Imunologia Clínica: Reações de Hipersensibilidade e Imunodeficiências

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Hipersensibilidade

Quais são as células que atuam na hipersensibilidade celular?

Células T: citotóxicas, auxiliares, supressoras, de memória e produtoras de citocinas.

O que é citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC)?

É uma reação de hipersensibilidade humoral tipo II que resulta em lise da célula-alvo mediada por anticorpos contra antígenos da superfície celular.

Etiopatogenia da ADCC:

Ativação de linfócitos B diretamente pelo antígeno de membrana celular ou via apresentação por linfócitos T auxiliares, levando à formação de plasmócitos e à liberação de IgM e IgG específicos para esse epítopo. Isso resulta na adesão antígeno-anticorpo (AG-AC) e lise sequencial da célula/superfície.

Qual o quadro clínico da doença por imunocomplexos?

Febre, adenoesplenomegalia, erupção cutânea, dor articular.

Prática: Reações Transfusionais

Esquematize ou descreva a etiopatogenia da reação transfusional em um indivíduo do tipo sanguíneo B que recebe sangue tipo A.

Um indivíduo do tipo sanguíneo B possui em suas hemácias o antígeno B e, em seu soro, o anticorpo anti-A. Assim, se ele receber sangue tipo A, que possui o antígeno A em suas hemácias, ocorrerá uma reação citotóxica celular dependente de anticorpo (ADCC). Os anticorpos anti-A do receptor se ligarão aos antígenos A das hemácias do doador. Essa ligação ativa células líticas (como neutrófilos e células NK) que liberam grânulos, destruindo a membrana celular e causando a lise das hemácias. Isso leva à liberação de substâncias citotóxicas, provocando lesão tecidual.

Imunodeficiências

Qual a primeira célula da resposta imunológica mais frequentemente comprometida pelo HIV?

Células CD4+, principalmente linfócitos T auxiliares (Th1).

Qual o mecanismo de comprometimento de tal célula?

O HIV possui tropismo por linfócitos T CD4+ (principalmente Th1).

Qual o quadro clínico da deficiência de IgA?

Maioria dos casos é assintomática.

Casos sintomáticos incluem:

  • Infecções de repetição em mucosas:
    • Vias aéreas superiores
    • Trato digestivo: enterovírus, enterobactérias, giardíase de repetição
  • Alergias respiratórias tipo I (asma, rinite alérgica, alergia ao leite de vaca)
  • Doenças autoimunes (com produção de imunoglobulinas anômalas em vez de IgA)

Exames para avaliação da imunidade celular:

  • Leucograma
  • Testes cutâneos de hipersensibilidade tardia (PPD, candidina, estreptoquinase, tricofitina)
  • Contagem de linfócitos T (CD4+, CD8+ e relação CD4/CD8)

Exames para avaliação da resposta humoral:

  • Níveis de imunoglobulinas séricas (IgM, IgG e IgA)
  • Títulos de iso-hemaglutininas
  • Teste de Schick

Função de exames específicos:

  1. Iso-hemaglutininas:
  2. Teste de Schick: Verifica a presença de IgG antidiftérica circulante no organismo.
  3. Contagem de linfócitos CD3:
  4. PPD (Derivado Proteico Purificado): Teste intradérmico de leitura tardia que avalia a imunidade celular para tuberculose.

Questões sobre Hipogamaglobulinemia:

a) O que é hipogamaglobulinemia transitória do lactente?

Trata-se de um atraso na produção de imunoglobulinas no início da vida.

b) Qual é o tratamento para agamaglobulinemia congênita?

A conduta é a administração de gamaglobulina intravenosa (EV) ou intramuscular (IM).

Diferenças entre Hipogamaglobulinemia Transitória da Infância e Agamaglobulinemia Congênita de Bruton:

Hipogamaglobulinemia Transitória da Infância

  • Diagnóstico: Níveis baixos de imunoglobulinas e contagem de linfócitos B normal.
  • Conduta: Combate a infecções com antibioticoterapia, reservando a administração de imunoglobulinas (Ig) para casos graves.

Agamaglobulinemia Congênita de Bruton

  • Diagnóstico: Níveis baixos de imunoglobulinas e contagem de linfócitos B baixos.
  • Conduta: Administração de gamaglobulina intravenosa (EV) ou intramuscular (IM).

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