Impactos Humanos no Meio Ambiente e Saúde dos Ecossistemas

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Ações Antrópicas e o Meio Ambiente

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida, cabendo ao Poder Público e à coletividade, o dever de protegê-lo para a presente e as futuras gerações” (ARTIGO 225 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA)

Como as ações antrópicas comprometem o meio ambiente e a saúde dos ecossistemas?

O Caso da Ilha de Páscoa: Um Alerta Histórico

Havia uma ilha subtropical belíssima, coberta de florestas e com as maiores palmeiras do mundo. Longe de tudo, a ilha vizinha mais próxima estava a 2000 quilômetros e o continente ficava a 3700 quilômetros. O mar que a cercava era muito frio e com poucos peixes, e o suprimento de água potável era limitado. Mas o solo era vulcânico e fértil!

E havia 25 espécies de aves marinhas que formavam imensas colônias de nidificação, além de 6 espécies de aves terrestres. Golfinhos e moluscos também eram abundantes, oferecendo uma rica base proteica para a dieta dos primeiros habitantes. É provável que os maoris (nativos que se tatuavam) chegaram a esta ilha paradisíaca em 900 d.C.

Moais e a Transformação da Ilha de Páscoa

Os moais, no centro da ilha e virados para o mar, simbolizam os primeiros maoris que chegaram na Ilha de Páscoa. E aí as coisas começaram a mudar, e muito...

As matas foram derrubadas para dar lugar a lavouras de batata-doce, inhame, taro (vocábulo de origem taitiana), coco (também chamado de cará no Brasil), bananas e cana-de-açúcar. Os troncos de palmeiras eram usados para fazer barcos e para transportar e erguer, com cordas feitas de fibras vegetais, as imensas esculturas, obras que marcavam os territórios dos 12 clãs existentes. Os ratos trazidos pelos maoris invadiram o território e foram provavelmente responsáveis, junto com a coleta e caça indiscriminada, pela extinção local de 24 das 25 espécies de aves marinhas e de todas as aves terrestres.

Super Exploração de Recursos Marinhos

Golfinhos e moluscos desapareceram como resultado da superexploração.

Em 1600, já não havia mais nenhuma árvore na ilha e, portanto, faltava combustível, madeira para fazer barcos, transportar estátuas e construir casas. A fauna também desapareceu e as colheitas diminuíram devido à erosão dos solos, perda de nutrientes e interrupção de sua ciclagem natural. Sem poder sair da ilha por falta de embarcações, o que aconteceu depois foi um pesadelo. Fome, declínio de população e até canibalismo se instalaram. Os monumentos deixaram de ser erigidos, não havia mais comida para alimentar o grupo de trabalhadores necessários para tal, e a sociedade caiu em franco declínio. Guerras se alastraram entre clãs. A partir de 1774, a população da ilha, então com apenas 2000 habitantes, sofreu com diversas epidemias de doenças trazidas pelos europeus. Os nativos também foram capturados como escravos. Ovelhas, bodes e cavalos foram introduzidos, degradando ainda mais as frágeis pastagens. E este foi o fim melancólico de toda uma cultura que floresceu na Ilha de Páscoa, Chile.

A Interconexão da Natureza: Se o Sol Apagasse?

Não haveria luz e calor. As plantas não realizariam fotossíntese e morreriam, assim como os animais que se alimentam delas. Além disso, os animais que se alimentam desses animais teriam o mesmo destino. Como você pode ver, tudo na natureza está interligado, possibilitando que uma única modificação cause uma reação em cadeia.

Desafios Ambientais do Século XXI

Poluição

A poluição tem afetado a reprodução de peixes, jacarés e ursos polares, e também de pessoas.

Quarenta e seis estados americanos proibiram o consumo de pescado local contaminado por dioxinas, e na Europa o conteúdo de dioxina no leite materno é superior ao permitido no leite de vaca. A quantidade de inseticidas espalhada em nossas plantações aumentou 26 vezes nos últimos 50 anos.

Fragmentação

Fragmentar um ambiente natural é separá-lo em ilhas e pequenas áreas entremeadas por áreas ocupadas por gente. Áreas fragmentadas não conseguem abrigar a mesma população de animais e plantas de antes, que diminuem gradualmente.

