Kant: Fenômeno, Númeno e Liberdade

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Kant: Distinção entre Fenômeno e Númeno

Kant apresentou em detalhes a diferença entre fenômeno e númeno e, por outro lado, a distinção entre saber e pensar.

Fenômenos:

  1. Só sabemos o que nos aparece na intuição sensível.
  2. Nosso conhecimento do fenômeno é o resultado de uma dupla síntese:
    • Primeiro nível de sensibilidade entre os dados da experiência (impressões sensoriais) e as formas a priori da sensibilidade: espaço e tempo.
    • Segundo nível entre os dados organizados espacial e temporalmente e os conceitos ou categorias do entendimento.
  3. Nosso conhecimento teórico limita-se aos objetos da experiência, ao que nos é mostrado, de modo que qualquer aplicação das categorias a algo do qual não tenho experiência não produz conhecimento.
  4. A coisa em si, o númeno, independentemente da minha maneira de saber, é incognoscível. Mas "os mesmos objetos como coisas em si, embora não possamos saber, pelo menos podemos pensar sobre eles".

A Liberdade Humana e a Terceira Antinomia

Kant afirma no texto que a liberdade humana só pode ser defendida se for feita a distinção entre fenômeno e númeno e, portanto, seria resolvida a terceira antinomia:

  1. Todos os fenômenos, e o homem como tal, estão sujeitos ao "princípio de causalidade", ou seja, são determinados, portanto, não há liberdade.
  2. Então, se não há distinção entre o homem como fenômeno e o homem como númeno, ninguém poderia dizer do mesmo ser, "a alma humana", que "sua vontade é livre" e que "ao mesmo tempo está sujeita à necessidade natural, ou seja, que não é livre", sem cair em uma contradição manifesta.

Alma, Liberdade e a Distinção Fenômeno/Númeno

Kant afirma no texto que, embora alma e liberdade não possam ser conhecidas pela razão teórica, elas podem ser pensadas, e a liberdade pode ser pensada sem contradição se for feita, previamente, a distinção entre o homem como fenômeno e o homem como númeno.

  1. Não sabemos o que é a alma pela razão teórica e, portanto, a propriedade da liberdade da alma é uma ideia da razão à qual não corresponde nenhuma intuição empírica.
  2. A análise empreendida por Kant da razão teórica levou à diferença fundamental entre fenômeno e númeno, de modo que "uma e a mesma vontade se destina, no (...) fenômeno sob a lei da natureza e, neste sentido, pois não é livre e, ainda assim, como parte de uma coisa em si, e não está sujeita à lei (...) como livre, sem cometer contradição".

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