Maquiavel e Hobbes: Absolutismo e Estado

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Maquiavel e a Inovação Política

A inovação de Maquiavel reside na forma inédita com que aborda o fato político. Deixando de lado as discussões sobre governos e governantes ideais, ele se preocuparia em saber como os homens se governavam de fato. Maquiavel tinha uma ideia de contingência, que dizia que não existem verdades absolutas, não há um agir correto imóvel, imutável, permanente. O pensamento de Maquiavel contribuiu para a criação de justificativas para os governos absolutistas e divinizados dos séculos XVII e XVIII, rompeu definitivamente com a política medieval. Quando Maquiavel escreveu O Príncipe, ele estava atento ao que acontecia ao seu redor e estudava meticulosamente a história para extrair dela os exemplos de que necessitava. Foi assim que ele detectou uma enorme diferença entre "o que se vivia" e "como se dizia que se deveria viver", o que o levou a assumir uma postura teórica diferente, mais voltada para o real e para a ação eficaz. O filósofo Jean-Jacques Rousseau chegou a pensar em O Príncipe como uma sátira, cuja verdadeira intenção seria a de desmascarar as práticas despóticas e tirânicas dos governantes.

Thomas Hobbes e o Estado de Natureza

  • Puritanos: eram aqueles que seguiam um protestantismo radical inspirado nas doutrinas de João Calvino.

Hobbes posicionou-se a favor do poder real e teve de exilar-se em Paris. Suas teorias, que levam a extremos a tendência mecanicista da época, procuram explicar toda a realidade -- o movimento do corpo humano e do entendimento, a dinâmica do corpo social. Essas teorias, porém, não se fecharam em si mesmas; elas se articularam de tal forma que parecem buscar a resposta para os problemas práticos do homem, vividos pelo pensador. Desse modo, a parte da sua filosofia que mais se desenvolveu e que o tornou famoso foi o seu pensamento nos planos ético e político. Para Hobbes, o estado natural do homem é o de "guerra de todos contra todos". Isso se explicaria, primeiramente, pelo fato de os homens serem naturalmente iguais, tanto do ponto de vista corporal como espiritual. O estado de natureza é o estado do homem antes de se associarem e entrarem em estado de sociedade, ou estado civil. O direito de natureza é a liberdade de cada um de preservar a sua natureza e a sua vida como bem entender. Para atingir seu objetivo, a paz geral, o soberano deveria exercer um poder despótico, ou seja, totalitário, absoluto, podendo fazer e desfazer as leis conforme necessário.

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