A Infância Vulnerável: Desafios, Empatia e Consciência Social

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A Infância Vulnerável: Desafios, Empatia e Consciência Social

Eu me sinto triste e culpada quando vejo uma criança em situação desfavorável ao seu crescimento e desenvolvimento saudável, porque sei que ela é o nosso futuro. Ela fará parte da sociedade do futuro, podendo se tornar um ladrão, sequestrador ou um mendigo qualquer, indiferente e anestesiado pela vida.

A Realidade Crua da Infância Desfavorecida

Desse quadro, muito raramente se tem um progresso, pois as oportunidades dificilmente surgem do acaso. Para a criança que você observou, com aparência de 7 anos – às vezes tem até mais idade, 10, 12, sei lá –, até isso ela tem prejudicado por falta de alimento e carinho. Sim, o carinho que ela recebe em sua vida miserável também seria um fator favorável ao seu desenvolvimento, mas o carinho é o que ela menos recebe. Talvez seja uma criança que não tem pai ou mãe, ou uma mãe que tenha mais uma penca de filhos, um de cada pai, todos ausentes. Ou, quando presentes, estão bêbados, drogados e só trazem a violência para dentro de casa. Aí fica difícil a criança ser criança: ela foge, procura comida, aprende a malandragem, tem que se defender, pois quem mais deveria protegê-la é a pessoa mais ameaçadora que ela conhece. O que esperar do futuro então?

O Chamado à Ação e à Humanidade

O que fazer? O que eu posso fazer? Às vezes, ao relatar isso à Secretaria do Bem-Estar Social, os profissionais, muitos malpreparados, já conhecem o caso, mas dizem que não há mais nada a fazer. O que nos resta, se possível, é acompanhar essa criança, observar suas maiores necessidades e ajudá-la.

O ser humano precisa ser mais humano, precisa olhar seu próximo como um próximo mais próximo mesmo, como um filho ou um irmão de sangue.

Como Ajudar: Abordagem e Desafios

Aproximar-se da criança, perguntar onde mora, se gosta de ir à escola, se está com fome, tentar ajudá-la de alguma forma, sem invadir seu espaço, com cuidado mesmo.

Muitas são exploradas por pais, mães, avós ou madrastas que usam o mísero dinheiro para comprar mais drogas ou álcool, privando a criança do básico para crescer com o mínimo de dignidade.

A Sensação de Impotência e a Busca por Sentido

É triste, realmente muito triste, e sei como você se sente. A gente se sente inútil; eu, pelo menos, me sinto assim.

Por isso, vivo injuriada e o povo acha que sou mal-humorada e que devo ser feliz porque a vida é bela. Mas, enquanto não for bela para todos, não tenho por que ficar feliz se a minha felicidade depende da miséria de outros.

A Poesia como Espelho da Realidade Social

Sentimos, ao ler essa poesia, uma compreensão fraternal do mundo, não isenta de melancolia e crítica. Ela deve contribuir como um grito de alerta, já que, na sociedade, há pessoas que vivem do lixo e no lixo.

Manuel Bandeira observava as pessoas da janela de sua casa na Lapa, porque a doença às vezes o impedia de sair. O dia a dia desperta uma completa revolução literária. Há uma forte tendência de valorizar a discussão dos problemas sociais. Aníbal Machado tem razão ao dizer que: “Não sabemos o que queremos, mas sabemos discernir o que não queremos.” O que vale é a intuição do poeta. Isso Bandeira tinha no seu jeito de enxergar o mundo. As imagens citadas na poesia são tiradas da vida diária. Existe um interesse pelo social.

Nesse instante, observamos o quanto a poesia de Manuel Bandeira pode colaborar com os estudantes ao escrever um texto, seja qual for a tipologia escolhida. Isso pode ser comprovado com o argumento de autoridade, segundo Platão & Fiorin em seu livro Lições de Texto: Leitura e Redação. Othon Garcia também indica o que ele chama de métodos de autoridade: a citação de autores renomados. Talvez seja por isso que alguns escritores afirmam que todo texto tem intertextualidade. Só precisamos ter cuidado para não citarmos frases falsas, que não fazem parte da realidade.

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