Intervenção do Estado na Economia: Políticas e Orçamento

Classificado em Economia

Escrito em em português com um tamanho de 22,07 KB

Decisões e Intervenção do Estado na Economia

O Papel do Setor Público

Composição do Setor Público

O setor público é o conjunto de órgãos administrativos pelos quais o Estado cumpre ou fará cumprir a política expressa nas leis fundamentais do país. Esta classificação inclui no setor público: o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e órgãos públicos autônomos, instituições, empresas e indivíduos que exercem atividade econômica em nome do Estado ou são por ele representados. Abrange, portanto, todas as atividades que o Estado (governo central e local) possui ou controla.

Papel e Volume do Setor Público

O papel e o volume do setor público dependem, em grande medida, do que em cada momento é considerado de interesse público, sendo necessário definir previamente o alcance desse interesse. Normalmente, o setor público constitui uma proporção significativa da economia de um país e influencia a atividade econômica global. Por exemplo, o Governo pode limitar o crescimento dos salários dos funcionários públicos para evitar o aumento da inflação, implementando, assim, uma política de preços e rendimentos informal. O setor público pertence a todos os cidadãos.

Política Econômica

Definição de Política Econômica

É a estratégia definida pelos governos para conduzir a economia dos países. Esta estratégia utiliza ferramentas para alcançar objetivos ou resultados econômicos específicos.

Ferramentas da Política Econômica

As ferramentas referem-se às políticas:

  • Fiscal
  • Monetária
  • Cambial
  • De preços
  • Do setor externo, etc.

A política monetária, por exemplo, através de decisões sobre a emissão de moeda, pode gerar efeitos sobre o crescimento econômico, a inflação ou as taxas de juros. A política fiscal, através das decisões sobre gastos públicos e impostos, pode ter efeitos sobre a atividade produtiva das empresas e, consequentemente, sobre o crescimento econômico. A política comercial (ou de comércio exterior) tem efeitos sobre as receitas fiscais e o nível de atividade econômica, e assim por diante.

Incentivos e Restrições

Em geral, a intervenção estatal pode assumir muitas formas. Principalmente, visa modificar o comportamento dos agentes econômicos através de incentivos, estímulos, benefícios fiscais, etc., ou proibir ou restringir as ações desses agentes.

Coordenação de Políticas

Embora os objetivos pretendidos sejam, por vezes, múltiplos e contraditórios, deve haver coordenação e integração entre as diferentes políticas para que produzam os resultados esperados.

Resultados de Curto e Longo Prazo

As medidas de curto prazo visam solucionar a situação conjuntural, ou seja, a conjuntura econômica atual; portanto, são medidas conjunturais. Procuram lidar com questões como inflação, desemprego, etc.

As medidas de longo prazo buscam outros tipos de efeitos, que podem afetar a estrutura econômica do país; portanto, são medidas estruturais. Podem incluir, por exemplo, incentivar o desenvolvimento de um setor específico da economia (indústria, agricultura), buscar uma melhor distribuição de renda, etc. Todos são processos que levam tempo para se desenvolver e que, em geral, buscam o bem-estar dos habitantes do país.

Análise do Orçamento Público: Receitas e Despesas

Definição do Orçamento do Estado

É a expressão quantificada, conjunta e sistemática das obrigações (despesas) que, no máximo, podem ser reconhecidas, e dos direitos (receitas) que se preveem liquidar durante o exercício (geralmente um ano).

Preparação e Aprovação do Orçamento (Ex: Espanha)

É preparado anualmente pelo Ministério da Economia e Finanças (Secretaria-Geral de Orçamentos e Despesas, com suas Direções-Gerais) e aprovado, em fase de projeto, pelo Conselho de Ministros. O Governo o apresenta ao Congresso dos Deputados, que vota sua admissão geral ou emendas totais. A aprovação de uma emenda total significa sua devolução ao Governo. Superada esta etapa, a capacidade de introduzir emendas parciais está sujeita a que qualquer alteração mantenha o orçamento equilibrado. Posteriormente, é aprovado pelo Senado, que realiza uma segunda leitura, mas cuja capacidade de alteração é muito limitada, antes da apresentação final ao Congresso. Em caso de não aprovação, prevê-se a prorrogação do orçamento do ano anterior.

