Integração Lavoura-Pecuária: Sustentabilidade
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Os Avanços da Ciência e Tecnologia na Produção de Alimentos
Os avanços da ciência e tecnologia contribuíram significativamente para a produção de alimentos no mundo. A capacidade produtiva na agricultura cresceu entre 2,5 e 3 vezes nos últimos 50 anos. Isto permitiu, em um âmbito global, que o aumento na produção de alimentos acompanhasse o aumento populacional.
Além do aumento da demanda, a produção de alimentos enfrenta outros desafios que tornam o contexto ainda mais complexo, como: as mudanças climáticas, que interferem na capacidade produtiva; e a restrição de recursos naturais, como a água e o solo.
O papel da inovação passa a ser essencial para garantir que as próximas gerações possam ser alimentadas com qualidade. Para isso, é preciso que ocorra uma transformação na forma como produzimos alimento. Não basta aumentar a produtividade, é preciso utilizar uma abordagem mais abrangente, que envolva produção e consumo sustentável, de forma a garantir a segurança alimentar para as futuras gerações.
Solo
A degradação do solo devido ao uso exacerbado representa um fator redutor da produtividade agrícola, de modo que, para sustentar uma produção sustentável, será necessário investimentos significativos na recuperação de áreas imensas em todo o mundo (SONNINO, 2011). O estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) revelou que 33% dos solos de todo o mundo estão degradados em decorrência de diversos fatores.
Por sua vez, Lal (2009a) afirma que o manejo sustentável dos ecossistemas agrícolas
implica uma tendência de aumento da produtividade primária líquida por
unidade de entrada de recursos externos, conjuntamente com melhoria na
qualidade do solo e nos serviços ecossistêmicos, tais como aumento nos
teores de carbono, melhoria na qualidade e quantidade de recursos hídricos, e
aumento da biodiversidade.
A agricultura moderna, sobretudo a partir dos anos 50, priorizou um modelo tecnológico baseado no preparo intensivo do solo, no uso de adubos minerais de alta solubilidade e agrotóxicos. Esse modelo elevou a produtividade das culturas, mas gerou incontestáveis problemas ambientais, com destaque para a degradação dos solos por erosão, perda de matéria orgânica e compactação, devido à adoção de práticas agrícolas inadequadas, e os consequentes impactos sobre os recursos hídricos. Por outro lado, a crescente preocupação da sociedade com o meio ambiente tem produzido reflexos nos sistemas de produção agrícola, uma vez que a demanda mundial por alimentos mais saudáveis, produzidos através de modelos produtivos sustentáveis, se consolida.
A segunda revolução agrícola é caracterizada ainda pela especialização da produção através da prática da monocultura e do uso intensivo de insumos industriais, sobretudo os fertilizantes químicos, que tinham apoio nas descobertas de Justus Von Liebig, em 1940 e sua obra clássica “Organic Chemistry in its application to agriculture and physiology”, na qual mostrou que a absorção mineral das plantas se dá essencialmente pelas substâncias químicas presentes no solo. Este modelo produtivo que vem sendo praticado nas últimas décadas é também chamado de agricultura convencional. A segunda revolução agrícola é caracterizada ainda pela especialização da produção através da prática da monocultura e do uso intensivo de insumos industriais, sobretudo os fertilizantes químicos, que tinham apoio nas descobertas de Justus Von Liebig, em 1940 e sua obra clássica “Organic Chemistry in its application to agriculture and physiology”, na qual mostrou que a absorção mineral das plantas se dá essencialmente pelas substâncias químicas presentes no solo. Este modelo produtivo que vem sendo praticado nas últimas décadas é também chamado de agricultura convencional.
A agricultura que não se baseia em práticas saudáveis e que depende do uso intensivo de grandes quantidades de insumos químicos e outros produtos sintéticos tem acelerado a degradação de nossos ecossistemas naturais. Esse impacto negativo pode ser observado pelo declínio e desaparecimento da diversidade de espécies e cultivares. O impacto dessa agricultura também pode ser observado em escala mundial nas paisagens, onde tem contribuído para transformar a rica diversidade biológica e paisagística em desertos de monocultura.