  • Quanto maior o animal, maior a área de habitat necessária.
  • Como nenhuma espécie existe isoladamente, se uma espécie desaparece, todas as espécies a elas associadas também desaparecerão.
  • Quando a população remanescente é muito pequena, ela poderá não sobreviver.

Introdução de Espécies Exóticas

A introdução de espécies na economia dos EUA causa U$123 bilhões/ano de prejuízo.

  • Danos à fauna são causados por cães e gatos domésticos e, recentemente, também por cobras.
  • Pessoas são afetadas pela introdução de cupins, abelhas, insetos-praga e vetores de doenças.
  • A tilápia do Nilo, introduzida no Lago Vitória (África), já extinguiu 200 espécies de peixes.
  • A cobra-marrom da Papua, introduzida na Ilha de Guam, eliminou 12 das 14 espécies de pássaros locais.

Esgotamento de Recursos Naturais

Nos últimos trinta anos, a humanidade usou 1/3 dos recursos mundiais em benefício próprio.

  • Cálculos mostram que em 50 anos precisaremos de um outro planeta Terra.
  • A população do 1º mundo usa 30 vezes mais recursos que a do 3º mundo.
  • Cerca de 70% dos estoques de peixe do mundo são superexplorados.
  • A quantidade de papel usada aumentou seis vezes desde 1961.
  • O consumo de água doce triplicou desde 1950 e está se tornando um recurso escasso: um bilhão de pessoas não têm acesso a água limpa.
  • Cerca de metade das plantas que germinam a cada ano no planeta são para consumo humano.

Comportamento Humano e Preservação Ambiental: Ecossistemas e Saúde

O Problema das Espécies Invasoras

Introdução > Estabelecimento > Invasão

  • Barreira Geográfica
  • Barreira Ambiental
  • Barreira de Dispersão (BELZ, 2004 / LACTEC)

Potencial Invasivo das Espécies Exóticas

  • Dinâmica populacional do invasor (número grande de descendentes, períodos juvenis curtos);
  • Capacidade de dispersão (alta taxa de reprodução e crescimento populacional);
  • Resiliência do invasor a mudanças das condições climáticas (alta plasticidade ecológica, ampla tolerância ambiental).

Vulnerabilidade do Sistema à Invasão

  • Presença de microhabitats a serem ocupados;
  • Ausência de agentes controladores (ex: predadores, competidores).

Características de uma Espécie Invasora

  • Elevado potencial reprodutivo e de dispersão.
  • Exemplo: Caramujo-gigante-africano: a cada dois meses, um caramujo põe pelo menos 200 ovos.

Nome popular: caramujo-gigante-africano;
Origem: Leste e Nordeste da África;
Introdução: no Paraná, por volta de 1988;
Motivo da introdução: alternativa viável para o escargot verdadeiro (reprodução intensa, cresce mais depressa e oferece mais carne);
Impactos: meio ambiente, agricultura e saúde pública (hospedeiro intermediário de dois vermes, presentes no interior do caramujo ou no muco). Atacam e destroem plantações de pequena agricultura, como mandioca, batata-doce, carás, feijão, amendoim, abóbora, mamão, tomate e verduras diversas.

O IBAMA possui um Plano Piloto de Ação para Controle e Monitoramento do Caramujo-Gigante-Africano.

Primavera Silenciosa

Ao ser introduzido para uso no combate a pragas, o DDT — o mais poderoso pesticida que o mundo já conhecera — terminou por mostrar que a natureza é vulnerável à intervenção humana.

A maior parte dos pesticidas é efetiva contra um ou outro tipo de insetos, mas o DDT era capaz de destruir de imediato centenas de espécies diferentes de insetos. O DDT, cujo inventor recebeu o Prêmio Nobel, tornou-se conhecido durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi usado pelas tropas americanas contra insetos causadores da malária. Ao mesmo tempo, na Europa, começou a ser usado sob a forma de pó, eficiente contra pulgas e outros pequenos insetos.

No livro Silent Spring (A Primavera Silenciosa), lançado em 1962, Rachel Carson mostrou como o DDT penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem (chegou a ser detectada a presença de DDT até no leite humano!), com o risco de causar câncer e dano genético.

