Interações Medicamentosas: Tipos, Mecanismos e Exemplos
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Interações medicamentosas potencialmente perigosas podem ocorrer durante o tratamento com o dissulfiram, pois este interfere com o sistema oxidase de função mista e inibe a biotransformação de antidiabéticos, anticonvulsivantes, benzodiazepínicos, antimicrobianos e outros fármacos.
Interações Físico-Químicas
As interações físico-químicas ocorrem fora do organismo, geralmente em soluções ou misturas, e podem levar à inativação ou precipitação de fármacos. Exemplos incluem:
- Os beta-lactâmicos podem ser inativados pelo pH ácido de soros glicosados.
- Alguns antineoplásicos, como a doxorrubicina, devem ser protegidos da luz por serem fotossensíveis e administrados em equipos escuros.
- Um agente conservador pode inativar outro medicamento. Ex.: bissulfito para as penicilinas.
- O gluconato de cálcio e o fosfato de potássio, se misturados em nutrição parenteral, podem precipitar.
- As penicilinas e as cefalosporinas reagem com o grupo amino dos aminoglicosídeos e os inativam; portanto, não devem ser misturadas em soluções intravenosas.
- As tetraciclinas são agentes quelantes eficientes contra vários cátions, com os quais formam complexos pouco solúveis.
- Inativação do nitroprussiato pela luz.
- Adsorção da insulina pelo frasco e equipos.
Interações Farmacodinâmicas
As interações farmacodinâmicas resultam das ações próprias de cada agente terapêutico administrado e ocorrem em nível de receptores e estruturas intimamente associadas a eles. Um receptor farmacológico é qualquer componente biológico que interage com uma molécula da droga, produzindo um efeito sobre o organismo.
Essas interações podem ser sinérgicas (potencializam o efeito) ou antagônicas (diminuem ou anulam o efeito), tanto para efeitos tóxicos quanto benéficos. São divididas em:
- Interações sobre receptores: Quando duas ou mais drogas atuam sobre o mesmo sistema de receptores. Por exemplo, as interações entre agonista e antagonista adrenérgico.
- Interações sobre o sistema de controle fisiológico: Como, por exemplo, os vasodilatadores e os diuréticos que, atuando por mecanismos diferentes, diminuem a pressão arterial.
Os efeitos secundários de várias drogas também podem ser a causa de interações farmacodinâmicas. Uma droga pode alterar o meio interno normal, desse modo, aumentando ou diminuindo o efeito de outro fármaco. Um exemplo bem conhecido deste tipo de interação é a intensificação dos efeitos tóxicos da digoxina como resultado de uma hipocalemia induzida por diuréticos.
Exemplos Adicionais de Interações Farmacodinâmicas
Praticamente, as associações medicamentosas são realizadas com base em interações farmacodinâmicas que propiciam a terapêutica.
- Os inseticidas organofosforados atuam inibindo a acetilcolinesterase, aumentando, portanto, os níveis de acetilcolina, principalmente nos terminais parassimpáticos. Estes efeitos são antagonizados pela atropina (antagonista colinérgico) e pela pralidoxima (ativador da acetilcolinesterase), que são usadas como antídotos para esses inseticidas.
- A atropina é utilizada para diminuir a salivação e secreções excessivas do trato respiratório em anestesia para cirurgias. Após a cirurgia, utiliza-se um inibidor da acetilcolinesterase (neostigmina) para reverter os efeitos da atropina.
- Os Antidepressivos Tricíclicos bloqueiam a captação de noradrenalina, aumentando, portanto, a concentração pós-sináptica de neurotransmissores ativos.