Livre-Arbítrio, Determinismo e Ações Humanas: Conceitos e Teorias
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Acontecimento: Ocorrência ou mudança no estado do mundo. Algo que se sucede num determinado ponto do espaço e durante um certo período de tempo
Ação Humana: Acontecimento ao qual está associado um agente e acerca do qual é possível fazer uma descrição verdadeira que exiba a presença de uma intenção. Podemos distinguir o fazer do agir. Assim, será adequado dizer «as formigas estão a fazer um carreiro», mas não seria adequado dizer que esse «fazer um carreiro» é uma ação das formigas, já que o seu comportamento não resulta de quaisquer intenções.
Agente: Aquele que age, aquele a quem é atribuída a ação.
Livre-arbítrio: Capacidade para decidir (arbitrar) em liberdade.
Libertismo: No debate sobre o livre-arbítrio, as teorias defendem que não há determinismo porque temos livre-arbítrio.
Fatalismo: Tese que defende que alguns acontecimentos são inevitáveis, independentemente do que possamos decidir ou fazer.
Determinismo: Tese de que todos os acontecimentos estão causalmente determinados por acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza.
Determinismo Radical: No debate sobre o livre-arbítrio, as teorias que defendem que não temos livre-arbítrio, porque tudo está determinado.
Compatibilismo: No debate sobre o livre-arbítrio, as teorias que defendem que o determinismo e o livre-arbítrio podem coexistir.
Egoísmo Psicológico: Perspectiva segundo a qual agimos sempre unicamente em função daquilo que julgamos ser do nosso interesse.
Altruísmo: O altruísmo define-se como sendo uma preocupação pelo bem-estar de outro ser, e não do nosso.
A Distinção entre Fazer e Agir
Enquanto que o fazer inclui todas as atividades que realizamos, o agir inclui apenas as ações verdadeiramente humanas. Assim, o que fazemos só é considerado ação se for feito de forma consciente e voluntária.
Por outro lado, tudo o que fazemos é a nossa conduta, enquanto que a ação humana é apenas uma parcela do que fazemos, que inclui o que realizamos de forma consciente e voluntária e de forma consciente e involuntária.
AÇÕES
Uma pessoa só é moralmente responsável pelas suas ações se estas estão sob o controlo do seu livre-arbítrio.
Ações são acontecimentos que consistem em algo que um agente faz e que são intencionais sob pelo menos uma descrição verdadeira. Explicam-se em termos de crenças e dos desejos do agente que motivaram ou causaram a ação. Todas as ações são explicáveis pelo interesse pessoal? SIM (EGOÍSMO PSICOLÓGICO) NÃO (ALTRUÍSMO).
Livre-arbítrio: Capacidade para decidir (arbitrar) em liberdade. Mas se as pessoas não tiverem livre-arbítrio porque tudo está determinado, então não seremos livres.
Um conjunto de estados de coisas é incompatível quando os estados de coisas do conjunto não podem ocorrer simultaneamente.
Um conjunto de estados de coisas é compatível quando todos os estados de coisas podem ocorrer simultaneamente.
As teorias que respondem ao problema do livre-arbítrio dividem-se em dois grupos:
Teorias incompatibilistas: defendem que o livre-arbítrio não é compatível com o determinismo.
Teorias compatibilistas: defendem que o livre-arbítrio é compatível com o determinismo.
O determinismo radical defende que não temos livre-arbítrio e que o universo é determinista.
O libertismo defende que temos livre-arbítrio e que só o universo físico é determinista.
Determinismo: Tese de que todos os acontecimentos estão causalmente determinados por acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza.
Um acontecimento está causalmente determinado pelos acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza quando não poderia deixar de se dar sem violar as leis da natureza ou sem ter origem nos acontecimentos anteriores diferentes. O universo forma uma cadeia causal na qual cada efeito está determinado pelas causas que o antecedem. Se o universo é uma imensa cadeia causal, cada acontecimento é inteiramente determinado pelos acontecimentos anteriores. Logo, se as nossas ações resultam causalmente dos nossos desejos e crenças, e se estas resultam por sua vez de acontecimentos anteriores, as nossas ações resultam indiretamente desses acontecimentos anteriores. Mas tanto a crença ou o desejo são apenas acontecimentos no seu cérebro; e estes são o resultado causal desses acontecimentos anteriores. Mas o problema é que a própria decisão foi apenas o resultado de uma cadeia causal. E isto parece contrariar a sensação de liberdade.
