aumento na oferta real de moeda é totalmente absorvido pela demanda de moeda. Dessa forma, pelo ponto A, no modelo IS-LM, passa uma curva LM, perfeitamente elástica, de modo que o mercado de bens e o monetário estão simultaneamente em equilíbrio.

Como a curva LM é plana, a curva DA é inelástica, pois variações de preços que levam a variações da oferta de moeda não levariam a variações de juros e despesas na economia. Sendo assim, pelo ponto A, no gráfico DA x OA, passa uma curva DA vertical.

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