Sistema Imune e Hemostasia: Mecanismos de Defesa do Corpo

Classificado em Biologia

Escrito em em português com um tamanho de 11,02 KB

Células de Defesa: Mecanismos de Ação

  • Destruição efetiva dos agentes invasores por processos de fagocitose;
  • Formação de anticorpos e linfócitos sensibilizados que, isoladamente ou em conjunto, podem destruir os agentes invasores.

Origem e Atuação das Células de Defesa

  • Sintetizados, em parte, pela medula óssea (granulócitos, monócitos e alguns linfócitos) e, em parte, no tecido linfoide (linfócitos e plasmócitos);
  • Depois de formados, são encaminhados, por via sanguínea, às áreas onde devem atuar (tecido alvo de invasão por agentes infecciosos);
  • São células que agem especificamente em áreas de inflamação grave, efetuando uma defesa rápida e potente contra qualquer tipo de agente infeccioso.

Granulócitos

  • Granulócitos: Permanecem de 4 a 8 horas no sangue e mais 4 a 5 dias em nível tecidual;
  • Neutrófilos: Previnem ou limitam infecções via fagocitose de elementos estranhos (bactérias).
  • Basófilos: Contêm histamina; parte integral das reações de hipersensibilidade.
  • Eosinófilos: Envolvidos em reações alérgicas. Liberam histaminase. Digere elementos estranhos.

Agranulócitos: Linfócitos e Monócitos

Linfócito T
  • Responsável pela imunidade celular.
  • Rejeição de tecidos estranhos.
  • Destruição de células tumorais.
Linfócito B
  • Responsável pela imunidade humoral.
  • Muitas diferenciam-se em plasmócitos.
  • Secretam anticorpos (Imunoglobulinas).

Linfócitos: Permanecem algumas horas no sistema circulatório e até meses ou anos em ciclo sanguíneo-linfático.

Monócitos
  • Diferenciam-se em macrófagos.
  • Altamente fagocitários (fungos, vírus).

Monócitos: Permanecem de 10 a 20 horas em ambiente sanguíneo e até meses ou anos nos tecidos, em forma de macrófago.

Produção de Células de Defesa

  • Os granulócitos e monócitos são produzidos pela linhagem mielocítica, a partir do mieloblasto, na medula óssea.
  • Os linfócitos e plasmócitos são produzidos pela linhagem linfocítica, a partir do linfoblasto, nos órgãos linfogênicos.

Barreiras de Defesa e Fagocitose

Principais Células de Defesa contra Bactérias e Vírus

  • Neutrófilos: maduros e ativos na corrente sanguínea.
  • Monócitos: imaturos e com atividade fagocitária reduzida a nível sanguíneo, ativos nos tecidos (Macrófagos).

Eventos Básicos na Ativação e Encaminhamento

  • Diapedese: difusão dos leucócitos pelas fenestras dos capilares;
  • Movimentos Ameboides: locomoção por formação de pseudópodes a nível tecidual (ausência de fluidos de transporte);
  • Quimiotaxia: liberação de mediadores químicos que levam o deslocamento dos leucócitos às áreas corretas de ação fagocitária ou postura de guarda.

Fagocitose

  • Método de defesa de neutrófilos e macrófagos (fagócitos profissionais);
  • Engolfamento de patógenos por formação de pseudópodes envolventes;
  • Processos de identificação de partículas a serem englobadas:
    • Verificação de superfícies ásperas;
    • Ausência de revestimento proteico repelente de fagócitos;
    • Associação com o sistema imune.
Fagocitose por Neutrófilos
  • Aproximação e fixação;
  • Lançamento de pseudópodes;
  • Formação de uma câmara membranosa (Fagossoma);
  • Digestão por enzimas hidrolíticas;
  • Capacidade de englobamento: 5 a 20 bactérias.
Fagocitose por Macrófagos
  • Células formadas a nível tecidual;
  • Muito mais eficazes que neutrófilos;
  • Capacidade de englobamento: 100 bactérias sem serem inativados;
  • Exocitose de produtos residuais;
  • Poder de englobamento de patógenos malarianos e eritrócitos.
Digestão Enzimática das Partículas Engolfadas
  • Encaminhamento de lisossomos e grânulos citoplasmáticos contendo enzimas hidrolíticas e bactericidas ao fagossoma;
  • Fusão das membranas do fagossoma e do lisossomo ou grânulo;
  • Formação da vesícula digestiva;
  • Digestão das partículas.
Capacidade de Neutrófilos e Macrófagos em Matar Bactérias
  • Agentes oxidantes sintetizados por enzimas na membrana do fagossoma ou peroxissoma (superóxido, peróxido de hidrogênio, íons hidroxila);
  • Hipoclorito de sódio;
  • Óxido Nítrico.

Imunidade

Tipos de Imunidade

  1. Imunidade Humoral ou das Células B: Quando o corpo elabora anticorpos circulantes (IMUNOGLOBULINAS) que atacam o agente invasor.
  2. Imunidade Mediada por Células ou das Células T: Ocorre com a formação de grande número de linfócitos ativados que são elaborados para destruir o agente invasor.

