Inflamação, Nocicepção e Dor: Mecanismos e Processos

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Inflamação

É uma resposta do organismo a um dano tecidual causado por fatores endógenos (fratura óssea ou necrose tecidual) ou exógenos (ferimento mecânico: físico, químico, biológico ou imunológico). A dor ocorre porque o vaso sanguíneo aumenta de tamanho, comprimindo o tecido em volta e terminais nervosos.

Mediadores Químicos Terciários

São substâncias inativas no plasma que precisam ser ativadas. Não são produzidas por células, mas sim no plasma. As cininas plasmáticas são exemplos de mediadores químicos terciários.

Exemplo: Mastócitos produzem calicreína, que age no bradicinogênio, transformando-o em bradicinina, um vasodilatador que aumenta a dor.

São considerados terciários porque provocam vasodilatação, mas são ativados e produzidos no plasma. Os mediadores secundários são produzidos na célula, enquanto os primários já estão armazenados no mastócito.

Fagocitose

Para que ocorra a fagocitose, é necessário que o neutrófilo e o macrófago se marginalizem para o tecido e reconheçam a partícula estranha. Essa partícula precisa ter características específicas: superfície rugosa, ausência da camada proteica protetora e presença de anticorpos de superfície que identificam o agressor.

Marginalização

Para facilitar a marginalização, é necessário que haja uma diminuição do fluxo sanguíneo, vasodilatação das arteríolas, diminuição da circulação por qualquer motivo, estase (parada) quando o fluxo está muito lento, ou qualquer alteração vascular que diminua o fluxo sanguíneo.

Diapedese

Para que o leucócito passe para o tecido, é necessário que ocorra a marginalização. Quando o leucócito está próximo do endotélio, ele expressa moléculas de adesão que o fixam ao endotélio, facilitando a diapedese. Essas moléculas de adesão são ativadas no processo inflamatório.

Quimiotaxia

Após passar para o tecido, as bactérias liberam substâncias quimiotáxicas positivas que atraem o leucócito para que ele possa fagocitar. Existem substâncias químicas exógenas, produzidas por bactérias, e substâncias endógenas, como o sistema complemento/LT-citocinas, produzidas no processo anti-inflamatório pelo nosso organismo.

Nocicepção e Dor

Nocicepção é a percepção da noxa, ou seja, do estímulo que provoca a dor. A dor é a sensação desagradável resultante da percepção da noxa. Sentimos a dor no córtex somestésico, como toda sensação. A noxa, ou estímulo, leva essa informação até o córtex sensorial, que a decodifica como uma sensação dolorosa.

O nociceptor, que capta o estímulo e leva a informação até o sistema nervoso central, pode ser ativado em pacientes inconscientes. Nesses casos, ocorre a nocicepção, mas o indivíduo não sente dor porque está inconsciente e não percebe o que está acontecendo.

Anestesia

Anestesia é a falta de sensação. O estímulo ainda ocorre, mas o receptor não gera potenciais de ação porque o anestésico bloqueia os canais de sódio. Sem a despolarização, não há dor, mas ainda há nocicepção, pois ocorre a geração de potencial gerador.

Analgesia

Analgesia é a ausência de dor. Um analgésico impede a nocicepção e, consequentemente, a dor. Analgésicos não narcóticos agem em nível de receptor, impedindo sua estimulação. Sem a nocicepção, não sentimos dor.

Nociceptores

Nociceptores são receptores capazes de captar estímulos intensos, chamados de estímulos nocivos. Existem nociceptores mecânicos, químicos e térmicos, que são estimulados por diferentes tipos de estímulos nocivos.

Isquemia

Um dos estímulos nocivos mais frequentes é a isquemia, que é a diminuição da quantidade de sangue no tecido. A isquemia leva a uma diminuição do pH no tecido, diminuindo o limiar de estabilidade e tornando o tecido mais facilmente estimulado. Qualquer estímulo um pouco mais intenso já estimula os quimioceptores.

Injúria

Injúria significa lesão de tecido. Um tecido injuriado, assim como um tecido isquêmico, sofre desintegração celular. A destruição de células libera potássio, que estimula quimioceptores e provoca dores intensas. A desintegração celular também estimula o sistema nervoso a produzir o neuropeptídeo CGRP (peptídeo relacionado com o gene da calcitonina), uma das substâncias mais importantes que provocam dor, estimulando os quimioceptores.

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