Marshall McLuhan e a Influência da Mídia na Sociedade

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Marshall McLuhan, um dos maiores influentes da comunicação do século XX, destacou-se devido à sua expressão “O médium é a mensagem”. Esta afirmação indica que a forma de um meio de comunicação, ou seja, o próprio meio em si (televisão, rádio, imprensa), molda e controla a ação e interação humana. Ou seja, o meio influencia mais profundamente a sociedade do que o conteúdo transmitido. Assim, a mensagem verdadeira de qualquer meio ou tecnologia é a mudança que ele introduz na vida humana. Com o avanço da tecnologia elétrica, McLuhan percebeu que estávamos a estender o nosso sistema nervoso central em escala global, criando o termo “aldeia global”. Esta ideia sugere que o mundo tornou-se mais interconectado e menor, devido aos meios de comunicação eletrónicos,


que permitem às pessoas experimentarem eventos globais em tempo real, como se estivessem a acontecer na sua comunidade. Ao abordar a "História da Sociedade" de McLuhan, podemos integrar a sua visão sobre a evolução dos meios de comunicação e o seu impacto na sociedade. McLuhan traça um percurso em 3 fases: 1ª idade “Pré-alfabética”, 2ª “Galáxia de Gutenberg” e 3ª “Galáxia de Marconi”. A primeira fase representa as sociedades tribais, com comunicação essencialmente oral e gestual, caracterizada pela instantaneidade e pela participação coletiva. A segunda fase, marcada pela escrita e impressão, trouxe a individualização e a redução ao código visual. A terceira fase simboliza o início da era eletrónica, com a invenção do rádio por


Marconi, transicionando para a comunicação eletrônica que apaga as barreiras de espaço e tempo. Esta fase é marcada por uma retribalização da sociedade, reintroduzindo a oralidade e a imediatez na experiência humana, destacando a natureza global e interconectada do mundo moderno. Os documentos analisados, "A Era de EMEREC - Jean Cloutier" e "Televisão e Agressividade - Armanda Matos", reforçam a visão de McLuhan sobre a influência dos meios de comunicação na estrutura da sociedade. Eles destacam sua compreensão de que a tecnologia elétrica transformaria a comunicação e a perceção de espaço e tempo, prevendo as redes globais de comunicação que hoje dominam nosso modo de vida. A Sua abordagem foi inovadora ao desafiar as noções


convencionais sobre os meios de comunicação, enfatizando o meio em si como agente transformador, em contraste com os estudos de mídia da época, mais focados no conteúdo e no impacto imediato dos meios de comunicação.
Para concluir, a perspetiva de McLuhan é inovadora ao ilustrar como cada novo meio de comunicação reestrutura a consciência coletiva e molda novas formas de sociedade. A sua análise da extensão do nosso sistema nervoso central através da tecnologia elétrica e a previsão das redes globais de comunicação revelam um entendimento profundo do papel transformador da tecnologia na sociedade humana.


A mediação refere-se à intervenção de pais ou educadores na interação entre crianças e mídia, podendo ocorrer antes, durante ou após a exposição aos mídia. As principais modalidades de mediação incluem:

Co-Exposição: Envolve assistir a conteúdos de mídia junto com as crianças, proporcionando oportunidades para esclarecimentos e discussões, além de alertar sobre potenciais perigos.

Mediação Restritiva: Consiste em estabelecer regras para o uso dos mídia, como limitações de tempo e escolha de conteúdos apropriados.

Mediação Avaliativa/Ativa: Inclui a discussão ativa do conteúdo dos mídia antes, durante e após a exposição, permitindo que os pais


orientem e troquem opiniões com os filhos.

Clima Familiar: Refere-se ao ambiente geral da casa, que deve ser aberto e seguro para discussões sobre diversos temas, facilitando assim a mediação.

Fatores Associados à Eficácia da Mediação

A eficácia da mediação depende de diversos fatores, conforme sugerido por estudos recentes:

Informação e Conhecimento dos Pais: A capacidade dos pais de entender e se manter atualizados sobre os conteúdos dos mídia e tendências é crucial.


Relacionamento entre Pais e Filhos: Uma relação de confiança e abertura facilita a aceitação das crianças às orientações dos pais.

Consistência e Flexibilidade na Aplicação de Regras: Uma abordagem equilibrada entre regras consistentes e flexibilidade para adaptá-las às circunstâncias é essencial.

Desenvolvimento de Habilidades Críticas nas Crianças: Encorajar as crianças a analisar e questionar o conteúdo dos mídia ajuda na formação de um pensamento crítico independente.

Aprendizagem Conjunta e Envolvimento Ativo: Mediação ativa e participativa, com os pais envolvidos junto às crianças,


é mais eficaz do que abordagens passivas ou puramente restritivas. Adaptação às Necessidades Individuais: Considerar as características e necessidades individuais de cada criança é fundamental para uma mediação efetiva.

Educação sobre Riscos: Ensinar as crianças sobre os perigos associados aos mídia, como violência e cyberbullying, e como lidar com eles é crucial. Concluindo, a mediação eficaz não se limita a monitorar ou restringir o acesso aos mídia, mas envolve uma abordagem integrada que inclui discussão, educação e envolvimento ativo. A capacidade de adaptar-se às rápidas mudanças no ambiente de mídia e às necessidades individuais das crianças é crucial para prevenir riscos e promover a EM.


A educação para os mídia, ao abordar os mídia sob múltiplas perspetivas (econômica, cultural, social e ideológica), desenvolve habilidades críticas essenciais na era da informação. Isso inclui a capacidade de discernir entre conteúdos verdadeiros e enganosos, formando assim opiniões fundamentadas. A Unesco reconhece essa educação como crucial para capacitar as pessoas a interagirem com os meios de comunicação de maneira crítica e criativa. A literacia mediática (lm) vai além do acesso e compreensão dos mídia. Envolve uma avaliação crítica dos diferentes aspetos dos mídia e de seus conteúdos, bem como a habilidade de criar comunicações em variados contextos.


Isso torna a lm uma competência chave na atual sociedade de informação, promovendo uma comunidade mais informada e participativa.

Literacia Mediática e Cidadania

1. Inclusão e Participação Social: A lm é fundamental para a inclusão social e para o exercício da cidadania, pois permite que as pessoas participem ativamente nas discussões e decisões que afetam suas vidas e suas comunidades.

2. Desenvolvimento Cognitivo e Crítico: A lm contribui para o desenvolvimento cognitivo, emocional, moral e ético, capacitando os indivíduos a entender e questionar os mídia e


seus conteúdos.

3. Empoderamento e Responsabilidade: Ao entender e usar os mídia de forma crítica e criativa, os cidadãos tornam-se mais empoderados e responsáveis. Eles são capazes de reconhecer e resistir às manipulações e distorções dos mídia.

4. Diálogo e Compreensão Mútua: A lm promove o diálogo e a compreensão mútua entre diferentes grupos sociais, contribuindo para uma sociedade mais coesa e menos polarizada.

5. Defesa da Democracia e dos Direitos Humanos: Uma sociedade bem informada e crítica é essencial para a defesa da democracia e dos direitos humanos.


A lm permite que os cidadãos compreendam melhor o papel dos mídia na formação de opinião pública e na influência política.

Em conclusão, a literacia mediática é uma pedra angular para o desenvolvimento de uma cidadania ativa e informada. Ela capacita os indivíduos a participarem de maneira mais efetiva e responsável na sociedade da informação, fortalecendo assim os pilares democráticos e promovendo uma cultura de diálogo e compreensão mútua.

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