A grande polêmica movida pelo instigante e provocativo livro é que não só ele expunha os perigos do DDT, mas questionava de forma eloquente a confiança cega da humanidade no progresso tecnológico. Dessa forma, o livro ajudou a abrir espaço para o movimento ambientalista que se seguiu. Juntamente com o biólogo René Dubos, Rachel Carson foi uma das pioneiras da conscientização de que os homens e os animais estão em interação constante com o meio em que vivem.

Quando o DDT se tornou disponível para uso também por civis, poucas pessoas desconfiavam do miraculoso produto, talvez apenas aquelas que eram ligadas a temas da natureza. Uma dessas pessoas foi o escritor E. W. Teale, que advertia: "Um spray que atua de forma tão indiscriminada como o DDT, pode perturbar a economia da natureza tanto quanto uma revolução perturba a economia social. Noventa por cento dos insetos são benéficos e, se são eliminados, as coisas em pouco tempo fogem do controle."

Outra dessas pessoas foi Rachel Carson, que propôs um artigo para o Reader's Digest falando sobre a série de testes que estavam sendo feitos com o DDT próximo a onde ela vivia, em Maryland. A ideia foi rejeitada.

Treze anos mais tarde, em 1958, a ideia de Rachel de escrever sobre os perigos do DDT teve um novo alento, quando ela soube da grande mortandade de pássaros em Cape Cod, causada pelas pulverizações de DDT. Porém, seu uso tinha aumentado tanto desde 1945 que Rachel não conseguiu convencer nenhuma revista a publicar sua opinião sobre os efeitos adversos do DDT.

Ainda que Rachel já fosse uma pesquisadora e escritora reconhecida, sua visão do assunto soava como uma heresia.

Então, ela decidiu abordar o assunto em um livro. A Primavera Silenciosa levou quatro anos para ser terminado. Além da penetração do DDT na cadeia alimentar e de seu acúmulo nos tecidos dos animais e do homem, Rachel mostrou que uma única aplicação de DDT em uma lavoura matava insetos durante semanas e meses e não só atingia as pragas, mas um número incontável de outras espécies, permanecendo tóxico no ambiente mesmo com sua diluição pela chuva.

Rachel concluía que o DDT e outros pesticidas prejudicavam irremediavelmente os pássaros e outros animais e deixavam contaminado todo o suprimento mundial de alimentos. O mais contundente capítulo do livro, intitulado "Uma Fábula para o Amanhã", descrevia uma cidade americana anônima na qual toda vida — desde os peixes e os pássaros até as crianças — tinha sido silenciada pelos efeitos insidiosos do DDT.

O livro causou alarme entre os leitores americanos. Como era de se esperar, provocou a indignação da indústria de pesticidas. Reações extremadas chegaram a questionar a integridade, e até a sanidade, de Rachel Carson.

Porém, além de ela estar cuidadosamente munida de evidências a seu favor, cientistas eminentes vieram em sua defesa e, quando o Presidente John Kennedy ordenou ao comitê científico de seu governo que investigasse as questões levantadas pelo livro, os relatórios apresentados foram favoráveis ao livro e à autora. Como resultado, o governo passou a supervisionar o uso do DDT, e este terminou sendo banido.

A visão sobre o uso de pesticidas foi ampliada e a conscientização do público e dos usuários começou a acontecer. Logo, já não se perguntava mais: "Será que os pesticidas podem ser realmente perigosos?", mas sim: "Quais pesticidas são perigosos?"

Então, em vez de os defensores da natureza terem de provar que os produtos eram prejudiciais, foram os fabricantes que passaram a ter a obrigação de provar que seus produtos são seguros.

A maior contribuição de A Primavera Silenciosa foi a conscientização pública de que a natureza é vulnerável à intervenção humana. Poucas pessoas até então se preocupavam com problemas de conservação, a maior parte pouco se importava se algumas ou muitas espécies estavam sendo extintas. Mas o alerta de Rachel Carson era assustador demais para ser ignorado: a contaminação de alimentos, os riscos de câncer, de alteração genética, a morte de espécies inteiras... Pela primeira vez, a necessidade de regulamentar a produção industrial de modo a proteger o meio ambiente se tornou aceita.

