Maquiavel, More, Hobbes e Locke: Filosofia Política
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Maquiavel e More
Existem muitas diferenças entre More e Maquiavel no campo de vista político e social. Maquiavel, por exemplo, considerava o homem mau por natureza. More não compartilha dessa crença. Para ele, o homem é capaz do verdadeiro bem e de uma vida com virtudes, desde que seja submetido à educação de leis e costumes justos. Diz More que a Mãe Natureza ama a todos por igual e deseja igual bem-estar para todos. A terra é mais que suficiente para garantir o sustento de todos e, eliminando a mesquinharia, as disputas e desavenças tão comuns na Itália de Maquiavel, somem por completo.
Maquiavel enobrecia a arte da guerra ao máximo, enquanto More procura evitá-la a todo custo. Maquiavel aceitava conselheiros sábios do lado do príncipe. More achava inútil reunir conselheiros e advogados ao redor de si. More era contra qualquer tipo de crueldade e vício humanos, inclusive a caça, admirada por Platão, abolida de Utopia. O fato de haver um príncipe em Utopia está muito mais ligado à necessidade de um controle interno, pois, mesmo numa perfeita organização, é natural alguns quererem escapar das leis. E mesmo o príncipe se chama Ademos, ou seja, sem povo.
Hobbes e Locke
Hobbes acredita que a propriedade só existe no estado civil e que é uma criação do Estado-Leviatã. Logo, podemos dizer que, no estado de natureza, a questão da propriedade é inexistente. Seguindo uma lógica contrária, temos o pensamento de Locke, que acredita na propriedade sendo, assim como o estado de natureza, anterior à sociedade. Assim, podemos dizer que a propriedade é um direito natural e inviolável.
O contrato social proposto por Locke não se assemelha ao contrato de Hobbes. Para Hobbes, o contrato é uma espécie de pacto de submissão, onde os indivíduos se submetem a um terceiro (homem ou assembleia). Já no contrato de Locke, o contrato social assume um papel de pacto de consentimento, em que os homens concordam em construir a sociedade civil com a finalidade de preservar e consolidar os direitos naturais. A ideia é que os direitos naturais fiquem amparados sobre uma norma e da força do comum, representado pela comunidade.
Locke acredita que, independente da forma de governo, é importante saber que: “todo o governo não possui outra finalidade além da conservação da propriedade”. Em sua estrutura de sociedade, o poder legislativo é o poder supremo, haja vista que esse é escolhido pela maioria. O livre consentimento dos indivíduos para a organização da sociedade civil, formação do governo e a disposição dos poderes são, para Locke, os principais fundamentos do estado civil.