Grande parte dos sistemas produção de gado de corte e leite no Brasil são extrativistas com predominância de uso de pastagens nativas, implantação de espécies não adaptadas às condições edafoclimáticas de cada região e manejo inadequado. Essas pastagens apresentam baixa produtividade e estão sujeitas ao processo de degradação, comprometendo o desempenho da atividade pecuária.
Macedo (1999) aponta como sendo as causas mais importantes da degradação, as seguintes:
- Espécie inadequada ao local;
- Má formação inicial causada pela ausência ou mau uso de:
- práticas de conservação do solo;
- preparo do solo;
- correção da acidez e/ou adubação;
- sistemas e métodos de plantio;
- manejo animal na fase de formação
- Manejo e práticas culturais:
- uso de fogo como rotina;
- métodos, épocas e excesso de roçagens;
- ausência ou uso inadequado de adubação de manutenção;
- Ocorrência de pragas, doenças e plantas invasoras;
- Manejo animal:
- excesso de lotação;
- sistemas inapropriados de pastejo;
- ausência ou aplicação incorreta de práticas de conservação do solo após superpastejo.
Integração Lavoura-Pecuária
Tem crescido a cada ano, nos cerrados do Brasil, o uso de uma alternativa bastante eficiente de recuperação e ou renovação indireta de pastagens e de manutenção da produtividade, que é o sistema de integração lavoura-pecuária. Este sistema permite o uso mais racional de insumos, máquinas e mão-de-obra na propriedade, além de diversificar a produção e o fluxo de caixa dos produtores (Macedo, 1999).
Kichel et al. (1999) cita dois sistemas de recuperação ou renovação de pastagens através da integração lavoura-pecuária:
a) Em consórcio com cultura anuais, tais como arroz, milho, sorgo, etc. Neste caso, é feito o plantio conjunto das sementes da cultura anual e sementes da pastagem, ou aproveita-se o potencial de sementes da forrageira existentes no solo. Após a colheita da cultura anual tem-se o pasto renovado ou recuperado. Sempre que se realizar o plantio de culturas anuais em áreas de pastagem degradada, deve-se iniciar o preparo do solo cerca de 120 dias antes do plantio da cultura. A aplicação de calcário e início de preparo do solo devem ser feitos entre junho e julho. A conservação de solo é feita em agosto/setembro, com correção fosfatada em setembro/outubro.
b) O plantio de culturas anuais solteiras: faz-se o plantio da cultura anual, soja, milho, arroz, etc., por um ou mais anos, retornando-se à pastagem, podendo ser a mesma espécie ou outra espécie forrageira mais adaptada e produtiva.
As principais vantagens de se fazer a recuperação com o uso de culturas anuais, além do restabelecimento da biomassa forrageira e aumento da capacidade de lotação da pastagem, são listadas a seguir:
a) Recuperação mais eficiente da fertilidade do solo;
b) Facilidade na aplicação de corretivos e fertilizantes;
c) Melhoria nas propriedades físicas, químicas e biológicas;
d) Controle de pragas, doenças e invasoras;
e) Aproveitamento do adubo residual e,
f) Aumento da produtividade do negócio agropecuário, tornando-o sustentável em termos econômicos e agroecológicos.