Espécies de plantas, animais ou microrganismos introduzidos a um ecossistema do qual não fazem parte originalmente são chamados de espécies exóticas. Se elas se adaptam, propagam e exercem dominância, prejudicando processos naturais e espécies nativas, são chamadas de espécies exóticas invasoras. Então, nem toda espécie exótica é invasora.

O mundo globalizado tem favorecido a introdução de espécies e, consequentemente, a sua homogeneização ao longo dos continentes, sendo a introdução de espécies uma das maiores causas de perda de biodiversidade no planeta.

Os impactos das introduções sobre a biota nativa podem ser imperceptíveis, sendo a espécie incorporada ao novo ambiente de tal forma que passe a ser vista como nativa, como espécies de mangueira e limoeiro, comuns nos nossos quintais. Por outro lado, esses impactos podem ser catastróficos, uma vez que essas espécies podem causar profundas alterações na estrutura dos ecossistemas ou mesmo danos econômicos.

O Instituto Horus tem cadastrado 73 espécies de plantas e 71 de animais exóticos no Brasil, embora nem todas se transformem em pragas. Um caso recente de praga terrestre é o do caramujo-gigante-africano (*Achatina fulica*), introduzido como criação para alimentação humana, que se alastrou por quase todo o Brasil, tornando-se praga agrícola, especialmente no litoral. Atacam e destroem plantações de pequena agricultura, como mandioca, batata-doce, carás, feijão, amendoim, abóbora, mamão, tomate e verduras diversas.

Uma forma de dispersão de espécies é pela navegação marítima ou de águas interiores. No Brasil, são transportados por via marítima aproximadamente 95% de todo o comércio exterior. As transferências de organismos nocivos através da água de lastro dos navios têm sido desastrosas e têm crescido alarmantemente, causando danos aos ecossistemas marinhos, prejuízos à saúde humana, como no caso do *Vibrio cholerae*, responsável por inúmeros casos de cólera no mundo, à biodiversidade, às atividades pesqueiras e de maricultura, resultando em um problema global, em virtude do impacto ecológico e econômico nos vários ecossistemas.

Dentre as espécies introduzidas através da água de lastro, duas alcançaram os ecossistemas de água doce, causando grandes danos ambientais e econômicos, tornando-se verdadeiras pragas: o mexilhão-zebra (*Dreissena polymorpha*), que se estabeleceu na região dos Grandes Lagos dos Estados Unidos, e o mexilhão-dourado (*Limnoperna fortunei*) na América do Sul, incluindo as bacias do Alto Paraguai e Alto Paraná. O efeito da incrustação do mexilhão-dourado tem sido observado em estações de captação e tratamento de água (tubulações e bombas), sistemas de resfriamento de hidrelétricas, sistemas de refrigeração de barcos, aumentando o custo de manutenção na indústria e em geradoras de energia elétrica. O mexilhão-dourado pode incrustar sobre as conchas e partes moles de bivalves e gastrópodes, eliminando as espécies nativas.

A aquacultura é uma das principais portas de entrada de espécies exóticas, podendo ser a introdução de espécies de forma intencional ou acidental. Atualmente, registram-se no Brasil por volta de 13 espécies de peixes introduzidos, sendo a maioria espécies de tilápia e carpa. A tilápia é um peixe pouco seletivo, come de tudo, desde material vegetal até outros peixes. Assim, uma espécie nativa que tenha hábitos alimentares semelhantes irá sofrer concorrência.

Peixes como o tucunaré (*Cichla* sp.) e o tambaqui (*Colossoma macropomum*), originários da bacia Amazônica, também foram introduzidos no Pantanal e, juntamente com o mexilhão-dourado, podem alterar a estrutura das comunidades de peixes no Pantanal.

É preciso alertar para o perigo da introdução de espécies, as quais podem passar despercebidas ou causar grandes impactos ambientais e econômicos. As soluções para erradicação e controle de espécies introduzidas não devem nunca passar pela introdução de outra espécie como controladora. E a principal forma de combater a introdução indesejável de espécies é a conscientização da população, que é o principal vetor na disseminação de espécies, principalmente para uso ornamental ou cultivo.

