Infecções Virais: Tipos, Tratamentos e Prevenção

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1. Em relação a vírus respiratórios:

a) Cite dois vírus entre os mais circulantes e mais comumente causadores de quadros clínicos mais graves. Quais as vias de disseminação para o trato respiratório inferior?

Uns dos dois vírus mais circulantes e que causam quadros mais graves são os vírus influenza e parainfluenza.

Quando eles são transmitidos através do contato de secreções contaminadas com a mucosa oral e/ou nasal, o vírus vai para o trato respiratório superior, onde se replica. As vias de disseminação para o trato respiratório inferior seriam:

  • A disseminação em gânglios linfáticos onde ocorre uma nova replicação viral e os vírus formados caem na circulação sanguínea, gerando uma viremia e infectando o trato respiratório superior.
  • A disseminação célula a célula, em que as células do trato respiratório superior vão transmitindo o vírus para as células ao redor até chegar as do trato respiratório inferior.

b) Cite as técnicas laboratoriais comumente utilizadas para a identificação viral após a coleta do material clínico.

Imunofluorescência, imunocromatografia, PCR, PCR em tempo real.

c) Quais os dois fármacos utilizados para o tratamento de infecções por estes vírus, explicando quais são seus alvos de ação durante o ciclo de replicação viral?

O Tamiflu que é um inibidor da neuraminidase. Portanto, ele se liga à neuraminidase e impede a clivagem do ácido siálico presente no envelope do vírus recém-sintetizado. Com isso, o ácido siálico pode se ligar a hemaglutinina de outro vírus, impedindo que a infecção se espalhe. A Amantadina é um inibidor da proteína M2, ou seja, ela impede a abertura desse canal e impede a entrada de prótons no vírus para que ele possa fundir seu envelope com a membrana do endossoma.

2. Um paciente foi encaminhado, por seu dentista, ao infectologista, após alguns meses, apresentando candidíase oral que não respondia ao tratamento específico. O paciente relatou, ainda, grande perda de peso em um período de meses. Os testes sorológicos solicitados pelo infectologista confirmaram que o paciente estava infectado por HIV-1.

a) Em que fase da infecção se encontra o paciente?

AIDS, porque ele apresenta perda de peso e já está tendo infecções oportunistas porque seu sistema imune está bastante debilitado.

b) De acordo com a resposta acima, o que você espera em termos de números aproximados de contagem de linfócitos TCD4+ e da carga viral plasmática deste paciente?

O número de linfócitos TCD4+ deve ser menor do que 250 células por ml de sangue e a carga viral deve ser mais de 10000 cópias de RNA viral por ml de sangue.

c) Ainda de acordo com as respostas anteriores, qual a conduta que o infectologista deveria seguir neste caso e qual o impacto a mesma deveria ter para o paciente? Deveria indicar a terapia antirretroviral de alta atividade ou HAART, que é administrada sob a forma de um coquetel composto por 3 diferentes medicamentos que inibem a replicação viral?

HAART para que haja inibição da replicação viral e, assim, a diminuição da carga viral. Consequentemente, haverá a recuperação parcial do número de linfócitos TCD4+ por ml de sangue, retirando o paciente da fase de AIDS e retornando a fase crônica.

3. Com relação aos padrões de infecção viral, defina infecção persistente e suas formas de apresentação no organismo.

As infecções persistentes não são eliminadas rapidamente e as partículas virais ou produtos virais continuam a ser produzidos por longos períodos. As partículas infecciosas podem ser produzidas contínua ou intermitentemente por meses ou anos. Existem três tipos de infecções persistentes:

  • Infecção crônica – o vírus é continuamente replicado e excretado.
  • Infecção de evolução lenta – caracteriza-se por longos períodos de incubação. O desenvolvimento da doença tem um curso longo, progressivo e frequentemente fatal.
  • Infecções latentes - O vírus persiste numa forma "não infecciosa” com períodos intermitentes de reativação. O período de latência de uma virose é definido como o período em que o vírus permanece no organismo sem provocar manifestações clínicas. Geralmente no período de latência não há detecção de partículas virais.

4. Quais os principais mecanismos de saída (liberação) de partículas virais? Explique como ocorrem.

Existem limites para a quantidade de vírus que pode ser acumulada em uma célula infectada. Eles não podem coexistir indefinidamente com as células onde se multiplica: ou a célula morre ou cessa o suprimento de fatores para a continuação da replicação viral. Alguns vírus são liberados por lise da célula, em que a célula se rompe, liberando as partículas virais e outros componentes celulares para o meio. Já entre os vírus envelopados, o nucleocapsídeo associa-se com a superfície interior da membrana plasmática já contendo proteínas virais. Durante a saída da célula, a partícula viral é envelopada por esta membrana, em um processo denominado brotamento. Brotamento: é o processo de maturação final dos vírus envelopados, é o processo onde os vírus envelopados adquirem o envelope.