Definitivamente, a agricultura tropical brasileira começa a apresentar sinais claros de resistências de diversas pragas e doenças a boa parte dos agroquímicos utilizados para seu controle. Ainda são sinais localizados em microrregiões, mas ficou claro para os cientistas que a situação é grave, e pode piorar com a generalização, deixando sem eficiência a maioria das tecnologias disponíveis. Em verdade, demorou longo tempo para as ciências agronômicas constatarem o que alguns especialistas em manejo fitossanitário já haviam avisado, faz alguns anos, de que a natureza inevitavelmente venceria essa autêntica guerra travada na agricultura tropical extensiva através do uso das tecnologias modernas que esterilizam as lavouras para controle de pragas e doenças. O modelo existente começa a apresentar falhas na sua “sustentabilidade” em face da inexistência de inimigos naturais dos invasores, agravado pelo uso inadequado dos agroquímicos e das sementes transgênicas. Os insetos e pragas, e ainda as ervas daninhas, começaram de forma progressiva a reagir e a apresentar resistências, tornando-se problemas de difícil solução, e já não há agricultor neste país que não tenha relatos dramáticos nesse sentido. Demorou em cair a ficha porque a agricultura tropical brasileira nas últimas décadas deixou o mundo agronômico - 22 | Agro DBO – dez/2015-jan/2016 A natureza venceu Pragas e doenças podem provocar o caos no agrossistema tropical brasileiro se não houver mudanças urgentes no manejo. Richard Jakubaszko co internacional, em estado de encantamento diante dos avanços de produção e produtividade. Há consenso lá fora de que fazemos agricultura de alta tecnologia, aperfeiçoada da agricultura importada dos países de clima temperado. Seja no manejo de solos ácidos, como os encontrados no Cerrado, seja no plantio direto, a agricultura brasileira inovou e desperta indisfarçável admiração nos gringos por não poderem repetir o que fazemos no Brasil, como plantar duas e meia safras por ano, ou 5 safras a cada 2 anos, pois o frio no hemisfério norte permite apenas uma safra por ano. Quem já não ouviu frases do tipo “somos um país abençoado por Deus, com muita terra, água e sol para a fotossíntese”? Diante dos aplausos generalizados o Brasil foi em frente, confiante e ufanista, para atender os sonhos de nos tornarmos “celeiro do mundo”. Agricultura tropical Entretanto, algo que não nos invejam lá fora são as pragas e doenças, nisso também somos campeões mundiais, porque aqui no Brasil o clima tropical exacerba esse quesito, com uma fartura quase infinita de pragas e doenças, afora a diversidade das ervas daninhas. Assim, a visão de que a natureza tropical estava enfim domesticada e jogaria a favor dos agricultores brasileiros parecia triunfar. Muitos abusaram da sorte e do bom senso no Controle biológico é o equilíbrio da natureza no agrosistema Koppert/Divulgação nhos para dar soluções urgentes, antes que o pânico se estabeleça nas lavouras, o que fará parecer brincadeirinha de criança os problemas enfrentados pelos produtores no controle da maledeta Helicoverpa nas safras 12/13 e 13/14. O exemplo maior desse avançado estágio de preocupação das empresas de agroquímicos foi dado pela Andef – Associação Nacional de Defesa Vegetal, que realizou o workshop Resistências, em meados de novembro último, em
Segundo o especialista, as boas condições de uma área dependem do manejo do solo e das máquinas. Práticas adequadas vão melhorar a resistência do solo ao tráfego do maquinário. Evitar a compactação exige cuidados como o controle da umidade do solo para minimizar os danos provocados pela mecanização, incorporação de matéria orgânica, o uso de plantas com sistema radicular mais profundo, e estabilização do solo. “Os sistemas de semeadura direta (como o plantio direto) podem minimizar os riscos”, afirma Keller. “A compactação pode ocorrer em poucos segundos. A recuperação pode levar décadas”, alerta.
Ele explica que a compactação não só reduz o volume de poros, mas modifica a geometria dos poros. Isso afeta serviços ecológicos importantes do solo e funções, como as propriedades hidráulicas, em fase gasosa de transporte ou o crescimento da raiz. “A compactação do solo está, portanto, associada a muitos problemas ambientais e agronômicos, como a erosão, lixiviação de nutrientes e pesticidas para massas de água receptoras, as emissões de gases de efeito estufa e perdas de rendimento das culturas”, afirma.
Os efeitos da calagem superficial no sistema plantio direto já estão em fase de consolidação. Entretanto, em sistemas de integração lavoura-pecuária sob plantio direto, onde há um aumento da complexidade das respostas pela presença do animal, pouco se conhece. O animal, em pastejo, tem participação efetiva no pisoteio, na desfolhação da pastagem e na produção de excrementos, que acabam por afetar as propriedades do solo, com reflexos sobre a dinâmica da correção da acidez em profundidade.