  • 1) As espécies são intencionalmente introduzidas. Nesse caso, um amplo estudo de manejo da espécie deve ser realizado antes de sua introdução, a fim de se evitar um futuro descontrole. Como exemplos de espécies intencionalmente introduzidas, temos plantas para agricultura e pastagem, plantas ornamentais, e a introdução de organismos para controle biológico, etc.
  • 2) As espécies são intencionalmente introduzidas apenas no cativeiro, porém fogem para o meio ambiente. Nesse caso, o manejo da espécie também é a melhor solução. Como exemplos, temos: animais que fogem de zoológicos; plantas que se dispersam para fora de jardins botânicos; animais que vivem em cativeiro em fazendas; etc.
  • 3) Introduções acidentais. Nesse caso, não existe controle na introdução da espécie; a melhor maneira de solucionar o problema é a detecção rápida da dispersão da espécie. Como exemplos, temos as diversas formas com que as sementes de plantas se dispersam (por exemplo, pelas fezes de pássaros); animais (especialmente insetos) que viajam escondidos em veículos automotores, navios, aviões; etc.

O fato é que, hoje em dia, essas espécies invasoras representam um grande risco à biodiversidade no planeta.

Isso acontece porque, em muitos casos, a chegada de espécies exóticas invasoras a um determinado habitat altera o equilíbrio ecológico local. Muitas dessas espécies, por possuírem determinadas características — como ciclo reprodutivo rápido, baixa demanda nutricional, parasitismo, etc. — acabam por se tornar pragas, crescendo e multiplicando rapidamente e alocando recursos que antes eram suficientes para o bem-estar de todas as espécies naquele habitat. Esse desequilíbrio no habitat geralmente tem graves consequências, especialmente para as espécies nativas do habitat, que podem morrer e, se forem específicas daquela região, podem ser extintas.

Conceitos Fundamentais em Ecologia

Definições: Espécies Exóticas e Invasoras

Define-se “espécie exótica” uma espécie que ocorre fora de sua área original de distribuição; e “espécie exótica invasora” uma espécie que ameaça ecossistemas, habitats ou outras espécies.

Ecossistema: Interação e Equilíbrio

No ecossistema, o conjunto dos seres vivos interage entre si e com o meio natural de maneira equilibrada, através da ciclagem da matéria e do uso eficiente da energia solar.

Sempre constituído por um fator biótico e outro abiótico:

  • Fator Biótico: representado pelos seres vivos e que também pode ser chamado de biocenose ou biota. Ex: fungos, animais, plantas, protozoários, bactérias, vírus.
  • Fator Abiótico: também chamado de biótopo, é representado por todos os elementos necessários para as atividades dos seres vivos, como a água, o solo, as rochas, a temperatura, a luz, os minerais, umidade, vento, pH, etc.

O conceito de bioma é usado para determinar um grande ecossistema regional ou subcontinental, definido por um tipo principal de vegetação e paisagens características.

Habitat: O Endereço da Espécie

Local ocupado pela espécie e é onde ela encontra tudo que necessita para sua sobrevivência. O habitat é chamado de “endereço” da espécie.

Homeostase: Equilíbrio Dinâmico dos Ecossistemas

Característica fundamental dos ecossistemas, ou seja, é o estado de equilíbrio dinâmico por meio de mecanismos de autorregulação, os quais entram em ação assim que ocorre qualquer mudança.

População: Organismos da Mesma Espécie

Conjunto de organismos da mesma espécie que ocupam uma determinada área na mesma unidade de tempo.

Comunidade: Conjunto de Populações

Em um ecossistema, encontramos a comunidade, que é denominada como o conjunto de todas as populações presentes em uma determinada região.

Biosfera ou Ecosfera: A Porção do Planeta com Vida

Conjunto de todas as comunidades do planeta e seus respectivos ecossistemas, ou seja, a Biosfera ou Ecosfera é definida como a porção do planeta que contém vida.

Resiliência: Recuperação do Ecossistema

Capacidade de um ecossistema se recuperar após sofrer um desequilíbrio.

Cadeia Alimentar: Produtores, Consumidores e Decompositores

Em uma cadeia alimentar, encontramos seres:

  • Produtores;
  • Consumidores;
  • Decompositores.

