Industrialização no Século XIX: Europa e Além
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A partir de meados do século XIX, assistiu-se a novas vagas de industrialização, tanto na Europa quanto no espaço extra-europeu. A França, a Alemanha, o Japão e os Estados Unidos da América emergiram como novas potências industriais.
A Alemanha conheceu um grande crescimento econômico com a criação de uma união aduaneira e, posteriormente, uma política que uniu os vários Estados que a compunham. Possuidora de um solo e subsolo ricos em matérias-primas, com abundantes recursos humanos e formação técnica adequada, beneficiando do apoio do Estado e da banca para o desenvolvimento econômico e técnico, conseguiu um crescimento espetacular, em particular nos setores algodoeiro, de material elétrico e produtos químicos. No final do século, a frota alemã tornou-se a segunda maior do mundo e disputou com a Inglaterra a hegemonia dos mares.
A França teve um desenvolvimento mais tardio devido à instabilidade provocada pela Revolução, à pobreza de recursos minerais e à falta de iniciativa da sua burguesia industrial. A industrialização começou somente a partir de 1840, com a indústria têxtil voltada para o mercado interno rural e o externo para têxteis de luxo. A indústria metalúrgica e de maquinaria atingiu um certo apogeu, apoiada pelas instituições bancárias e pelas técnicas financeiras modernas.
Nos Estados Unidos, a industrialização ocorreu na segunda metade do século XIX. Possuindo um imenso território rico em matérias-primas, tornou-se o destino de um grande fluxo de emigrantes, tanto de mão-de-obra barata quanto de mão-de-obra tecnicamente especializada, pronta para desenvolver sua capacidade inventiva. Desenvolveu uma rede de caminhos-de-ferro que possibilitou a expansão do mercado interno e uma estrutura financeira dinâmica que investiu nos setores-chave da economia. Nos inícios do século XX, os Estados Unidos ocupavam, em muitos setores industriais, o primeiro lugar a nível mundial.
O Japão, até meados do século XIX, havia permanecido um país com características feudais. Em 1868, o imperador Mutsu-Hito, através de um conjunto de medidas de modernização do país, iniciou uma era de prosperidade - a era Meiji. Mutsu-Hito, apoiado em um poder forte, dominou os senhores feudais, modernizou o país, introduzindo novas tecnologias ocidentais e o sistema capitalista. Apelando ao forte orgulho nacional, iniciou uma revolução agrícola, industrial e demográfica, que permitiu um maior consumo e a formação de uma reserva de mão-de-obra barata e tecnicamente competente. O Estado, recorrendo a empréstimos, financiou empresas, adquiriu tecnologias estrangeiras e contratou técnicos e professores ocidentais. Mercê desses esforços e de uma mão-de-obra disciplinada e organizada, o Japão conseguiu, no início do século XX, um lugar importante nas indústrias da seda, algodão, construção naval e armamento.