Os resultados obtidos neste trabalho confirmam as tendências já relatadas por outros autores que também encontraram alterações nos atributos químicos com a aplicação superficial de calcário (Pottker & Ben, 1998; Caires et al., 1998; Petrere & Anghinoni, 2001; Amaral, 2002; Gatiboni et al., 2003), permanecendo o postulado de que com o aumento da dose a correção da acidez em profundidade é maior (Rheinheimer et al., 2000; Gatiboni et al., 2003), mas a maior eficiência ainda é da incorporação (Pottker & Ben, 1998; Rheinheimer et al., 2000; Moreira et al., 2001). Assim, migração em profundidade a partir de calagem superficial pode ser controlada quando se aplica a dose completa para elevar o pH do solo a 6,0, que em 84 meses alcançou a camada até 10 cm, enquanto a calagem incorporada partiu de 10 e alcançou somente os 15 cm. Isto pode ser atribuído à manutenção das características físicas e do ambiente original no primeiro caso, enquanto no revolvimento há o rompimento dos agregados e dos dutos naturais onde ocorrem os processos responsáveis pela migração dos agentes de neutralização da acidez.
Plantio Direto
Paulo C. de F. Carvalho
Existem várias alternativas de sistemas de ILPF no Bioma Pampa. Na metade sul do Rio Grande do Sul, o sistema mais comum é o agropastoril com plantio de arroz irrigado e bovinocultura de corte ou de leite. As principais pastagens perenes incluem o azevém anual, o trevo branco, a aveia branca, festuca, cornichão e pensacola, ou revegetação com espécies nativas. O plantio de citros/pêssego, grãos ou forrageiras é uma forma de integração silviagrícola ou silvipastoril encontrada na região.
Na metade norte, outra versão do sistema agropastoril é utilizada com o plantio de soja-milho (verão)/trigo-pastagem (inverno) e bovinocultura de corte e leite. Na zona de Planalto, o sistema de integração predominante é o silviagrícola com plantio de erva mate, soja-milho, pastagem anual de inverno (aveia-preta, azevém, ervilhaca, milheto etc.).
Se não recente, a ILP é um conceito, por assim dizer, re-emergente. O renovado interesse na ILP tem relação com o potencial deste conceito de produção em trazer não somente benefícios econômicos, mas também ambientais, particularmente quando associado a outras tecnologias de conservação, tal qual o sistema em plantio direto (SPD). ILP em SPD é uma tecnologia genuinamente brasileira. Resulta um sistema em que as benesses aportadas pelo SPD, tais como a conservação estrutural do solo e o aumento da matéria orgânica, entre outras, são potencializadas pela introdução de espécies forrageiras. De forma geral, as forrageiras acumulam ainda mais carbono do que as culturas agrícolas, cujos resíduos se mostram, muitas vezes, insuficientes para a manutenção da cobertura do solo.
Tão fundamental quanto isto, a rotação com plantas forrageiras, e mais especificamente a presença do animal em pastejo em ciclos entre culturas, traz um componente de diversidade ao sistema que não se atinge apenas com o SPD. A presença do animal em pastejo modifica as rotas e a dinâmica da ciclagem de nutrientes no sistema, beneficiando a cultura em sucessão quando a intensidade de pastejo é manejada adequadamente. Pesquisas têm demonstrado que a ILP promove a reciclagem e eficiência no uso dos nutrientes, o aumento dos teores de matéria orgânica do solo, o incremento da biomassa microbiana, a diminuição de pragas e doenças no ciclo agrícola e o aumento da profundidade de reação do calcário aplicado em cobertura. Esses e outros efeitos benéficos aportados pela pecuária ao sistema, tais como o aumento da eficiência do uso da terra, maquinário e instalações, aumento de liquidez e melhoria do fluxo de caixa, etc., têm promovido os sistemas de ILP a ponto de serem, hoje, reconhecidos como estratégicos para o desenvolvimento nacional.
