Intenção de Ruptura e o Método de Belo Horizonte no Serviço Social

Classificado em Filosofia e Ética

Escrito em em português com um tamanho de 2,75 KB

A Intenção de Ruptura e o Método de Belo Horizonte

O terceiro momento aborda a Intenção de Ruptura, que critica o tradicionalismo e seus suportes ideológicos e metodológicos. Seu objetivo é romper com o tradicionalismo para dar respostas adequadas às demandas do desenvolvimento brasileiro. Nesse contexto, surgiram documentos que pautaram a necessidade de romper com o tradicionalismo e com a forma empírica de envolvimento dos profissionais do Serviço Social.

Nesse sentido, à medida que a sociedade se desenvolve, surgem vários métodos para acompanhar a evolução social e, assim, amenizar a questão social.

O Método de Belo Horizonte segundo J.P. Netto

Segundo J.P. Netto, a Intenção de Ruptura foi desenvolvida na PUCMG, tornando o Método de Belo Horizonte uma alternativa global ao tradicionalismo. Este método postulava:

  • Objeto profissional: Ação social da classe oprimida.
  • Objetivo: Transformação da sociedade e do homem.
  • Meios para alcançar os objetivos: Conscientização, capacitação e organização.

Procurava-se utilizar o método dialético como um processo de abstração e concreção.

Aplicação Prática do Método de Belo Horizonte

Na prática, a aplicação deste método seguia, em termos gerais, três grandes momentos, em sequência:

  1. Momento Sensível: Materializava-se no contato direto com a população.
  2. Momento Abstrato: Manifestava-se na formação de grupos de discussão.
  3. Momento Científico: Os trabalhadores dos diversos grupos se sintetizavam em reuniões plenárias.

Críticas e Limitações do Método

Outro ponto que Netto aponta é o “marxismo sem Marx” que informa a reflexão belo-horizontina. Precisamente pela falta de uma sustentação ontológico-dialética e na escala em que deveria conectar teoria e intervenção prático-profissional, essa reflexão caminha na direção da conjunção do fatalismo mecanicista com o voluntarismo idealista.

Assim, o Método de Belo Horizonte, ao combinar o formalismo e o empirismo em sua redução epistemológica da práxis, e ao estabelecer vínculos iluministas entre concepção teórica e intervenção profissional, deforma as efetivas relações entre teoria, método e prática profissional e simplifica indevidamente as mediações entre profissão e sociedade.

Autonomia Profissional e Crítica

Contudo, o Método de Belo Horizonte consiste na busca por ampliar o espaço profissional, visando ganhar autonomia profissional para desenvolver uma prática profissional crítica.

Entradas relacionadas: