Influência Social e Memória

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Influência Social

Fala-se de influência entre indivíduos quando as ações de uns são condição de ação de outros, ou seja, quando o comportamento ou a presença de uma pessoa é capaz de provocar alterações no comportamento de outras pessoas.


Processos de Influência entre Indivíduos

Normalização: O convívio entre as pessoas favorece um sistema de interações gerador de uniformidades. As uniformidades concretizam-se no seguimento de normas comuns e na partilha de formas semelhantes de pensar, sentir e agir entre as pessoas do grupo. As normas são agentes promotores da ordem e estabilidade nos relacionamentos sociais e permitem prever o comportamento daqueles com quem se convive.

Conclusão: A normalização pode ser definida como o conjunto de normas que orientam a vida em sociedade, influenciando o modo como pensamos e nos comportamos. A normalização conduz ao conformismo.


Conformismo

O ser humano sente-se, por vezes, condicionado pelo grupo, que o induz a executar atos aceitáveis e a inibir atos reprováveis. A adaptação leva-o a aceitar as normas vigentes. Por isso, o conformismo é uma atitude desenvolvida e altamente valorizada na vida social.

Fatores do Conformismo: Asch concluiu que a unanimidade do grupo, a natureza da resposta, a ambiguidade da situação, a importância do grupo e a autoestima são fatores importantes do conformismo.

  • Natureza da Resposta: O conformismo aumenta quando a resposta é dada publicamente.
  • A Autoestima: Pessoas com mais autoestima são mais independentes, logo, o conformismo é menor nestas pessoas.
  • A Ambiguidade da Situação: A pressão do grupo aumenta quando não estamos certos do que é correto.
  • Importância do Grupo: Quanto mais atrativo for o grupo para a pessoa, maior é a probabilidade de ela se conformar.
  • Unanimidade do Grupo: O conformismo é maior nos grupos em que há unanimidade. A experiência de Asch mostra que tendemos a confirmar os nossos juízos com os dos outros.

Conclusão: Conformismo é a tendência para aproximar as atitudes e comportamentos das atitudes e comportamentos dos outros elementos do grupo.


Obediência

O desejo de ser aceite leva, às vezes, o indivíduo a obedecer às ordens dos outros. Foge-se à rejeição social com medidas defensivas. Alguma obediência é importante para que uma sociedade ou grupo funcione, mas a obediência acrítica pode conduzir a comportamentos e práticas desumanas. O problema é saber até que ponto é legítimo obedecer.

Fatores de Obediência: Milgram evidenciou a proximidade com a figura de autoridade, a legitimidade da figura de autoridade, a proximidade da vítima e a pressão do grupo.

  • Proximidade com a Figura de Autoridade: Quanto mais próxima estiver a figura de autoridade, maior é a obediência.
  • Legitimidade da Figura de Autoridade: Quanto mais reconhecida for a autoridade, maior é a obediência.
  • Proximidade da Vítima: Não havendo contacto visual ou auditivo, os participantes atingiam a voltagem máxima.
  • Pressão do Grupo: O efeito do grupo anula, por vezes, a autoridade do experimentador.

Inconformismo

O indivíduo assume atitudes opostas às vigentes no seu grupo social que levam ao inconformismo e à desobediência. Muitas vezes, não é correto interpretar o inconformismo de forma negativa. O inconformismo é o grande incentivo de inovações científicas e tecnológicas, bem como de grandes revoluções no campo da filosofia e da criação artística. A autonomia de pensar tem, muitas vezes, de se rebelar contra a autoridade instituída. Normalmente, a inovação ocorre quando o processo de influência social é promovido por uma minoria que visa a mudanças das normas sociais de um grupo ou sociedade.

  • O inconformismo e a desobediência são salutares quando as pessoas julgam ser necessário alterar normas que deixam de ter sentido. Assim, o inconformismo pode ser eficaz na luta contra preconceitos sociais negativos.
  • O mesmo se passa em regimes políticos ditatoriais e ordens arbitrárias, inexequíveis e injustas. De facto, se os oficiais nazis tivessem recusado obedecer às ordens de Hitler, teriam evitado a ocorrência de atrocidades.

Conclusão: Inconformismo é a adoção de concepções, atitudes e comportamentos que não correspondem às expectativas do grupo.


Memória

Processo de recordar conteúdos aprendidos que foram armazenados para serem utilizados em momentos posteriores. Influi no comportamento, pois a nossa adaptação depende daquilo que se aprendeu e não do que se herdou. Permite-nos reconhecer as nossas experiências pessoais. Conservamos o que aprendemos, senão a aprendizagem estaria sempre no início. Sem memória, perdemos a noção do que somos e dos contextos a que pertencemos. Sem memória, não conseguimos aprender, etc.

Processos da Memória:

  • Recepção
  • Armazenamento da Informação Sensorial
  • Recuperação

Dois grandes sistemas de memória: memória a curto prazo e a longo prazo.

Memória a Curto Prazo

Sistema temporário de armazenamento de informação. Possui dois componentes: memória imediata e memória de trabalho.

  • Memória Imediata: Tem fraca capacidade de armazenamento e reduzida durabilidade.
  • Memória de Trabalho: É uma forma de memória caracterizada por ser um espaço ativo de trabalho onde a informação está acessível para uso temporário. Com ela trabalhamos sempre que conversamos ou realizamos uma tarefa.

Memória a Longo Prazo

Memória relativamente permanente. Divide-se em dois subsistemas: memória não declarativa e declarativa.

  • Memória Não Declarativa: Guarda as informações adquiridas de como saber fazer as coisas. Adquire-se com a prática.
  • Memória Declarativa: Armazena factos. Subdivide-se em memória episódica e semântica.
    • Memória Episódica: Contém a memória de eventos ou episódios que vivemos pessoalmente, como se fosse um diário mental. Permite-nos saber quando e onde um evento das nossas vidas aconteceu.
    • Memória Semântica: Especializada no armazenamento de conhecimentos gerais. É uma espécie de enciclopédia e dicionário mental.

Esquecer para Memorizar

Trata-se de um processo normal e positivo, cuja função é selecionar materiais inúteis que, ao serem perdidos, criam condições para novas aprendizagens e para uma superior adaptação ao meio.

  • Esquecimento Regressivo: Especialmente sentido por pessoas de certa idade e pode dever-se à degeneração de tecidos cerebrais.
  • Esquecimento Motivado: Esquecimento por razões, habitualmente porque é uma recordação desagradável e perturbadora.
  • Interferência das Aprendizagens: É um fenómeno que ocorre quando tentamos recordar algo, uma informação gravada antes ou depois da que tentamos recuperar impede o acesso a esta.

Exemplo: Fixado um novo número de telefone ou de cartão de crédito, temos dificuldade em relembrar o anterior.

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