Consumidores Primários

São todos os herbívoros, que no caso dos ecossistemas terrestres tratam-se de insetos, roedores, aves e ruminantes.

Consumidores Secundários

Alimentam-se diretamente dos consumidores primários (herbívoros). São formados principalmente por carnívoros de pequeno porte.

Consumidores Terciários

Tratam-se de consumidores de porte maior que se alimentam dos consumidores secundários.

Decompositores

Aqui, como no caso dos ecossistemas aquáticos, esta categoria não pertence nem à fauna nem à flora, sendo composta por fungos e bactérias.

Pirâmides de Energia: Fluxo Decrescente

As pirâmides de energia representam a energia disponível em cada nível trófico da cadeia alimentar.

Em geral, um certo elo da cadeia transfere para o elo seguinte apenas cerca de 10% da energia útil que recebeu. Ou seja, a energia apresenta um fluxo decrescente ao longo da cadeia alimentar, e quanto mais distante o nível trófico estiver dos produtores, menor será a disponibilidade de energia que ele recebe. É por isso que as cadeias alimentares, em geral, não possuem mais do que 4 ou 5 níveis tróficos.

Níveis Tróficos: Transferência de Energia

Um certo elo da cadeia transfere para o elo seguinte apenas cerca de 10% da energia útil que recebeu. Ou seja, a energia apresenta um fluxo decrescente ao longo da cadeia alimentar. Quanto mais distante o nível trófico estiver dos produtores, menor será a disponibilidade de energia que este recebeu.

Pirâmide Ecológica: Níveis de Energia

  • Primeiro NT: Produtores
  • Segundo NT: Herbívoros
  • Terceiro NT: Carnívoros 1
  • Quarto NT: Carnívoros 2 ou Onívoros

Cadeias Alimentares: Níveis Tróficos Detalhados

Os produtores estão colocados no 1º nível trófico. Os consumidores primários, que se alimentam dos produtores, são herbívoros e constituem o 2º nível trófico. Os consumidores secundários compõem o 3º nível trófico, sendo os carnívoros. Após esses, existe o 4º nível trófico e assim por diante. Os decompositores ocupam sempre o último nível da transferência de energia, formando um grupo especial que degrada tanto produtores quanto consumidores.

Perguntas e Respostas

1. O que são espécies exóticas? Cite 4 espécies exóticas evidenciadas na Ilha de Páscoa.

Espécies exóticas são espécies animais ou vegetais que se instalam em locais onde não são naturalmente encontradas. As maneiras pelas quais essas espécies chegam e se instalam nessas novas localidades são diversas. Sabe-se, por exemplo, que habitats alterados pelo homem e climas quentes são mais propensos à instalação de espécies exóticas do que habitats conservados.

Espécies exóticas evidenciadas no texto:

  • Caramujo-gigante-africano
  • Javali
  • Mexilhão-dourado (*Limnoperna fortunei*)
  • Tucunaré (*Cichla* sp.)

2. Cite os tipos de introdução das espécies exóticas.

  • Intencional
  • Acidental

3. Qual o maior agravante dos processos de invasão, em comparação a outros problemas ambientais?

Os maiores agravantes dos processos de invasão incluem:

  • Degradação ambiental;
  • Ruptura da comunidade (descontinuidade);
  • Degradação genética;
  • Introdução de parasitas e doenças;
  • Efeitos socioeconômicos.

4. O que as pesquisas de Rachel Carson evidenciaram em relação ao DDT e que deu nome ao seu livro?

As pesquisas de Rachel Carson evidenciaram que o DDT (diclorodifeniltricloroetano), o mais poderoso pesticida que o mundo já conhecera, mostrava que a natureza é vulnerável à intervenção humana. Embora a maior parte dos pesticidas seja efetiva contra um ou outro tipo de insetos, o DDT era capaz de destruir de imediato centenas de espécies diferentes de insetos. Além disso, causava a diminuição da espessura das cascas de ovos, resultando em problemas reprodutivos e na morte dos pássaros.