Espécies de Verão
No plano de forrageamento anual, muitas propriedades utilizam espécies anuais de verão, embora a recomendação seja por espécies perenes. Entre as espécies anuais mais utilizadas estão o milheto e o sorgo forrageiro. Essas duas espécies possuem elevado potencial de produção de massa, adaptadas na região, mesmo em sistema integração lavoura-pecuária.
As espécies forrageiras de inverno estão identificadas na Tabela 2. No Sudoeste do Paraná, vêm sendo utilizadas tradicionalmente duas espécies principais, a aveia preta e o azevém. São gramíneas geralmente consorciadas, de excelente qualidade, adaptabilidade e boas produtoras de massa para as condições climáticas da região
Para melhorar a qualidade de forragem e ciclagem de nutrientes no solo, pode-se lançar mão das consorciações, isto é, da mistura de leguminosa e gramínea ou de duas gramíneas. As grandes vantagens de se misturar espécies forrageiras é a melhor distribuição da produção de forragem ao longo do tempo, a manutenção do valor nutritivo adequado por período mais longo e a diminuição dos riscos por adversidades climáticas ou incidência de pragas e doenças. Misturar espécies significa gerar competição. A quantidade de sementes utilizada é diferente do cultivo singular. Uma vez conhecidas as características das forrageiras, pode-se optar por duas ou mais espécies. Diversos tipos de consórcios são conhecidos e bem difundidos no inverno: aveia + azevém, ervilhaca + aveia (Fig. 26) e/ou azevém + trevo, cornichão + azevém, entre outros. No verão, são muito utilizados os consórcios: milheto + papuã, sorgo + papuã, milheto + feijão miúdo, etc. A aveia pode ser consorciada com azevém, centeio, trevo, cornichão e ervilhaca, sendo que para ASSMANN et al. (2004), o consórcio de gramíneas e Figura 25. Pastagem de milheto. 38 Integração Lavoura-Pecuária para a Agricultura Familiar leguminosas de inverno promove aumento do período de pastejo, melhorando o rendimento animal no sistema integração lavoura-pecuária. A ervilhaca pode ser utilizada em consórcio utilizando-se 40 kg/ha de ervilhaca mais 25 kg/ha de azevém por hectare ou 40 kg/ha de ervilhaca mais 40 kg/ha de aveia ou centeio. Outro tipo de consórcio é o de sobressemeadura, em que a espécie anual de inverno é sobressemeada na pastagem perene de verão. Esse manejo procura aumentar o período de utilização da pastagem, manter por mais tempo valor nutritivo adequado, fixar nitrogênio e diminuir o vazio forrageiro de primavera. Os exemplos mais usuais são azevém e ervilhaca sobre Tifton 85 ou Tifton 68 e ervilhaca sobre pioneiro ou cultivares de Panicum.
Manejar os animais no sistema de integração lavoura-pecuária compreende levar animais ao pastejo em áreas onde haja forrageiras em condições de alta oferta de alimentos, o solo não seja sacrificado, os animais possam se alimentar sem dificuldade e proporcionar resposta em produção de leite (Fig. 27). Os animais sobre a pastagem proporcionam ciclagem mais veloz dos nutrientes do solo através das fezes e urina devolvidas imediatamente ao solo. Por consequência, a maior parte dos nutrientes ingeridos da pastagem pelos animais permanece no sistema. É desejável que os animais permaneçam no pasto o maior tempo possível. Resultados de pesquisa demonstraram que o manejo correto dos pastos no inverno é determinante para a manutenção de um bom sistema de plantio direto. Em termos de manejo de pastejo, o produtor/técnico tem em mãos três ferramentas passíveis de manipulação: tempo de pastejo, tempo de descanso e intensidade de pastejo. As várias combinações possíveis desses três fatores definem o que chamamos de métodos de pastejo. O período de ocupação e de descanso de cada piquete é uma decisão do manejador da pastagem em função da espécie forrageira em questão e é definido primeiramente pelo número de piquetes feitos sobre a pastagem. Os principais métodos de pastejo empregados na Região Sul do país são: a) contínuo; b) rotativo fixo; c) rotativo em faixas; d) horário.