Composição do Orçamento do Estado (Exemplo: Espanha)

O Orçamento Geral do Estado na Espanha inclui:

  1. Orçamento do Estado Central (Casa de Sua Majestade o Rei, Cortes Gerais, Defensor do Povo, Tribunal de Contas, Tribunal Constitucional, Conselho de Estado, etc.)
  2. Orçamentos dos Organismos Autônomos da Administração Central (Agência Espanhola de Cooperação Internacional, Parque Móvil del Estado, Direção Geral de Tráfego, etc.)
  3. Orçamento da Seguridade Social
  4. Orçamentos das Agências Estatais (Instituto Cervantes, Agência Espanhola de Proteção de Dados, Centro Nacional de Inteligência, Agência Estatal de Administração Tributária, Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência, Conselho Econômico e Social, ICEX, Conselho de Segurança Nuclear, Museu do Prado, etc.)
  5. Orçamentos dos Organismos Públicos com regulamentação específica que confere limitação de crédito ao seu orçamento
  6. Orçamentos das Sociedades Mercantis Estatais
  7. Orçamentos das Fundações do Setor Público Estatal
  8. Orçamentos das Entidades Públicas Empresariais e outros Entes Públicos
  9. Orçamentos dos Fundos sem personalidade jurídica

Receitas Públicas

  1. Impostos Diretos e Contribuições Sociais
    1. Sobre a Renda
    2. Sobre o Capital
    3. Contribuições Sociais
    4. Outros Impostos Diretos
  2. Impostos Indiretos
    1. Sobre o Valor Adicionado (IVA)
    2. Impostos Especiais
    3. Sobre o Tráfego Externo
    4. Outros Impostos Indiretos
  3. Taxas, Preços Públicos e Outras Receitas
    1. Taxas
    2. Preços Públicos
    3. Outras Receitas (Venda de Serviços)
    4. Venda de Bens
    5. Reintegrações de Operações Correntes
    6. Outras Receitas Patrimoniais
  4. Transferências Correntes
    1. De Organismos Autônomos
    2. Da Seguridade Social
    3. De Empresas Públicas, Fundações e Outras Entidades do Setor Público
    4. Das Comunidades Autônomas
    5. Do Exterior
  5. Receitas Patrimoniais
    1. Juros de Adiantamentos e Empréstimos Concedidos
    2. Juros de Depósitos
    3. Dividendos e Participações nos Lucros
    4. Aluguéis de Imóveis
    5. Receitas de Concessões e Aproveitamentos Especiais
  6. Alienação de Investimentos Reais
    1. De Terrenos
    2. De Outros Investimentos Reais
    3. Reintegrações por Operações de Capital
  7. Transferências de Capital
    1. De Organismos Autônomos
    2. Das Comunidades Autônomas
    3. Do Exterior
  8. Ativos Financeiros
    1. Reembolsos de Empréstimos Concedidos ao Setor Público
    2. Reembolsos de Empréstimos Concedidos Fora do Setor Público

Despesas Públicas

  1. Operações Não Financeiras
    1. Operações Correntes
      1. Despesas com Pessoal
      2. Despesas Correntes em Bens e Serviços
      3. Despesas Financeiras (Juros)
      4. Transferências Correntes
    2. Fundo de Contingência e Outras Imprevisões
    3. Operações de Capital
      1. Investimentos Reais
      2. Transferências de Capital
  2. Ativos Financeiros
  3. Passivos Financeiros
  4. Transferências entre Subsetores Públicos
    1. Transferências Correntes
    2. Transferências de Capital

Política Fiscal e Distribuição de Renda

Definição de Política Fiscal

É uma política econômica que utiliza os gastos públicos (G) e os impostos (T) como variáveis de controle para assegurar e manter a estabilidade econômica, gerando déficit ou superávit orçamentário, conforme o caso. Portanto, é uma política na qual o Estado participa ativamente, diferentemente de outras, como a política monetária.

Objetivos da Política Fiscal

  • Pleno emprego (nível mais alto possível de ocupação).
  • Controle da demanda agregada por meio da tributação e dos gastos públicos.
  • Controle do déficit ou superávit orçamentário.