Seu testemunho em favor da beleza e da integridade da vida continua inspirando novas gerações a lutar pela preservação do mundo vivo e de todas as suas criaturas. A visão sobre o uso de pesticidas foi ampliada e a conscientização do público e dos usuários começou a acontecer. A maior contribuição foi a conscientização pública de que a natureza é vulnerável à intervenção humana. O livro Primavera Silenciosa, uma das obras mais importantes do século XX, fez o primeiro alerta mundial sobre os efeitos nocivos do uso de agrotóxicos e questionou os rumos da relação entre o homem e a natureza.

5. Na seguinte cadeia alimentar: capim – inseto – pássaro – cobra – gavião

a) Identifique a função de cada elemento na cadeia.

  • Capim: São os vegetais autotróficos, clorofilados que, através da fotossíntese, fixam a energia luminosa, utilizam substâncias inorgânicas simples (água e gás carbônico), transformando-as em substâncias orgânicas complexas (glicose, amido).
  • Inseto: São os organismos que se alimentam dos produtores; são heterotróficos e geralmente herbívoros. Os insetos têm inúmeras funções no ecossistema mundial. Seu papel intermediário na cadeia alimentar inclui serem "lixeiros" que comem seres em decomposição (larvas são filhas de insetos), "jardineiros" que podam e controlam a superpopulação de plantas, etc., além de serem comidos por outros animais, principalmente répteis e pássaros. Outra função principal é a de "alcoviteiro da natureza", ou seja, elemento polinizador das plantas. A reprodução entre as plantas se dá através do transporte do pólen pelos pássaros, outros animais e, principalmente (80%), pelos insetos. Uma densa floresta que tiver seus insetos erradicados fatalmente morrerá. Para o controle e a sobrevivência do próprio ecossistema, existem os insetos.
  • Pássaro: Tem uma importância muito grande na natureza e no ecossistema. Pássaros comem larvas de lagartas, controlando a natureza; também comem pequenos insetos prejudiciais a frutas, verduras e plantas; comem ratos, ratazanas e pequenos animais peçonhentos; e transportam sementes de árvores e plantas.
  • Cobra: As cobras têm a função de comer insetos que prejudicam a natureza e a vida humana, além de fornecer o soro antiofídico, que serve para combater os efeitos da própria picada. Produzem várias espécies de vacinas, e o conhecido Captopril, que controla a pressão arterial alta, é feito com veneno da jararaca.
  • Gavião: É o predador terciário que encerra a cadeia alimentar.

Os decompositores são seres que se alimentam de matéria morta e excrementos. Eles possuem uma função muito importante dentro do ecossistema, pois transformam as substâncias orgânicas em substâncias minerais, que servirão novamente de nutrientes para os produtores, como as plantas verdes.

b) Identifique os níveis tróficos de cada elemento.

  • Capim: Produtor (1º nível trófico)
  • Inseto: Consumidor primário (2º nível trófico)
  • Pássaro: Consumidor secundário (3º nível trófico)
  • Cobra: Consumidor terciário (4º nível trófico)
  • Gavião: Consumidor quaternário (5º nível trófico)

6. Em que elemento da cadeia ocorrerá a maior concentração de DDT? Justifique a sua resposta.

O DDT acumula-se na cadeia alimentar. Uma vez que os animais são contaminados e depois ingeridos pelos seus predadores, estes absorvem indiretamente o DDT. Como os predadores se alimentam de várias presas, acumulam muito DDT. Como resultado, o DDT pode causar uma maior mortalidade para os predadores naturais de uma determinada praga do que para a própria praga. Isso pode causar um aumento descontrolado da praga devido à ausência de predadores. O DDT pode estar presente em níveis aceitáveis em um lago, mas pode ser acumulado em plantas e peixes de consumo humano devido à bioacumulação ao longo da cadeia alimentar. Assim, os peixes de consumo humano podem apresentar uma concentração elevada de DDT que pode ser tóxica para o homem.

Na cadeia alimentar apresentada (capim – inseto – pássaro – cobra – gavião), a maior concentração de DDT ocorrerá no gavião. Isso acontece porque o DDT é lipossolúvel (solúvel em gordura) e bioacumulativo, ou seja, ele se acumula nos tecidos dos organismos e sua concentração aumenta à medida que se sobe nos níveis tróficos da cadeia alimentar.

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