Os Maias: Educação de Pedro, Intriga e Recursos Expressivos
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Capítulo I (Continuação)
Educação de Pedro da Maia
Pedro da Maia teve uma educação tipicamente portuguesa: a religião e o padre Vasques, a proteção e os cuidados da mãe, acabaram por formar uma criança nervosa e passiva. Devido à educação que teve, em adulto, a sua natureza tanto o leva à melancolia como à boémia. Assim sendo, facilmente concluímos que esta atitude da mãe, ao protegê-lo exageradamente, o leva à ruína. Desta forma, nesta parte do romance, está evidenciada uma crítica social às mães de uma classe social mais elevada que, ao mimarem tanto os filhos, acabam por criar seres que não conseguem viver de forma independente na sociedade.
Intriga Secundária
A intriga secundária inicia-se no momento em que Pedro vê Maria Monforte e termina com o suicídio de Pedro (capítulo II). Esta intriga secundária envolve quatro personagens: Afonso da Maia, Maria Monforte, Pedro da Maia e Tancredo.
Recursos Expressivos
No Ramalhete, podemos encontrar diversos recursos expressivos, como a sinestesia e a personificação, frequentemente apoiadas pela adjetivação. Exemplos incluem:
- Sinestesia e Adjetivação: “fresco nome”, “paredes severas”, “aspeto tristonho”.
A comparação também reforça os sentidos sugeridos pelo Ramalhete, por exemplo: “assemelhar-se-ia a um colégio de Jesuítas”.
A ironia é outro recurso presente. Quando se refere ao “furor revolucionário” da juventude de Afonso, o narrador, ao contar histórias inofensivas, utiliza um tom irónico. Outro exemplo de ironia surge ao mencionar que Caetano da Maia já não tinha forças para espancar o filho “à lei de bom pai português”, evidenciando que espancar não é um ato de bondade, mas o oposto.
A personificação é abundantemente utilizada para dar vida ao ambiente, como em “Agradava-lhe também muito a vizinhança,…, esfiado gota a gota da bacia de mármore”. Outros exemplos de personificações incluem:
- O adormecimento do subúrbio;
- O ar amigável do quintalejo;
- Os girassóis alinhados como pessoas;
- O envelhecimento das árvores;
- A melancolia da cascata que parece chorar.
Todas estas expressões conferem ao lugar o calor humano de que Afonso necessita.