Malária: Causas, Sintomas e Tratamento

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A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles.

Causas e Consequências

  • Causa baixo peso em recém-nascidos, anemia, epilepsia e dificuldades de aprendizado.
  • Pode ser prevenida e tratada.
  • Agente causador: Plasmodium.
  • P. vivax é a espécie mais prevalente no Brasil.
  • Hospedeiro invertebrado: mosquito do gênero Anopheles.

Sintomas

  • Febre recorrente.
  • A malária inicia como uma gripe, de 8 a 30 dias após a infecção.
  • Sintomas: febre (com ou sem dor de cabeça), dores musculares, fraqueza, vômitos e diarreia.
  • Ciclos de febre típicos, tremores e sudorese.
  • A periodicidade dos ciclos depende da espécie do parasita, coincidindo com a multiplicação do parasita e a destruição das hemácias, levando à anemia.

Tipos de Febre

  • Plasmodium falciparum: febre terçã maligna (36-48h).
  • Plasmodium vivax: febre terçã benigna (48h).
  • Plasmodium ovale: febre terçã benigna (48h).
  • Plasmodium malariae (P. brazilium): febre quartã (72h).
A infecção por P. falciparum pode levar à malária severa, causando a morte do paciente se não for tratada. Pode não apresentar este padrão.

Acesso Malárico

O acesso malárico coincide com o final da esquizogonia, geralmente acompanhado de calafrio e sudorese. Esta fase dura de 15 minutos a uma hora, sendo seguida por uma fase febril, que pode chegar a atingir 41ºC. Após um período de duas a seis horas, a febre diminui e o paciente apresenta sudorese profusa e fraqueza.

Malária Severa

Patologia: Sequestro de eritrócitos parasitados na rede capilar.
Durante o seu desenvolvimento na hemácia, o P. falciparum induz uma série de modificações na superfície da parede da hemácia que permitem a sua adesão à parede dos capilares.
Essas modificações podem levar à obstrução da microcirculação, causando anóxia e infartos em órgãos importantes. São responsáveis pela malária grave.

Adesão do Parasita

  • O P. falciparum modifica a superfície dos eritrócitos parasitados, que passam a apresentar nódulos.
  • Ligação de eritrócitos parasitados por P. falciparum com o endotélio e a placenta.
  • A adesão protege o parasita da destruição reservada para as células circulantes.
  • Processo mediado pela proteína P. falciparum erythrocyte surface (PfEMP1).
  • PfEMP1 é codificada por uma grande família de genes e está envolvida na variação antigênica da patogênese.
  • A região extracelular da PfEMP1 reconhece uma grande variedade de receptores.
  • Receptores estão envolvidos no rolamento dos eritrócitos no endotélio (semelhante aos leucócitos).
  • Interação com CD36, condroitin sulfato e ICAM-1 promove adesão estável.
  • A formação de rosetas é responsável pela patogenia do P. falciparum.

Complicações

  • Malária Cerebral: resultado da obstrução dos vasos.
  • Malária Placentária: pode levar a nascimento prematuro, baixo peso ao nascer e morte.

Malária Severa

  • Formação de rosetas.
  • Adesão de hemácias infectadas aos vasos sanguíneos.
  • Obstrução microvascular (redução de sangue e oxigênio nos tecidos).
  • Glicólise anaeróbica nos tecidos.
  • Hipoglicemia.
  • Acidose metabólica.
  • Anemia severa (fagocitose de hemácias infectadas e não infectadas).
  • Malária cerebral.
  • Complicações cerebrais (adesão ao cérebro - envolvimento de ICAM-1).

Resposta Imunológica

  • Aumento de citocinas pró-inflamatórias (TNF-alfa está associado aos acessos febris).
  • NO: bloqueio das sinapses, perda de consciência e imunossupressão.
  • INF-gama.

Invasão dos Hepatócitos

  • Adesão dos esporozoítas aos hepatócitos: mosquitos injetam os esporozoítas no tecido subcutâneo ou diretamente na corrente sanguínea.
  • São levados diretamente ao fígado.
  • O co-receptor nos esporozoítas que medeiam a invasão é a thrombospondin-related adhesive protein (TRAP), que se liga à heparina sulfato nos hepatócitos.
  • Circumsporozoite protein (CSP) (GPI ancorada).
  • Heparina sulfato de alto peso.
  • Passam por vários ciclos antes de romperem os hepatócitos, liberando milhares de merozoítas que invadem as hemácias, dando início à doença.

Imunidade

  • Se desenvolve por exposições contínuas.
  • Anticorpos contra os estágios sanguíneos.
  • Células citotóxicas contra o estágio hepático.
  • Aumenta com a idade.

Controle

Estratégia de controle integrado (1983): “uma ação conjunta e permanente do governo e da sociedade, dirigida à eliminação ou redução dos riscos de adoecer ou morrer de malária.”
Ações:
  • Diagnóstico precoce e tratamento imediato dos doentes.
  • Uso de medidas seletivas contra os vetores.
  • Detecção oportuna de epidemias.
  • Monitoramento dos fatores de risco.

Diagnóstico Laboratorial

  • Gota Espessa: esfregaço sanguíneo de gota espessa.
  • Desvantagens:
    • Depende de habilidade no preparo, manuseio e coloração da lâmina.
    • Qualidade ótica e iluminação do microscópio.
    • Competência do microscopista.
  • Coleta do material: punção digital - gota espessa, esfregaço sanguíneo.
  • QBC®:
    • Combina a concentração dos parasitos por centrifugação em tubos de micro-hematócrito e a coloração do DNA e do RNA do parasito.
    • Rápido, sensível e específico.
    • Desvantagem: alto custo.
    • Ainda não se mostrou superior à gota espessa.
  • Diagnóstico por imunofluorescência.

Quimioprofilaxia

  • Indicada somente para viajantes internacionais e grupos especiais.
  • É realizada principalmente com a mefloquina.
  • O tratamento deve ser iniciado uma semana antes da entrada na zona endêmica.
  • A cloroquina foi tão usada para isso que já chegou a ser veiculada com o sal em certas regiões.

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