Max Weber e a Teoria da Burocracia

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Max Weber (1864-1920): Teoria da Burocracia

As organizações formais têm grande importância na sociedade moderna. Por essa razão, inúmeros cientistas dedicaram-se a esses estudos, e um desses cientistas foi Max Weber.

Max Weber nasceu em 1864, na Prússia. Em 1920, morreu por ter contraído a gripe que, na Europa, viria a matar mais gente do que a Primeira Guerra Mundial.

Na verdade, Weber nunca produziu uma obra completa. Sua obra mais famosa, Economia e Sociedade, foi feita com base em fragmentos. Em 1930, o sociólogo americano Talcott Parsons traduziu suas obras, projetando-o no cenário internacional. Em meados dos anos 40, seus escritos sobre a burocracia foram traduzidos para o inglês (Maximiano, p. 133).

Para Weber, as organizações formais modernas baseiam-se em leis que as pessoas aceitam por acreditarem que são racionais, ou seja, definidas em função do interesse das próprias pessoas e não para satisfazer aos caprichos arbitrários de um dirigente.

Características da Burocracia Weberiana

As organizações formais, ou burocráticas, apresentam três características principais que as distinguem dos grupos informais ou primários:

  1. Formalidade
  2. Impessoalidade
  3. Profissionalismo

Formalidade

As burocracias são essencialmente sistemas de normas. A figura da autoridade é definida pela lei, que tem como objetivo a racionalidade das decisões baseadas em critérios impessoais.

Impessoalidade

As pessoas são ocupantes de cargos ou posições formais. Alguns dos cargos são de figuras de autoridade. A obediência é devida aos cargos, não aos ocupantes. Todas as pessoas seguem a lei.

Profissionalismo

As burocracias são formadas por funcionários. Os funcionários são remunerados, obtendo os meios para sua subsistência. As burocracias funcionam como sistemas de subsistência para os funcionários.

Essas três características formam o chamado tipo ideal de burocracia, criado por Max Weber (Maximiano, p. 134).

A Autoridade na Teoria de Weber

Segundo Caravantes (2005, p. 65), uma preocupação de enorme impacto na vida das organizações fazia parte das inquietações weberianas: a autoridade. Por que os indivíduos obedecem a ordens? Por que eles agem de acordo com o que lhes é ordenado?

Tipos de Autoridade

Weber então teorizou três tipos básicos de relações de autoridade que podiam ser usados para classificar as organizações:

Autoridade Tradicional

Autoridade Tradicional: autoridade exercida apoiada no costume ou em práticas passadas. Sua fraqueza como fonte de autoridade estava ligada ao fato de ela valorizar o precedente, o passado, e não a melhor decisão possível.

Autoridade Carismática

Autoridade Carismática: autoridade baseada na devoção à santidade, heroísmo ou caráter exemplar específico e excepcional de um indivíduo. A fraqueza desse tipo de autoridade é que ela não prevê nem provê uma base para a sucessão. Quando o líder se vai, por qualquer que seja a razão, a organização se encontra à deriva e sua sobrevivência é ameaçada.

Autoridade Racional-Legal

Autoridade Racional-Legal: autoridade exercida para atingir objetivos específicos estabelecidos e baseada no direito legal da pessoa ocupante de um determinado cargo de emitir ordens. Segundo Weber, esse tipo de autoridade é o mais adequado para as organizações de porte, complexas em natureza, pois a autoridade racional-legal enfatiza a obediência às ordens de quem ocupa o cargo — não importa quem ele seja. A autoridade está vinculada ao cargo e não ao indivíduo.

Aspectos Essenciais da Burocracia Weberiana

Weber descreveu o tipo de organização que surgiria como consequência do emprego da autoridade racional-legal, e a que ele chamou de burocracia. Abaixo estão alguns aspectos essenciais:

  1. Ênfase na forma: que se materializava em um conceito definido de hierarquia, uma organização sequencial de cargos, bem delimitados por regras e normas.
  2. Especialização da tarefa e competência: só estaria qualificada para integrar o quadro administrativo da organização e, portanto, em condições de nomeação para funções oficiais, a pessoa que demonstrasse preparo técnico adequado. Portanto, o treinamento adquiria especial importância nesse contexto.
  3. Regras e normas: de modo a garantir que os objetivos fossem efetivamente alcançados, era necessário que existissem certos parâmetros e orientações oficiais a serem seguidos.
  4. Responsabilidades definidas: para os ocupantes dos cargos, com a autoridade necessária para o desempenho efetivo.
  5. Registro: todos os conhecimentos relevantes da vida organizacional deveriam ser documentados.

A concepção weberiana de burocracia serviu de base, especialmente, para que os sociólogos melhor interpretassem as organizações. Um deles, sem dúvida, foi Robert Merton.

Bibliografia

  • CARAVANTES, Geraldo R. Administração: Teorias e Processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
  • MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2004.

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