Definições Importantes

  • Antígenos: Proteínas ou grandes polissacarídeos que iniciam a imunidade adquirida.
  • Linfócitos: Localizam-se nos linfonodos, baço, áreas submucosas do tubo gastrointestinal e medula óssea.
  • Linfócitos T ou Tímicos: São pré-processados no Timo antes do nascimento e durante alguns meses após o nascimento.
  • Linfócitos B ou Bursais: São pré-processados no fígado na vida fetal e na medula óssea no período fetal e após o nascimento.
  • Anticorpo: São gamaglobulinas designadas como imunoglobulinas. Cada anticorpo é específico para um antígeno particular.

Inativação do Agente Invasor

  1. Aglutinação: Quando um número variável de grandes partículas com antígenos em sua superfície, como bactérias ou hemácias, são unidas em massas aglomeradas.
  2. Precipitação: Quando o complexo molecular de antígeno solúvel (Ex: toxina tetânica) e um anticorpo fica tão grande que se torna insolúvel e se precipita.
  3. Neutralização: Quando os anticorpos cobrem os locais tóxicos do agente antigênico.
  4. Lise: Quando alguns anticorpos causam a ruptura da célula.

Hemostasia: Prevenção da Perda de Sangue

Plaquetas (Trombócitos)

Plaquetas são fragmentos celulares, denominados trombócitos, presentes no sangue de mamíferos, tendo origem a partir de células da medula óssea (megacariócitos).

Função das Plaquetas

  • Formação de coágulos, auxiliando de forma indireta na defesa do organismo. Na região de um ferimento, as plaquetas liberam a enzima tromboplastina-quinase, que desencadeia a coagulação.

Tempo de Vida das Plaquetas

  • Varia de 9 a 10 dias, sendo após este período recolhidas e direcionadas ao baço, onde serão degeneradas.

Concentração de Plaquetas

  • 150.000 a 400.000 plaquetas/mm³ de sangue, 1% do volume do sangue.

Estágios da Hemostasia

  • Hemostasia Primária: Ocorre vasoconstrição local, adesão e agregação plaquetária e formação de tampão plaquetário inicial.
  • Hemostasia Secundária: São reações em cascata cujo final é a formação de fibrina a partir do fibrinogênio, que confere estabilidade ao coágulo.
  • Hemostasia Terciária (Fibrinólise): É ativada na mesma ocasião da coagulação; a plasmina atua degradando a fibrina e desfazendo o coágulo formado.

Etapas da Hemostasia

  1. Espasmo Vascular: Imediatamente após a ruptura ou o corte de um vaso sanguíneo, ocorre vasoconstrição (contração) do vaso sanguíneo lesado.
  2. Formação de Tampão Plaquetário: Acúmulo de plaquetas para formar um tampão plaquetário no vaso lesado (adesividade das plaquetas no local da lesão e aderência das plaquetas entre si).
  3. Coagulação Sanguínea: Substâncias ativadoras provenientes tanto da parede vascular traumatizada quanto das plaquetas (a enzima tromboplastina) dão início a uma complexa rede de reações químicas em cascata que, na presença de íons cálcio, culmina na conversão da proteína plasmática protrombina em enzima ativa trombina. A trombina, por sua vez, converte o fibrinogênio em fibrina, que forma uma rede de filamentos que retém plaquetas, células sanguíneas e plasma, formando o coágulo. A síntese de alguns fatores de coagulação (como protrombina) ocorre no fígado e é dependente de vitamina K, cuja deficiência pode provocar hemorragias. De forma semelhante, para a conversão de protrombina em trombina é necessária a presença de íons cálcio.
  4. Regeneração: Crescimento de tecidos fibrosos no coágulo sanguíneo para obturar o orifício do vaso.

Cofatores da Coagulação

  • Cálcio: Age mediando a ligação dos Fatores IXa e Xa junto às plaquetas através da ligação terminal dos resíduos gama-carboxi dos fatores IXa e Xa junto aos fosfolipídios da membrana das plaquetas. O cálcio também está presente em vários pontos da cascata da coagulação.
  • Vitamina K: Adiciona um carboxil ao ácido glutâmico residual dos fatores II, VII, IX e X e também às proteínas C, S e Z.

Hemostasia Secundária

  • Via Intrínseca: (Via da ativação de contato)
  • Via Extrínseca: (Via do fator tecidual)

Ambas as vias se juntam para a formação do coágulo.

Formação da Trombina

O ponto comum entre as duas vias é a ativação do fator X em fator Xa. Por sua vez, o Fator Xa converte a protrombina em trombina. A trombina tem várias funções:

  • A principal é a conversão do fibrinogênio em fibrina. O fibrinogênio é uma molécula constituída por dois pares de três cadeias diferentes de polipeptídeos.
  • A trombina converte o fibrinogênio em monômeros de fibrina e ativa o fator XIII.
  • Por sua vez, o fator XIIIa liga de forma cruzada a fibrina à fibronectina e esta ao colágeno.
  • Ativação dos fatores VIII e V e seus inibidores, a proteína C (na presença de trombomodulina).
  • Ativação do Fator XIII.

Hemostasia Terciária: Fibrinólise

É uma resposta ao depósito de fibrina formado no organismo de um indivíduo. O plasminogênio liberado pelas células endoteliais é ativado em plasmina, cuja função é degradar a fibrina formada.

Entradas relacionadas: