Infecções na Gravidez: Diagnóstico e Manejo Essencial

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Infecções Pré-Natais: Vias, Períodos e Diagnóstico

  • Vias de Transmissão:
    • Transplacentária.
    • Transamniótica (ascendente de germes da vagina e colo após ruptura prematura das membranas).
  • Períodos de Vulnerabilidade:
    • Pré-implantação (fertilização à implantação): Se grande número de células afetadas, pode ocorrer aborto. Se pequeno número, fenômeno de compensação, protegendo o embrião com sobrevida e sem malformação.
    • Embrionário (2ª a 9ª semana pós-concepção): Período mais vulnerável, podendo resultar em malformações morfológicas maiores.
    • Fetal (9ª semana ao termo): Pode causar malformações morfológicas menores e funcionais.
    • Paranatal (no parto): Exemplos incluem herpes simples, hepatite B, HIV, estreptococo do grupo B.
  • Diagnóstico:
    • Na 1ª consulta pré-natal, sorologia materna para sífilis, toxoplasmose, HBsAg, HIV e rubéola.
    • Testes Sorológicos:
      • IgG (infecção antiga).
      • IgM (infecção aguda).
      • Teste de avidez IgG (↓ avidez: infecção aguda; ↑ avidez: infecção antiga).
    • PCR no Líquido Amniótico: Para toxoplasmose, rubéola, eritrovírus B19, CMV, varicela zoster.
    • Ultrassonografia (USG): Avalia a gravidade da doença.

Rubéola

  • Quadro Clínico (QC):
    • Incubação: 14-21 dias.
    • Linfadenopatia pós-auricular: 5 dias antes do exantema.
    • Exantema maculopapular: Inicia na face, progride para a parte superior do tórax e depois para todo o corpo.
    • Febrícula.
  • Síndrome da Rubéola Congênita:
    • Catarata.
    • Malformação cardíaca.
    • Surdez.
  • Diagnóstico:
    • Clínico.
    • Soroconversão.
  • Observação: Não vacinar a gestante.

Hepatite B

  • Transmissão: Principalmente paranatal.
  • Risco de Transmissão Paranatal:
    • HBsAg+ HBeAg+: 90%.
    • HBsAg+ HBeAg-: 30%.
  • Prevenção da Transmissão Paranatal:
    • Rastreamento do HBsAg na 1ª consulta pré-natal.
    • Vacina universal do recém-nascido.

Sífilis

  • Transmissão: Placentária em qualquer estágio da doença ou época da gravidez.
  • Consequência: 1/3 de natimortos.
  • Sorologia:
    • Testes Não Específicos: VDRL (rastreia e seguimento após tratamento).
    • Testes Específicos: FTA-Abs (confirma diagnóstico; não negativa).
  • Sífilis Congênita:
    • Exantema.
    • Hepatoesplenomegalia.
    • Infecção de ossos, dentes, SNC e coração.
  • Tratamento (TTO): Penicilina Benzatina (Benzetacil).
  • Seguimento: VDRL quantitativo a cada mês até o parto e depois com 3 e 6 meses.

Toxoplasmose

  • Infecção no 1º e 2º Trimestres:
    • Aborto e morte neonatal.
    • Síndrome toxoplasmósica congênita: coriorretinite, calcificações intracerebrais, hidrocefalia.
  • Infecção no 3º Trimestre:
    • Infecção subclínica (assintomática).
    • Risco tardio: coriorretinite, problemas neurológicos.
  • Diagnóstico:
    • Na Mãe: Soroconversão (sorologia na 1ª consulta pré-natal).
    • No Feto: PCR do líquido amniótico.
  • Tratamento (TTO):
    • Mãe: Espiramicina.
    • Feto: Pirimetamina + Sulfadiazina / Espiramicina.

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