Irmandades da Fala: Impulso à Literatura Galega

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As Irmandades da Fala e a Literatura Galega

As Irmandades da Fala nasceram a partir de 1916 em diversas localidades galegas, tendo como objetivo a dignificação e a expansão dos usos do galego através de uma série de iniciativas:

  • Animaram o cultivo literário do galego através da convocação de concursos, revistas e jornais, fundando quadros de declamação e representando peças teatrais.
  • Ampliaram, através dos seus associados, os reduzidos círculos de leitores com que contava o galego no início do século.
  • Conseguiram diversificar e renovar progressivamente os géneros e propostas literárias, dotando-os de maior pluralidade e qualidade.
  • Verteram, pela primeira vez, obras da literatura universal para o galego.

A Poesia das Irmandades

No início do século XX, a qualidade dos textos produzidos era inferior à alcançada por Rosalía, Pondal e Curros no Rexurdimento. A imprensa em galego desaparecera por completo, e o galego usava-se exclusivamente na edição de versos e legendagem de tiras humorísticas. Não havia nenhuma editora dedicada a livros galegos. Em relação à narrativa e ao teatro, continuavam a ser géneros de magros resultados, onde o cenário principal era dominado pela poesia.

A Narrativa das Irmandades

As Irmandades da Fala procuraram criar os meios e canais de divulgação necessários para desenvolver os géneros literários que no Rexurdimento do século anterior não tinham conseguido alcançar o nível da lírica. Criar editoras, formar uma massa leitora cada vez maior e fomentar a cultura desses géneros foram objetivos para a entidade. As principais tendências narrativas foram:

  • O humor e o macabrismo para cativar o gosto de um público urbano (ex: Un Olho de Vidro).
  • O neoceltismo, que clamava pela recuperação das raízes celtas.
  • A narrativa etnográfica (ex: A Santa Compaña).
  • A narrativa naturalista.
  • Uma tendência simbolista.

O Teatro das Irmandades

Apresentou quatro tendências básicas:

  • Social e anticaciquil (ex: A Ponte).
  • Costumista-humorística, plasmada nos géneros menores.
  • Histórica, centrada na evocação ou recriação de momentos e figuras do passado (ex: A Torre de Peito Burdelo).
  • Teatro lírico (ex: Os Ártabros).

A falta de atores e de companhias teatrais dedicadas à representação de obras em galego foi um desafio. Também foi difícil a edição de peças teatrais em galego. A desvalorização que o galego padecia nas camadas médias e urbanas da sociedade foi outro grande impedimento, juntamente com a concorrência do cinema. As principais correntes teatrais foram a conservadora, a social, a costumista e a histórica.

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