Independência dos EUA e Revolução Francesa: Causas e Consequências
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A Riqueza das Nações e a Independência Americana
A obra A Riqueza das Nações, de Adam Smith, sugere que a economia deve ser gerida pela iniciativa privada, com a lei da oferta e da procura a atuar como regulador.
Em 04 de julho de 1776, as 13 colônias da costa atlântica da América do Norte, fundadas pelos ingleses no século XVI e estendendo-se até os Montes Apalaches, declararam sua independência da Inglaterra. Anteriormente, os únicos laços que uniam estas colônias eram os impostos e a subordinação à metrópole inglesa.
Os primeiros colonos incluíram puritanos e pessoas que buscavam liberdade, trocando a prisão pela vida na América. Inicialmente, existia uma boa relação entre a metrópole e as colônias.
Das 13 colônias, 8 dedicavam-se ao comércio, enquanto as outras 5 focavam na agricultura, com destaque para a produção de algodão, tabaco e arroz. Economicamente, os colonos dependiam da metrópole, evidenciado pelo Navigation Act, que determinava que o transporte de mercadorias deveria ser feito exclusivamente em navios ingleses e que as mercadorias só poderiam ser vendidas para a Inglaterra.
A Inglaterra permitia que algumas colônias elegessem seus próprios governadores. Contudo, em 1773, o rei inglês decidiu aumentar os impostos, o que gerou descontentamento nas colônias. Benjamin Franklin tentou negociar a redução dos impostos, mas a insatisfação persistiu.
Os primeiros atos de rebelião ocorreram no porto de Boston. Os comerciantes das colônias organizaram boicotes à importação de produtos ingleses.
Em julho de 1774, as colônias realizaram uma conferência na Filadélfia, onde concordaram em exigir do rei o direito de definir seus próprios impostos. Em 1776, a mesma cidade sediou o Segundo Congresso Continental, que aprovou a Declaração de Independência, redigida por Thomas Jefferson.
Em 04 de julho de 1776, os Estados Unidos da América foram proclamados. Elaboraram uma bandeira com 13 listras vermelhas, 13 estrelas brancas e adotaram uma organização como Estado federal democrático, com um poder executivo (Presidente eleito por todos) com mandato de 4 anos, um legislativo bicameral (Senado com dois representantes por estado) e um judiciário com função intermediária.
Declaração de Independência: Princípios Fundamentais
- Todos os homens são iguais perante a lei.
- O homem possui direitos inalienáveis.
- O governo deve assegurar o cumprimento desses direitos.
- O governo deriva seu poder do povo.
- O povo tem o direito de revolta contra um governo que falhe em suas obrigações.
Os colonos formaram um exército liderado por George Washington para lutar contra a Inglaterra. A França, buscando enfraquecer a Grã-Bretanha, decidiu apoiar os colonos, com o primeiro auxílio francês vindo através de Beaumarchais em 1777.
Em 06 de fevereiro de 1778, foi assinado um tratado de aliança entre França e Espanha para apoiar os patriotas americanos.
A Batalha de Yorktown, em 1781, resultou na derrota dos britânicos. O Tratado de Paris, em 1782, reconheceu formalmente a independência dos EUA. O Tratado de Versalhes, em 1783, definiu as compensações territoriais para a França e Espanha.
A Constituição dos EUA, promulgada em 1787, foi a primeira escrita da história, estabelecendo o princípio da soberania nacional e um governo democrático.
Importância: Os Estados Unidos foram o primeiro território descolonizado, servindo de exemplo para outras colônias.
A Revolução Francesa
A Revolução Francesa iniciou-se em 14 de julho de 1789, em um contexto onde a França era governada pelo absolutista Luís XVI. O país, apesar de ser o mais populoso da Europa com 26 milhões de habitantes, enfrentava pobreza e um sistema social arcaico, dividido em três estados: nobreza, clero (ambos isentos de impostos) e o Terceiro Estado (composto pela burguesia e o povo), que arcava com a maior parte da carga tributária.
A burguesia, insatisfeita com a falta de poder político, impulsionou a revolução.
O Ministro das Finanças, Calonne, propôs uma reforma tributária para solucionar a crise econômica, mas a Assembleia dos Notáveis, composta pela nobreza e pelo clero, rejeitou a proposta, levando à renúncia de Calonne.
Em 1789, o rei convocou os Estados Gerais. O Terceiro Estado, buscando representatividade igualitária, solicitou o voto por pessoa, o que foi negado pelo rei. Em resposta, o Terceiro Estado declarou-se Assembleia Nacional.
Fases da Revolução Francesa
- Assembleia Nacional (1789): Formada por representantes do Terceiro Estado, com apoio de parte da nobreza e do clero. Juraram não se separar até que a França tivesse uma constituição (Juramento da Sala do Jogo da Péla).
- Assembleia Constituinte: Objetivo de elaborar uma constituição para a França. Em 1791, estabeleceu a soberania nacional e a separação de poderes, com um sufrágio censitário.
- Assembleia Legislativa: O rei tentou fugir, foi capturado e retornado a Paris, sendo acusado de traição. Surgiram grupos políticos como os Girondinos (moderados) e os Jacobinos (extremistas). Em 1792, a Áustria declarou guerra à França.
- A Convenção (1792-1795): Proclamou a República, estabeleceu um Tribunal Revolucionário e o Comitê de Saúde Pública, liderado por Maximilien Robespierre. Em 21 de janeiro de 1793, Luís XVI foi executado por traição, seguido por Maria Antonieta em 1794.
- O Diretório (1795-1799): O poder executivo era exercido por cinco diretores, e o legislativo por um parlamento bicameral (Senado e a Câmara dos Quinhentos).