A Jornada da Contabilidade: Da Antiguidade ao Século XIX

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A Contabilidade Antes de Cristo

Muito antes que a Europa se fortalecesse economicamente, economias sofisticadas para a época já existiam no Oriente Médio e no Extremo Oriente. A dinastia Shang, na China, remonta a 1600 a.C., ao passo que registros de uma cultura sofisticada na Índia datam de 2300 a.C. As grandes pirâmides do Egito, a primeira das quais foi construída quatro mil anos atrás, confirmam a antiguidade dessa civilização. O conhecimento dessas civilizações atingiu seu ápice na Grécia Clássica, época dos grandes filósofos como Platão, Aristóteles, escritores como Homero e Sófocles, e matemáticos como Euclides e Pitágoras.

A Contribuição do Século I

Neste século, houve uma importante contribuição do conhecimento árabe aos demais continentes: a introdução do número 0 (zero) e seu conceito, que para nós, atualmente, é extremamente simples.

Controles Contábeis na Bíblia

Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio Jesus relatou em Lucas, capítulo 16, versos 1 a 7: o administrador que fraudou seu senhor, alterando os registros de valores a receber dos devedores. Já no tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que se tinha! (Gênesis 41:49). Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era uma prática comum.

Contabilidade no Mundo Medieval (Século XIV)

Começam a surgir em diversos centros comerciais no norte da Itália a escrituração por partidas dobradas. O primeiro registro de um sistema completo de escrituração por partidas dobradas é encontrado nos arquivos municipais da cidade de Gênova, em meados de 1340.

Contabilidade no Mundo Moderno (Século XV)

Do surgimento das partidas dobradas no século XIV, seu grande documentador foi o frei franciscano Luca Pacioli, professor, matemático e escritor do livro Summa de arithmetica, geométrica, proportioni et proportionalitá, lançado em Veneza em 1494. Neste livro de matemática, havia um capítulo chamado Particularis de Computis et Scripturis, que tratava da explicação das partidas dobradas e apresentava o raciocínio em que se baseavam os lançamentos contábeis.

Luca Pacioli e as Partidas Dobradas

Escreveu Particularis de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, mesmo esta teoria sendo evidenciada somente anos depois.

Expansão e Novas Rotas Comerciais

A partir do final do século XV, as cidades italianas começaram a decair tanto politicamente quanto como centros de comércio. Com o descobrimento do Novo Mundo (inclui-se a América) e a abertura de novas rotas de comércio, os centros comerciais se deslocaram para a Espanha e Portugal, e posteriormente para Antuérpia e os Países Baixos. Desta forma, o sistema de partidas dobradas italianas foi se difundindo pela Europa, entretanto sem grandes mudanças em sua estrutura.

O Início das Escolas de Pensamento Contábil

O século XV também ficou marcado na história da contabilidade como o século que iniciou as escolas de pensamento contábil. A primeira escola de pensamento que podemos citar é a Escola Contista. Seu precursor foi o comerciante Benedetto Cotrugli. Entre os pensadores contistas, Edmundo Degranges foi um dos que mais se destacaram, expondo em 1795 a teoria das cinco contas (mercadorias, dinheiro, efeitos a receber, efeitos a pagar e lucros e perdas).

A Contabilidade no Século XVI

Segundo alguns estudiosos, a contabilidade chegou ao Brasil neste século, através dos espanhóis e dos portugueses.

Escolas de Pensamento Contábil no Século XIX

Neste século, surgem algumas escolas de pensamento contábil, como a Escola Materialista, cujo precursor foi o italiano Francesco Villa, em 1840. Para o materialismo, o objeto essencial da contabilidade era a gestão da riqueza gerada. Outra escola deste século foi a Escola Personalista, cujo precursor foi o militar italiano Giuseppe Cerboni, em 1886. Trazia uma nova postura no desenvolvimento da ciência contábil: os elementos patrimoniais podiam ser representados por pessoas com as quais se mantinham relações jurídicas. Ou seja, todos os débitos realizados nas contas dessas pessoas representavam suas responsabilidades, e os créditos correspondiam a seus direitos com relação ao titular do patrimônio, como por exemplo, as contas: O Negociante, Os Efeitos em Espécies e Os Correspondentes.

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