Indicadores e Métodos de Estudo em Epidemiologia
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Indicadores de Saúde
Índice de Swaroop-Uemura
Vantagens: Simplicidade de cálculo, dispensa dados de população, disponibilidade de dados.
- 1º nível (RPM > 75%): Desenvolvido (50 ou mais anos)
- 2º nível (RPM entre 50% e 74%): Regular
- 3º nível (RPM entre 25% e 49%): Atrasado
- 4º nível (RPM < 25%): Subdesenvolvido
Mortalidade Proporcional por Causas (Curva)
- 1: Óbitos infantis (> 1 ano)
- 2: Pré-escolares (1-4 anos)
- 3: Escolares ou adolescentes (5-19 anos)
- 4: Adultos jovens (20-49 anos)
- 5: Adultos de meia-idade e idosos (50+ anos)
Curva de Nelson de Morais
Representação gráfica da mortalidade proporcional por idade. O formato da curva indica o nível sanitário da região.
- Tipo I: Muito baixo (N) - óbitos de adultos jovens (20-49 anos)
- Tipo II: Baixo (J invertido) - óbitos infantis e pré-escolares
- Tipo III: Regular (V) - infantil em menor porcentagem
- Tipo IV: Elevado (J) - menor nível de saúde; predomínio de óbitos em idosos
Índice de Guedes e Guedes
Fornece uma tradução numérica para as curvas de mortalidade proporcional de Morais, permitindo a comparação e a evolução do nível de saúde entre localidades.
Expectativa de Vida
Indicador que expressa as características da mortalidade por idade; indica o número médio de anos que um indivíduo, de determinada idade, tem a probabilidade de viver.
Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP)
Expressam o efeito das mortes precoces em relação à duração de vida esperada para uma população.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
Avalia riqueza, educação e esperança média de vida. Objetivo: oferecer um contraponto ao PIB.
- Longevidade: Expectativa de vida ao nascer
- Educação: Índice de analfabetismo e taxa de matrícula
- Renda: PIB per capita do país
Classificação do IDH
- 0-0,499: Baixo
- 0,500-0,799: Médio
- 0,800-1: Alto
Tipos de Estudos Epidemiológicos
Estudos Descritivos
Informam sobre a distribuição de um evento na população em termos quantitativos. Objetivo: estimar parâmetros de uma população.
Estudos Analíticos
Abordam uma ou mais questões científicas. Presença de um grupo-controle para comparação de resultados.
Dados Epidemiológicos
- Medidas de Ocorrência: Medidas de tendência central, frequências e índices
- Medidas de Associação: Estudo de coorte (risco relativo); estudo caso-controle (odds ratio)
- Medidas de Significância Estatística: Fatores de risco, diagnóstico, início clínico da doença, prevenção/tratamento, prognóstico
Estudos Ecológicos
Estudam a ocorrência de doenças e possíveis causas em grupos de indivíduos.
Estudos Seccionais (Transversais)
Medições feitas em um único momento, sem seguimento do indivíduo. Utilizado para descrever associações entre variáveis.
Vantagens: Mais rápidos, baratos e fáceis.
Desvantagens: Impossibilidade de estabelecer relação causal, pouco prático para doenças raras (osteoartrite, tuberculose, hanseníase).
Estudos de Coortes
Verifica se indivíduos expostos a um fator apresentam maior propensão a desenvolver uma doença.
Tipos de Coortes
- Contemporânea: O estudo inicia com a observação das pessoas expostas
- Histórica: A observação das pessoas expostas foi iniciada no passado
Vantagens: Avaliar a relação da exposição com várias doenças; única maneira de estudar taxa de incidência diretamente.
Desvantagens: Caro, pouco eficaz, resultados demoram.
Vieses em Estudos de Coortes
Desvios das estimativas reais devido a fatores como seleção, montagem, coortes de sobreviventes, migração e aferição.
Confundimento
Distorção da estimativa de associação entre exposição e desfecho devido à influência de uma terceira variável. Exemplo: idade entre fumo e câncer de pulmão.
Métodos para Controle de Vieses
Randomização, estratificação, restrição, melhor caso/pior caso, pareamento.
Estudos Caso-Controle
Parte do "efeito" para chegar às "causas". Busca quantificar a proporção de expostos nos grupos de casos e controles.
Passos para o Estudo Caso-Controle
- Selecionar amostra de pessoas com a doença
- Selecionar amostra de pessoas sob risco sem a doença
- Medir as variáveis
Vantagens: Baixo custo, alto potencial analítico, resultados rápidos.
Desvantagens: Não estima riscos ou incidência, só um desfecho pode ser analisado. Exemplo: toxoplasmose e debilidade mental em crianças.
Risco Relativo (RR)
Relação da probabilidade do evento ocorrer no grupo exposto versus o grupo controle.
Odds Ratio (OR)
Aproximação estimada do RR, utilizada quando o RR não pode ser calculado.
Estudos de Intervenção
O pesquisador manipula o fator de exposição, provocando modificação intencional na saúde dos indivíduos.
Tipos de Estudos de Intervenção
- Randomizado: Grupos formados por processo aleatório
- Não randomizado: Grupos escolhidos por critérios de disponibilidade
- Bloqueado: Grupos com representantes de categorias de variáveis de confundimento
- Pareado: Grupos com composição equivalente em alguma variável
- Rotativo: Alternância de grupos entre experimental e controle
Controle de Viés em Estudos de Intervenção
- Duplo-cego: Avaliadores e participantes desconhecem a alocação dos grupos
- Simples-cego: Participantes desconhecem a alocação dos grupos
- Aberto: Envolvidos têm acesso à informação sobre alocação dos grupos
Fases dos Estudos de Intervenção (Randomizados)
- Fase I: Ensaios de farmacologia clínica e toxicidade
- Fase II: Investigação clínica em pequena escala
- Fase III: Avaliação em larga escala
- Fase IV: Vigilância pós-comercialização
Objetivo: Selecionar medidas preventivas para modificar a história da doença, prevenindo mortes e melhorando a saúde da população.
Vantagens: Melhor técnica para evitar vieses de seleção.
Desvantagens: Mais caro, artificial, logística difícil.