Os Maias: Intrigas e Fracassos na Sociedade Portuguesa

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Pedro da Maia e Eusebiozinho (à Portuguesa)

Teve uma educação tipicamente portuguesa, o que ia contra as ideias de seu pai. Em Londres, a mãe deu-lhe a educação mais beata possível e, por isso, tornou-se um homem de aparência frágil e melancólico. Era pequenino, face oval e tinha uns olhos belos. Apresentava um temperamento nervoso, fraco e de grande instabilidade emocional.

Pedro foi vítima do meio lisboeta, de uma educação retrógrada, excessivamente protetora, e da hereditariedade. Foi um fraco, um frustrado, sem capacidade para enfrentar as situações.

Carlos da Maia

Regressado a Lisboa, Carlos era um belo e magnífico rapaz, destacando-se pela superioridade: alto, bem constituído, de ombros largos.

Sob o ponto de vista psicológico, era culto, bem educado, de gostos requintados. Ao contrário do seu pai, é fruto de uma educação à inglesa. Destaca-se na sua personalidade o cosmopolitismo, a sensualidade, o gosto pelo luxo e o diletantismo (incapacidade de se fixar num projeto sério e de o concretizar). Todavia, apesar da educação, Carlos também fracassou. Não foi devido a esta, mas falhou, em parte, por causa do meio onde se instalou – uma sociedade parasita, ociosa, fútil e sem estímulos.

Intriga Secundária

No ano de 1888, Eça de Queirós publicou Os Maias, romance que tem como subtítulo “Episódios da Vida Romântica”.

A obra começa com a intriga secundária que condiciona o desenvolvimento e o desenlace da intriga principal, cujo protagonista é Carlos da Maia, filho de Pedro.

Na intriga secundária, temos a apresentação de vários aspetos:

  • A história de Afonso da Maia
  • A história de Pedro e de Maria Monforte
  • A história da infância e da juventude de Carlos da Maia

Por sua vez, na intriga principal são retratados os amores incestuosos de Carlos e Maria Eduarda, que terminam com a desagregação da família – morte de Afonso e separação de Carlos e Maria Eduarda.

O romance principia com a descrição da casa – o “Ramalhete” –, em Lisboa, que os Maias foram habitar no outono de 1875, depois de Carlos se ter formado em Medicina.

A família reduz-se agora a duas pessoas: Afonso da Maia e o seu neto Carlos.

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