A ideia de que estamos determinados a agir como agimos em função dos acontecimentos anteriores contraria o que pensamos sobre nós mesmos. Chama-se por vezes condicionantes histórico-culturais, e condicionantes físico-culturais. As condicionantes da ação influenciam, mas não determinam, a nossa ação.
Determinismo Radical: No debate sobre o livre-arbítrio, as teorias que defendem que não temos livre-arbítrio, porque tudo está determinado.
- Se o determinismo é verdadeiro, não há livre-arbítrio.
- Se não há livre-arbítrio, o determinismo é falso.
O determinista radical defende que não há livre-arbítrio.
Estar causalmente determinado não é como ser obrigado a fazer uma coisa que não se quer nem que se decidiu, como quando alguém nos obriga a ir para casa. Estar causalmente determinado é não poder decidir nem poder querer outra coisa além do que efetivamente decidimos e queremos. O que escolhemos resulta de cadeias causais que não podemos controlar. Logo o livre-arbítrio é apenas uma ilusão.
Fatalismo: Tese que defende que alguns acontecimentos são inevitáveis, independentemente do que possamos decidir ou fazer.
Um fatalista defende, por exemplo, que é inevitável que a Maria parta a perna num certo dia. Isto significa que faça o que fizer, as suas ações e decisões não terão eficácia causal, ou seja, não irão impedir que a Maria parta a perna naquele dia. O fatalismo defende que se uma bola está previamente determinada a bater noutra bola, nada do que possa acontecer no universo irá impedir tal coisa. O fatalismo defende que qualquer tentativa de desviar a primeira bola não terá eficácia causal.
Libertismo: É uma teoria incompatibilista, tal como o determinismo radical. Defende que o livre-arbítrio é incompatível com o determinismo, defendem o seguinte:
- Se não há livre-arbítrio, o determinismo é falso.
- Se o determinismo é verdadeiro, não há livre-arbítrio.
O determinismo é a teoria segundo a qual temos livre-arbítrio e nem todos os acontecimentos estão determinados. O libertismo defende que as nossas escolhas e ações só são verdadeiramente livres se pudéssemos ter escolhido ou agido de modo diferente.
Compatibilismo: No debate sobre o livre-arbítrio, as teorias que defendem que o determinismo e o livre-arbítrio podem coexistir.
Livre arbítrio...poder decidir, liberdade de escolher, independentemente se é o melhor ou não...
Por exemplo...não tens livre arbítrio em relação a sair à noite, ou de ir à escola, porque cabe aos teus pais decidir
Mas vais ter livre arbítrio na escolha dos teus amigos ou namorado, ou curso a seguir.
Mas não é uma liberdade total, porque estás limitado as escolhas que existem e às pessoas que rodeiam.
Existem duas perspectivas em relação ao livre arbítrio:- O determinismo, em que se pensa que tudo acontece por causa de acontecimentos anteriores, isto é, tudo tem uma origem. Isto é, diferentes ações podem provocar mudanças no estado das coisas
- E o fatalismo, em que se acredita que que tudo acontece inevitavelmente.
Em que nenhuma decisão ou escolha pode mudar o destino.
Do estilo, estás para chumbar de ano, faltam os últimos testes, e achas que vais chumbar, que mesmo que estudes agora vais chumbar...é fatalismo - Se achas que se te esforçares muito e mostrares que queres passar e reconheces que podias ter estudado mais, os teus professores vão te passar...e acreditas nisso....é determinismo.
- Fatalismo, nada pode mudar o destino do mundo, Fatalismo é achar que não podes fazer nada para alterar as coisas....
- E determinismo é o contrario, achas que podes fazer algo para alterar as coisas...é mais positivo
Se fizermos algo podemos salvar o mundo