O Liberalismo e as Revoluções do Século XIX

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O Liberalismo do Século XIX

O liberalismo é uma ideologia baseada nos princípios do Iluminismo, propondo uma nova forma de organização política, social e econômica.

Seus principais precursores foram os filósofos e pensadores do Iluminismo (século XVIII), anteriores à Revolução Francesa. As revoluções americana e francesa tentaram implementar as ideias liberais, que foram confirmadas nos Estados Unidos, mas falharam inicialmente na Europa.

Ao longo do século XIX, muitos pensadores desenvolveram a ideologia liberal, tornando-a mais adequada para a vitória final na Europa. O grupo social que melhor se identificou com essa nova ideologia foi a burguesia, que inicialmente arrastou consigo outros elementos do Terceiro Estado para a luta, mas depois se separou e se confrontou com eles.

Liberalismo na Política

  • A ideia central do liberalismo na política é garantir a liberdade do indivíduo contra o Estado, impedindo que este tenha um poder excessivo, como no Antigo Regime, devido ao poder absoluto dos monarcas.
  • A ideologia liberal baseia-se em Montesquieu. Parte da ideia de que o Estado deve se basear na separação dos seus diversos poderes para impedir que qualquer pessoa ou instituição acumule muito poder e se torne uma tirania. Portanto, os poderes executivo, legislativo e judiciário devem ser exercidos por instituições diferentes.
  • O Estado deve adotar uma política de intervenção mínima. Isso se baseia na crença de que cada indivíduo buscará o melhor para si, o que, a longo prazo, beneficiará toda a sociedade, cabendo ao Estado atuar onde isso não possa ser cumprido.
  • A organização política liberal defende a liberdade do indivíduo. O detentor final do poder é o povo: este poder, ou soberania popular, implica restrições à autoridade dos reis pelas Constituições, que estabelecem os direitos dos cidadãos, como a integridade pessoal, liberdade de religião, de imprensa e proteção da propriedade privada.
  • O direito de legislar pertence apenas aos parlamentos eleitos pelos cidadãos, e os cidadãos só são obrigados a cumprir as leis que preveem, de acordo com a interpretação dada a elas por juízes independentes.

A crítica iluminista ao Antigo Regime o derrubou.

A Revolução Americana e o Nascimento dos EUA

As ideias iluministas foram implementadas pela primeira vez na América do Norte, onde havia 13 colônias inglesas. O rei da Inglaterra, George III, tentou aumentar os impostos, e os representantes das 13 colônias se reuniram na Filadélfia em 1774 para reivindicar seus direitos em um comunicado que relatava, pela primeira vez, as ideias do Iluminismo, tornando-se rebeldes à Inglaterra por não acatarem a decisão do rei.

George III enviou tropas para subjugar os rebeldes, mas eles proclamaram um estado independente em 4 de julho de 1776, e uma nova Declaração de Direitos, também de cunho iluminista, estabeleceu no artigo 1º que "todos os homens são igualmente livres e independentes". A Grã-Bretanha travou uma guerra contra as colônias, que perdeu em 1783, reconhecendo sua independência. Em 1787, a Constituição foi aprovada, e as colônias passaram a se chamar Estados Unidos da América.

A Declaração de Direitos e a Constituição trouxeram novos conceitos, como igualdade de direitos e livre participação dos cidadãos no governo, mas não consideravam sujeitos de direitos as mulheres, os índios ou os escravos negros.

A Importância da Revolução Francesa

Foi a primeira vez na história em que o Terceiro Estado, ou cidadãos comuns, tomou o poder.

Pode ser considerada uma revolução burguesa, porque foi o grupo da burguesia que liderou o desenvolvimento dos eventos, embora, às vezes, as pessoas mais humildes chegassem a controlar quase todo o país. E, embora muitos grupos sociais tenham participado da revolução, nem todos tinham as mesmas ideias sobre o tipo de organização que deveria ser implementada para substituir o Antigo Regime:

  • Alguns revolucionários moderados queriam apenas mudar a monarquia absoluta por uma monarquia constitucional parlamentar.
  • Outros queriam eliminar a monarquia e estabelecer uma república para defender os interesses da burguesia abastada.
  • Os mais radicais esperavam que a revolução superasse as desigualdades econômicas entre ricos e pobres.

As Causas da Revolução Francesa

Considera-se que a Revolução Francesa foi causada pelo acúmulo de causas ideológicas, sociais, políticas e econômicas que ocorreram na França no final do século XVIII.

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