Imunologia: Conceitos e Células
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O que são Imunógenos?
São substâncias simples ou complexas que são capazes de se ligar a componentes do **sistema imune**, ativando assim uma resposta imune específica.
O que são Antígenos?
São estruturas moleculares que interagem com **anticorpos** (reconhecimento). Estas estruturas, apesar de reconhecidas, nem sempre provocam uma resposta do sistema imune.
Mosaico Antigênico
Quando o microorganismo é capaz de gerar uma resposta policlonal contra vários epítopos próprios da estrutura bacteriana e seus produtos de secreções, como é o caso das bactérias extracelulares capazes de produzir exotoxinas que devem ser neutralizadas por anticorpos (Ac) específicos.
Células NK
As **Células NK** (*Natural Killer Cell*) são um tipo de linfócitos (glóbulos brancos responsáveis pela defesa específica do organismo). Têm um papel importante no combate a infecções virais e células tumorais. Identificadas pela primeira vez em 1975, foram rotuladas de "Exterminadoras Naturais" (*Natural Killer*), pela sua atividade citotóxica contra células tumorais de diferentes linhagens, sem a necessidade de reconhecimento prévio de um antígeno específico, contrariamente ao funcionamento dos linfócitos T.
Linfócito T Citotóxico
O **Linfócito T citotóxico (LTC)** ou **Linfócito T *Killer*** é um linfócito estimulado pela timosina (por isso chamado de timo-dependente) para desenvolver a capacidade de matar células que exibem antígenos específicos identificados como ameaças ao corpo por outras células do sistema imune.
Antígenos são exibidos por células tumorais, por células infectadas por vírus e por algumas bactérias ou por células danificadas de outra maneira. No caso de doenças autoimunes, o LTC pode acabar destruindo células saudáveis. As próprias células infectadas utilizam parte do patógeno para "avisar que precisam ser destruídas". Elas apresentam os antígenos em sua superfície externa usando uma estrutura chamada **MHC tipo I**.
Quando são expostos a células infectadas ou disfuncionais, os LTC libertam citotoxinas como **perforina**, **granzima** e **granulisina**. Através da ação da perforina, as granzimas e granulisinas entram no citoplasma da célula-alvo e desencadeiam uma cascata de eventos que eventualmente causam apoptose (morte celular programada). A afinidade dos receptores CD8+ com o MHC tipo I mantém as células ligadas durante a ativação dos antígenos.
Linfócitos T4 *Helper* (Auxiliares)
Os **Linfócitos T4 *Helper* (Auxiliares)** são glóbulos brancos que atuam no sistema imunológico. São um dos principais tipos celulares do sistema imunológico pois, após a fagocitose realizada pelos Macrófagos, identificam, na membrana dessas células, o antígeno. Podem dessa maneira ativar a defesa específica do corpo.
Os Linfócitos T4 são as células atingidas pelo vírus **HIV**, causador da **AIDS**, por isso a doença torna o organismo vulnerável a infecções oportunistas. O vírus HIV invade essas células pois possuem à sua superfície CD4, que se vai ligar à GP-120 deste vírus.
Colostro
O **colostro** é um líquido amarelado produzido três meses antes do parto e liberado imediatamente no momento em que o neonato suga o mamilo da mãe. No momento em que ele suga pela primeira vez o peito, um impulso elétrico vai para a hipófise, estimulando a produção de **oxitocina**, um hormônio que estimula a produção de leite pelas células lactóforas. No intervalo das mamadas, a hipófise ainda é responsável pela produção de **prolactina**, que permite que essas células lactóforas se "abram", soltando o leite nos ductos lactantes. Depois desse trabalho hormonal sincronizado, esse primeiro leite é transmitido ao neonato. Um leite rico em **imunoglobulinas A (IgA)** e fatores complementares, o colostro auxilia o neonato, que não está com todos os fatores da imunidade inata amadurecidos.
Ora, isso é óbvio se pensarmos um pouco! O nosso neonato não está com a acidez do estômago estabelecida, logo o PH do suco estomacal não pode auxiliar nesse momento as bactérias que entram pelas vias digestivas. O estômago do neonato também não está preparado, com a flora bacteriana estabelecida, e a flora intestinal é vital para a imunidade, já que essa flora normal é responsável pela competição com bactérias e fungos que podem por ventura querer se instalar no sistema digestório do nosso bebê.
Então, naquele colostro rico em imunoglobulinas e fatores complementares está a chave para a criação da imunidade madura do nosso animal. As imunoglobulinas presentes no leite se fixarão no trato digestório e no trato respiratório do neonato, principalmente. Além disso, o colostro também é rico em **lactobacilos**, que migrarão para os intestinos auxiliando nos fatores de imunidade inata.