Gráfico da Política Fiscal

O processo é resumido no gráfico abaixo, que considera o investimento como fixo e os impostos (T) como proporcionais à produção (Y ou PIB):

Gráfico da Política Fiscal: Receitas (T) e Despesas (G) em função do PIB

  • T: Impostos (tributos) – dinheiro pago pelos cidadãos. A linha T é crescente com o PIB.
  • G: Gastos do governo – dinheiro gasto pelo Estado em obras, serviços, etc. A linha G é considerada fixa (horizontal) no curto prazo.
  • Eixo das ordenadas (vertical): Mede valores monetários (receitas ou despesas).
  • Eixo das abscissas (horizontal): Produto Interno Bruto (PIB) ou nível de produção/renda (Y).
  • P1: Ponto de equilíbrio fiscal (T = G).
  • Zona vermelha (à esquerda de P1, ex: P2): Área de déficit orçamentário (G > T), pois as despesas superam as receitas. Ocorre quando o PIB é baixo.
  • Zona verde (à direita de P1, ex: P3): Área de superávit orçamentário (T > G), pois as receitas (impostos) superam as despesas. Ocorre quando o PIB é alto.

O Déficit Fiscal é Ruim?

Deve ficar claro que o déficit fiscal (quando o governo gasta mais do que arrecada) não é, necessariamente, algo ruim a ser evitado. Os defensores da política fiscal ativa (keynesianos) acreditam que, em certas situações (como recessão), em vez de buscar o equilíbrio (P1 no gráfico), o governo deve aumentar seus gastos para estimular a economia, mesmo que isso gere um déficit (G > T).

Mecanismos de Controle Keynesianos

  1. Variação dos Gastos Públicos (G)
    • Gasto Público (G): Refere-se a como o Estado gasta dinheiro para financiar obras públicas (estradas, infraestrutura), serviços (saúde, educação) e outras atividades. Corresponde às despesas totais do governo em bens e serviços.
    • Impacto no PIB: A política fiscal expansionista (aumento de G) argumenta que mais gastos públicos geram mais atividade econômica. Se o governo investe, contrata trabalhadores (reduzindo o desemprego) e demanda mais matérias-primas, isso estimula a produção, aumentando o Produto Interno Bruto (PIB).
    • Déficit é aceitável? Na visão keynesiana, incorrer em déficit (gastar mais do que arrecadar) não é inerentemente ruim, podendo ser uma ferramenta útil para estimular a economia em períodos de recessão.
  2. Variação dos Impostos (T)
    • Aumento do Consumo: Reduzir impostos aumenta a renda disponível dos consumidores (o dinheiro que as pessoas têm para gastar). Com mais renda disponível, é provável que gastem mais. A proporção da renda adicional que é gasta é chamada de Propensão Marginal a Consumir (PMgC), e a proporção poupada é a Propensão Marginal a Poupar (PMgP).
    • Efeito Multiplicador: O estímulo inicial (via gastos do governo ou redução de impostos) pode gerar um impacto ampliado na economia devido ao efeito multiplicador, um conceito central na teoria keynesiana. A ideia é que o dinheiro gasto por uma pessoa se torna renda para outra, que por sua vez gasta uma parte, e assim sucessivamente, gerando um aumento total na produção (produto nacional) maior que o estímulo inicial. Exemplo:
      1. Suponha que a Propensão Marginal a Consumir (PMgC) seja 0,8 (ou 80%). Isso significa que, de cada unidade monetária adicional de renda, as pessoas gastam 80% e poupam 20%.
      2. O governo (ou um consumidor, após redução de impostos) gasta 100 unidades monetárias. Isso aumenta diretamente o produto nacional em 100.
      3. Quem recebeu os 100 (o vendedor) agora tem mais renda e gastará 80% disso (PMgC = 0,8), ou seja, 80 unidades monetárias. O PIB aumenta mais 80.
      4. Quem recebeu os 80 gastará 80% disso, ou seja, 64 unidades monetárias. O PIB aumenta mais 64.
      5. Quem recebeu os 64 gastará 80% disso, ou seja, 51,2 unidades monetárias. O PIB aumenta mais 51,2.
      6. O próximo gastará 80% de 51,2, ou seja, 40,96. O PIB aumenta mais 40,96.
      7. E assim por diante: 32,77, 26,21, 20,97, 16,78...
      8. Qual o aumento total no produto nacional? É a soma: 100 + 80 + 64 + 51,2 + 40,96 + ... Esta é uma progressão geométrica cuja soma é igual ao gasto inicial multiplicado pelo multiplicador [1 / (1 - PMgC)]. Neste caso: 100 * [1 / (1 - 0,8)] = 100 * (1 / 0,2) = 100 * 5 = 500 unidades monetárias.
      9. Portanto, um gasto inicial de 100 gerou um aumento total de 500 no produto nacional.
    • Impacto dos Impostos na Renda Disponível: Reduzir impostos aumenta a renda disponível, o que tende a aumentar o consumo e, via multiplicador, o produto nacional. Aumentar impostos tem o efeito oposto (reduz a renda disponível e o produto nacional), podendo ser uma medida apropriada para conter a demanda e a inflação, ou para gerar um superávit orçamentário.