5. Diferencie vacina atenuada de vacina inativada, comentando sobre as vantagens e desvantagens de cada uma delas.

Atenuada possui a presença de organismos vivos, que são os vírus, porém eles não conseguem ocasionar a patologia. Exemplos delas seriam a de sarampo, caxumba, varíola, rubéola etc. Vantagem: maior eficácia; desvantagem: indução de reações inflamatórias locais e sistêmicas, e perigo de causar a doença.

Já no caso da vacina inativada ocorre quando os vírus ficam em estado inerte por meio de agentes físicos e também químicos, sendo muito utilizadas nos casos de imunodeprimidos. Vantagens: menor tendência de induzir a reação; Desvantagens: requer doses de reforço para manutenção da imunidade. Ex: raiva, cólera.

6. Por que as manifestações clínicas da varicela e da zoster são diferentes apesar de serem causadas pelo mesmo vírus?

(A pergunta não foi respondida no texto original)

7. Quais os principais fatores que dificultam uma vacina contra a dengue?

A existência de vários sorotipos, a não existência de uma vacina modelo para animais e a dificuldade de manipulação do vírus.

8. Em relação às infecções por vírus respiratórios:

a) Qual o seu modo de transmissão?

As vias de transmissão dos vírus respiratórios incluem contato direto, fômites contaminados e gotículas de secreção transportadas pelo ar. O rinovírus e o vírus sincicial respiratório (VSR) disseminam-se, pelo menos em parte, pelo contato direto das mãos com a pele contaminada do paciente e com as superfícies ambientais, seguido da auto-inoculação do vírus na mucosa nasal ou conjuntiva. Outros, como o vírus da influenza, vírus do sarampo e vírus da varicela zoster, podem disseminar-se por distâncias maiores através de pequenas partículas de aerossóis, mas mesmo assim o contato direto, os fômites e as grandes partículas são também importantes na transmissão. A maioria dos vírus respiratórios pode se disseminar por meio de aerossóis de grandes partículas através de curtas distâncias. O adenovírus pode ainda ser transmitido pela via feco-oral.

b) Cite três vírus incluídos entre aqueles de maior circulação e responsáveis, normalmente, pelos quadros clínicos mais graves.

Influenza, Parainfluenza, vírus respiratório sincicial e adenovírus.

9. V ou F, justificando.

a) A presença de vírus no sangue é denominado virulência.

Falso, é viremia.

b) O termo patogênico é relacionado com a capacidade de causar doença.

Verdadeiro.

c) Quando o vírus infecta pela via respiratória, ele pode gerar tanto infecções localizadas quanto sistêmicas.

Verdadeiro.

d) Infecção latente é uma infecção persistente com períodos de baixa carga viral intercalados com períodos de alta carga viral.

Falso, na infecção latente, os períodos de latência se identificam pela não produção de partículas virais e não uma baixa carga viral.

e) Brotamento é o mecanismo importante para aquisição do envelope viral.

Verdadeiro.

f) Espículas virais são importantes para determinar a permissividade celular à infecção por determinados vírus.

Falso, porque as espículas reconhecem receptores na superfície celular em células susceptíveis, sendo, portanto, determinantes da susceptibilidade e não da permissividade.

g) O envelope viral pode se fundir tanto com vesículas endocíticas quanto com membrana plasmática para a liberação do genoma viral na célula.

Verdadeiro.

h) As proteínas do capsídeo são proteínas não-estruturais dos vírus.

Falso, são proteínas estruturais.

10. Defina susceptibilidade de uma célula a determinado vírus.

É a capacidade da célula de ser capaz de ser infectada por determinados vírus pela presença de receptores em sua superfície que permitam a absorção.

11. Explique as duas manifestações clínicas do vírus varicela-zoster.

A varicela é adquirida por via oral, com infecção do sistema respiratório e, após isso, com infecção disseminada ou sistêmica, com o aparecimento de vesículas no epitélio de forma disseminada. A zoster é a reativação da varicela, onde o vírus que estava de forma latente nos neurônios, é transportado até o epitélio causando a manifestação na região afetada pelo dermatoma ou nervo, sendo geralmente unilateral e localizada.

12. No caso da febre amarela, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação para residentes ou pessoas que viajam para áreas endêmicas da doença. Entretanto, para a dengue, o foco de combate da doença se restringe apenas ao mosquito Aedes aegypti. Quais as principais dificuldades para o desenvolvimento de uma vacina eficiente contra a dengue?

A vacina deve ser feita de forma que proteja contra os quatro sorotipos porque as chances de manifestação mais grave da doença aumentam se a pessoa já teve a dengue de outro sorotipo. Não existe modelo animal para que faça o mesmo tipo de patogênese dos seres humanos, dificultando os estudos sobre vacinas.

13. Sobre a AIDS:

a) A AIDS é classificada como qual tipo de infecção?

Crônica.

b) Quais são as fases do HIV e quais os principais eventos que levam o indivíduo infectado pelo HIV a desenvolvê-la?

Primária: intensa replicação viral – estabelecimento da infecções nos linfonodos e demais órgãos do sistema imune.

Crônica assintomática: resposta imune controla a infecção parcialmente.

AIDS: queda acentuada de TCD4, infecções oportunistas.

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