É importante ressaltar que à medida que as horas passam, o nosso neonato vai perdendo a capacidade de absorver as imunoglobulinas passadas através do colostro. Isso porque a permeabilidade do intestino vai diminuindo a partir das 24 horas após o nascimento, e impedindo a absorção de moléculas grandes, como anticorpos. Esse fenômeno é chamado de **fechamento intestinal**.
Tipos de Hipersensibilidade
Hipersensibilidade do tipo I
Os anticorpos reagem rápida e imediatamente à presença do antígeno; essa reação provoca a ativação dos mastócitos, com liberação da histamina e de outras enzimas vasoativas, provocando vasodilatação e exsudação. São reconhecidas duas formas de hipersensibilidade do tipo I:
- Imediata: Cerca de 15 a 30 minutos após o contato com o antígeno, em que vemos as alterações anteriormente citadas.
- Tardia: Observada 6 a 8 horas após o contato com o antígeno, sendo caracterizada pela exsudação celular, principalmente de basófilos, eosinófilos, monócitos etc.
O **choque anafilático** é um exemplo de hipersensibilidade do tipo I imediata.
Hipersensibilidade do tipo III
Originada do complexo formado pelo antígeno e o anticorpo quando estão ligados. Esse complexo pode originar reações teciduais por ativar o **sistema complemento**, fazendo que se acione o seu mecanismo de cascata.
- Forma localizada: Exemplo: reação de Arthus.
A reação de hipersensibilidade tipo III pode ser induzida experimentalmente na pele, pela injeção subcutânea do antígeno (reação de Arthus).
Célula Apresentadora de Antígeno
- Uma **célula apresentadora de antígeno** ou **APC** é uma célula que apresenta antígenos formando um complexo com o MHC em sua superfície. As células T podem reconhecer este complexo utilizando seu receptor de células T.
- Grupo heterogêneo de células imunocompetentes que mediam a resposta imune celular por processamento e apresentação de antígenos para as células T. Entre as células tradicionais que apresentam antígenos estão os **MACRÓFAGOS**, **CÉLULAS DENDRÍTICAS**, **CÉLULAS DE LANGERHANS** e **LINFÓCITOS B**. As **CÉLULAS DENDRÍTRICAS FOLICULARES** não são células apresentadoras de antígeno tradicionais, mas são consideradas por alguns autores por manterem antígenos na superfície celular em forma de **COMPLEXOS IMUNES** para reconhecimento por células B.
Sistema Imune Adquirido
O conjunto de células que realiza esse combate individualizado forma o chamado **sistema imunitário**. É a imunidade fornecida pelos macrófagos (células fagocitárias); pela pele, que é uma barreira de proteção contra microorganismos invasores; por substâncias químicas presentes no corpo (na pele principalmente); pelo sistema complemento (um complexo de proteínas que atuam na imunidade).
O nosso sistema imune possui células de memória que se lembram do contato com determinado invasor e adquire mecanismos de defesa contra ele nos possíveis contatos posteriores. Essas reações serão mais rápidas e eficientes. É o princípio das vacinas. Existem reforços para a diminuição da ação dessas células de memória.
Vacinas Replicativas
São vacinas que contêm o vírus viável (vivo, replicativo) e, por isso, proporcionam a replicação do agente no organismo hospedeiro, resultando na amplificação viral e no aumento da quantidade de antígeno que é apresentada ao sistema imunológico. Essas vacinas comportam-se de modo semelhante ao vírus em infecções naturais. Os vírus vivos podem ser utilizados como vacinas em diferentes apresentações.
Timo
Em termos fisiológicos, o **timo** elabora uma substância, a **timosina**, que mantém e promove a maturação de linfócitos e órgãos linfoides como o baço e linfonodos. O timo é o órgão responsável pela maturação de linfócitos T, e durante este processo são formados linfócitos em diferentes estágios de maturação que podem ser identificados fenotipicamente, entre eles os CD4-CD8-, CD4+CD8+, CD4+CD8- e CD4-CD8+. O resultado da maturação tímica é a formação de linfócitos TCD4 e TCD8 maduros (95% dos linfócitos emigrantes) e outras subpopulações especializadas. O processo de maturação tímica envolve diferentes vias de sinalização bem caracterizadas e nos últimos anos tem sido sugerido o envolvimento da via de sinalização *Notch*.
Adjuvante
**Adjuvante** é toda matéria prima adicionada à forma farmacêutica que vai favorecer as características organolépticas do medicamento, ou seja, é o excipiente com função a nível das características organolépticas do medicamento, é o excipiente que serve para dar sabor, cheiro ou cor. Permite absorção mais fácil ou facilita ação. São substâncias ou preparações que podem incrementar a atividade da substância ativa.
Também é dito por tudo aquilo que auxilia alguma coisa.