Tipos de Política Fiscal

  1. Política Fiscal Expansionista
    • Objetivo: Estimular a demanda agregada, especialmente durante recessões, para impulsionar a economia.
    • Mecanismos:
      • Aumentar os gastos públicos (G): Para elevar a produção e reduzir o desemprego.
      • Reduzir os impostos (T): Para aumentar a renda disponível das famílias (estimulando o consumo) e os lucros das empresas (estimulando o investimento). O resultado é um aumento da demanda agregada.
    • Consequências: Tende a gerar déficit orçamentário (G > T) e pode levar à inflação se a economia se aproximar do pleno emprego.
  2. Política Fiscal Restritiva (ou Contracionista)
    • Objetivo: Reduzir a demanda agregada, por exemplo, durante períodos de expansão excessiva ("superaquecimento") para conter a inflação.
    • Mecanismos:
      • Reduzir os gastos públicos (G): Para diminuir a demanda agregada e a produção.
      • Aumentar os impostos (T): Para reduzir a renda disponível e o lucro das empresas, diminuindo o consumo e o investimento. A demanda agregada se desloca para a esquerda.
    • Consequências: Tende a gerar superávit orçamentário (T > G).

Contexto Histórico (Keynes)

  • Ideias de John Maynard Keynes:
    • Crítica à Lei de Say: Keynes argumentou que a Lei de Say ("a oferta cria sua própria demanda") nem sempre se verifica. A economia pode encontrar um equilíbrio com desemprego.
    • Intervenção Estatal: Defendeu que o Estado tem a responsabilidade de intervir para combater o desemprego (ao contrário dos economistas clássicos e monetaristas, que acreditavam em mecanismos de autoajuste). O instrumento para isso seria o controle da demanda agregada via política fiscal.
    • Instabilidade Econômica: Considerava que o pleno emprego não era o estado natural ou permanente da economia, que seria inerentemente flutuante.

Críticas à Política Fiscal

  • Estagflação: A política fiscal keynesiana tradicional mostrou limitações nos anos 1970, ao não conseguir explicar ou combater a estagflação (coexistência de alta inflação e alto desemprego), fenômeno impulsionado, em parte, pela crise do petróleo de 1973.
  • Outras Críticas:
    • Efeito Deslocamento (Crowding Out): Uma política expansionista (aumento de G, redução de T) geralmente aumenta o déficit, que precisa ser financiado. O governo emite títulos da dívida pública. Para atrair compradores, pode precisar oferecer taxas de juros mais altas. Isso pode encarecer o crédito para o setor privado, desestimulando o investimento privado. Ou seja, o aumento do gasto público pode "deslocar" o investimento privado, reduzindo o impacto expansionista líquido.
    • Impacto no Câmbio e Comércio Exterior: O financiamento do déficit via emissão de dívida pode atrair capital estrangeiro (se os juros subirem), levando à valorização da moeda nacional. Uma moeda mais forte torna as exportações mais caras e as importações mais baratas, podendo piorar o déficit comercial, o que não é desejável, especialmente em recessão.
    • Defasagens (Lags): A política fiscal está sujeita a defasagens: defasagem de reconhecimento (tempo para perceber a necessidade de agir), defasagem de decisão (tempo para decidir e aprovar a medida) e defasagem de implementação/impacto (tempo para a medida surtir efeito). Aplicar uma política no momento errado do ciclo econômico (ex: restritiva na recessão) pode ser prejudicial.
    • Propensão a Consumir Variável: Críticos argumentam que a Propensão Marginal a Consumir não é constante e pode variar entre diferentes grupos de pessoas e ao longo do tempo, tornando o efeito multiplicador menos previsível.

