Maquiavel e o Príncipe: Visão de Estado e Poder
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Na sua obra “O Príncipe”, Maquiavel expõe a sua visão de Estado e de que modo os Estados se deveriam comportar num mundo perigoso. Para o mesmo, num mundo de constante insegurança a única forma de sobreviver é conhecer quais são os perigos, antecipá-los e tomar precauções contra estes. Maquiavel viveu num período conturbado nas relações entre os poderes existentes na península itálica e as grandes potências europeias. Este ambicionava edificar um Estado na Itália, à semelhança da França e da Espanha. Conclui-se da análise do autor que o poder é um aspeto fundamental da política externa de um Estado.
O Estado deve assumir o papel de raposa e leão, de forma a proteger o seu território e os seus habitantes, de forma a assegurar a sua sobrevivência e prosperidade. O interesse nacional é o árbitro no julgamento da sua política externa. O facto de os Estados terem o dever de defender o seu interesse nacional significa que não podem (nem devem) confiar completamente no comportamento dos outros Estados. Apesar da existência dos Tratados Internacionais, estes são provisórios e estão condicionados à vontade dos Estados em cumprir o que foi acordado.
Para Maquiavel, o Estado é o protetor do seu território, da população que nele habita e do seu estilo de vida. O Estado sobrevive como ator, a partir da perceção de que o Príncipe, sem um estado, perderia toda a sua relevância, de modo que, para sobreviver, o poder se faz necessário e o uso da balança de poder e de alianças é visto como crucial para lidar com os desafios à segurança.
O interesse nacional é o árbitro no julgamento da política externa do Estado. O facto de que os Estados devem defender o seu interesse nacional significa que não podem (nem devem) confiar completamente no comportamento dos outros Estados. Os Tratados Internacionais são provisórios e estão condicionados à vontade dos Estados em cumprir o acordado. Maquiavel rompeu com a predominância da retórica ética na ação política. Para Maquiavel o valor político supremo é a liberdade nacional, isto é, a independência. A maior responsabilidade do Estado é procurar sempre as vantagens para defender o interesse nacional e assegurar a sobrevivência do Estado, sendo que, para isso, o Estado deve ser um Leão e usar a sua força. Tendo este sido um estudioso da História, este defende que a história é uma fonte de lições importantes para qualquer estadista, acrescenta ainda que esta é determinada pela “Fortuna”. Introduz assim os conceitos “virtú” e “fortuna” que são usados regularmente na sua obra acima mencionada. “Virtú”, virtude ou valor, está relacionada com a capacidade de um político em superar os obstáculos com que se defronta. A “fortuna” – sorte, acaso, determinismo - provem da deusa romana que era a causa do que acontecia inevitavelmente ou ao acaso entre os homens na vida social.