Kant: Conhecimento a Priori e Experiência
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Kant: Experiência e Conhecimento a Priori
Para explicar este conceito, vou começar por falar sobre processos judiciais. Segundo Kant, para que um julgamento possa ser considerado científico, deve satisfazer duas condições: aumentar o nosso conhecimento e possuir validade universal e necessária, ou seja, não pode ser diferente e tem o valor fornecido em cada caso.
Kant dividiu os juízos em dois tipos:
- Analíticos: O predicado já está incluído no sujeito. É uma opinião de motivos, que não aumenta o nosso conhecimento.
- Sintéticos: O predicado não está no sujeito. É um julgamento extensivo que, se aumentarmos o nosso conhecimento, pode ser:
- a priori: independentes da experiência, necessários e universais.
- a posteriori: com base na experiência, é provável.
Kant diz que os julgamentos científicos devem ser sintéticos a priori, ao contrário de Hume, que afirmou que os julgamentos matemáticos e físicos eram analíticos e, portanto, não eram possíveis. Não há dúvida de que o nosso conhecimento começa com a experiência, mas se temos a capacidade de construir juízos sintéticos a priori é porque nem todo o nosso conhecimento vem da experiência. Nos nossos julgamentos deve haver algo independente dela.
Kant, na Crítica da Razão Pura, destina-se a encontrar esses elementos e justificar o seu uso, e agora procura um meio-termo entre o racionalismo (a razão não leva em conta a experiência, apenas ideias inatas) e o empirismo (todo o conhecimento vem da experiência). A compreensão axial não começa a pensar por si mesma, algo deve ser dado a partir do exterior.
Sensibilidade e Entendimento
Primeiro, somos recetivos às sensações. Graças a elas, relacionamo-nos com os objetos através dos sentidos (intuição empírica). Mas as sensações não são o objeto de toda a nossa experiência, há outra coisa que é definida pelo conhecedor para unificar, desenvolver e gerir a arte de sentir e esse "algo" é um a priori, é um elemento estrutural. É uma relação que Kant chamou de matéria e forma.
O objeto vem da experiência que oferecemos aos sentidos através das "formas" do sujeito. Portanto, o objeto conhecido para nós é o produto de uma mistura de matéria e forma de dados empíricos e formas a priori (são condições que tornam possível o nosso conhecimento da realidade). Kant não analisa as nossas mentes, mas o conhecimento de si mesmo para descobrir a priori as condições que o tornam possível.
Mas parece impossível que se possa saber algo a priori de um objeto, por isso Kant diz que se o objeto é regido pelas leis do conhecimento, então está tudo explicado. É o que ele chama de "revolução copernicana": o objeto é regido pelo nosso conhecimento. Entende-se que só conhecemos a priori das coisas que nós mesmos colocamos nelas pelas faculdades da sensibilidade e do entendimento.