Intervenção Regional (Ex: Andaluzia)

Na Andaluzia, assim como em outras regiões da Espanha e em diversos países, o setor público intervém para regular a economia e mitigar problemas associados a uma economia de mercado pura (falhas de mercado, desigualdade, etc.).

Avaliação dos Efeitos do Estado de Bem-Estar

Definição de Estado de Bem-Estar

O Estado de Bem-Estar (ou Estado-Providência) refere-se a um modelo em que o Estado assume um papel ativo na garantia da proteção social aos seus cidadãos, assegurando direitos básicos como saúde, educação, habitação, previdência social (pensões), serviços sociais e proteção ao trabalhador/emprego.

Origem do Estado de Bem-Estar

Embora com raízes anteriores, o Estado de Bem-Estar moderno consolidou-se principalmente após a Segunda Guerra Mundial, especialmente na Europa. Eventos como as Guerras Mundiais, a Grande Depressão de 1929, a instabilidade política e a ascensão de ideologias alternativas legitimaram uma maior intervenção estatal na economia para garantir o bem-estar social e a estabilidade econômica. Muitos países abandonaram políticas minimalistas anteriores e adotaram programas abrangentes de proteção social.

Modelos de Estado de Bem-Estar na Europa

Embora se fale em um "modelo social europeu" em contraste com o modelo dos EUA, a realidade na União Europeia é diversificada. Existem diferentes modelos de Estado de Bem-Estar, que podem ser agrupados (com simplificações) em quatro tipos principais:

  1. Modelo Nórdico (Ex: Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega):
    • Alto Nível de Proteção: Caracteriza-se pelo mais elevado nível de proteção social, com acesso universal a benefícios (baseado na cidadania, com poucas condicionalidades).
    • Mercado de Trabalho: Forte investimento em políticas ativas de emprego para rápida reinserção dos desempregados; alto nível de emprego público; sindicatos fortes com alta adesão e poder de negociação, resultando em baixa dispersão salarial (maior igualdade de renda).
  2. Modelo Continental (Ex: Alemanha, França, Bélgica, Áustria):
    • Foco em Seguridade Social: Baseado no princípio da seguridade social (ligado a contribuições prévias) e com peso significativo dos gastos em pensões. Pode incluir benefícios menos atrelados à empregabilidade.
    • Mercado de Trabalho: Políticas ativas de emprego menos proeminentes que no modelo nórdico; sindicatos com poder relevante na negociação coletiva, mesmo com adesão variável.
    • Benefícios por Incapacidade: Relevância dos benefícios por incapacidade.
  3. Modelo Anglo-Saxão (Ex: Reino Unido, Irlanda):
    • Ênfase na Assistência Social: Nível de proteção social geralmente menor que nos modelos anteriores, com maior ênfase na assistência social (means-tested). Benefícios mais direcionados à população em idade ativa e condicionados à empregabilidade (exigência de trabalho prévio).
    • Mercado de Trabalho: Políticas ativas de emprego relativamente importantes; sindicatos com menor poder de negociação, contribuindo para maior dispersão salarial e maior incidência de empregos de baixa remuneração.
  4. Modelo Mediterrâneo (Ex: Espanha, Itália, Portugal, Grécia):
    • Desenvolvimento Tardio e Foco em Pensões: Estado de Bem-Estar desenvolvido mais tardiamente (décadas de 1970/80). Gastos sociais proporcionalmente menores, com forte concentração em pensões e baixo peso da assistência social. Maior segmentação no acesso a direitos e benefícios, com acesso mais condicional.

Entradas relacionadas: