Literatura Medieval: Gêneros e Características
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Expressão Artística e Literatura
A criação de um mundo ficcional com intenção estética e funções na linguagem como diversão, entretenimento e transmissão de ideias. Valoriza a emoção e o propósito, unindo ensino e prazer estético. O autor (emissor) e o leitor (receptor) possuem grande importância no contexto da obra.
Formas Literárias
- Verso: Utiliza recursos estilísticos como o hipérbato (alteração da ordem das palavras).
- Prosa: Apresenta uma estrutura sintática mais direta.
Planos da Linguagem
- Fônico: Explora a sonoridade das palavras, como na aliteração (repetição de sons).
- Semântico: Utiliza recursos como a metáfora (uso de uma palavra em sentido figurado).
Gêneros Literários
- Dramático: Representação teatral. Inclui tragédia e tragicomédia.
- Épico: Narrativa de histórias e feitos heroicos.
- Em verso: Poema épico.
- Em prosa: Romances e contos.
- Lírico: Expressão dos sentimentos do autor.
- Em verso: Ode, elegia, epitalâmio, soneto.
- Em prosa: Poema em prosa.
- Didático: Ensina e difunde ideias através do diálogo.
A Idade Média
- Contexto Social:
- Cristãos moçárabes em território muçulmano.
- Mudéjares (muçulmanos em território cristão).
- Sistema feudal: Oratores (rezam), bellatores (guerreiam), laboratores (trabalham).
- Sociedade teocêntrica: A vida terrena é uma transição para a vida eterna.
- Presença de guerras e necessidade de heróis.
- Religião e guerra como ideologias medievais.
- Humanismo (século XV): Crise da Igreja, ascensão da nobreza e burguesia, e a invenção da imprensa favorecem a propagação de novas ideias.
- Transmissão da Literatura: Oral e anônima, devido ao baixo índice de alfabetização.
- Caráter Didático: A literatura medieval exalta virtudes marciais, valores cristãos e padrões de comportamento (exemplos: El Cid, Mester de Clerecía, Conde Lucanor).
- Temas: Fortuna, amor, morte, decepção, reflexividade, instabilidade e transitoriedade da vida (exemplo: La Celestina).
- A nobreza se torna mais culta, com o desenvolvimento da literatura e da poesia cortês de cancioneiro.
Poesia Medieval
- Poesia Oral Tradicional: Uso da linguagem romance antes do surgimento da prosa. O verso, mais fácil de memorizar, era acompanhado de música. A poesia oral, anônima, torna-se tradicional, com variações e versões.
- Lírica: Primeiros poemas em romance, com tema amoroso e sintaxe/léxico simples. Exemplos: Jarchas, cantigas de amigo e vilancicos.
- Jarchas: Poesia em Al-Andalus, curtas, misturando árabe vulgar e romance. Extraídas de muwassahas.
- Cantigas de amigo: Poemas semelhantes às jarchas, da Galiza, com estrutura paralelística.
- Vilancicos: Lírica popular de Castela, curtos, de arte menor, com coro e glosa.
- Poesia Épica: Narração de feitos gloriosos, exaltando as ações de um herói. Os poemas desse período são chamados de "Cantares de Gesta". Exemplo: "Cantar de Mio Cid".
- Romances: Gênero popular oral, surgido no século XIV com o declínio dos cantares de gesta. Versos octossílabos com rima assonante. Fragmentos perdidos de poemas épicos.
- Estilo: Essencialidade, natureza fragmentária, sintaxe simples, linguagem arcaica, referências ao ouvinte, exclamações.
- Romanceiro: Conjunto de todos os romances (séculos XVI e XVII).
- Romances Velhos: Tradição oral.
- Romances Novos (ou Artísticos): Autores conhecidos.
- Mester de Clerecía: Poemas narrativos, didáticos e religiosos. Escritos em "cuaderna vía" (quatro versos alexandrinos com cesura e rima).
- Gonzalo de Berceo: Poeta castelhano de San Millán de la Cogolla. Obra religiosa: "Milagres de Nossa Senhora", contos devotos da Virgem Maria. Linguagem simples com palavras cultas de origem latina.
- Livro de Bom Amor (Juan Ruiz, Arcipreste de Hita): Mester de clerecía, histórias de amor e decepção, mistura do religioso e secular, do grave e burlesco. Linguagem rica, misturando o culto e o coloquial.