Mercados de Fatores de Produção e Desemprego
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Mercados de Fatores de Produção
Este capítulo aborda os Mercados de Fatores de Produção, incluindo o Empreendedorismo (IE) e a organização do processo de produção a ele associada. Analisaremos os mercados dos fatores de produção, com especial atenção ao mercado de trabalho devido à sua relevância. Também consideraremos o funcionamento do fator Terra (Recursos Naturais) e, no capítulo final, o Capital.
Objetivos de Aprendizagem
- Compreender o conceito de um fator produtivo.
- Introduzir o conceito de valor do produto marginal.
- Analisar a demanda de fatores e, em particular, o trabalho de empresas competitivas que maximizam os lucros.
- Determinar o nível ótimo de pessoal de uma empresa competitiva que maximiza os lucros.
- Determinar o equilíbrio no mercado de terras e do fator capital.
- Diferenciar as taxas de desemprego: sazonal, cíclica, de fricção e estrutural.
- Analisar o mercado para os recursos naturais.
- Compreender a relação entre juros e capital.
Demanda Derivada
A demanda por trabalhadores de uma empresa que vende peixe, por exemplo, existe para servir os seus clientes e gerar lucros. O número de trabalhadores a serem contratados dependerá da demanda por peixes.
Em segundo lugar, ao analisar a demanda por fatores de produção, deve-se levar em conta que a produção requer uma combinação de fatores produtivos, ou seja, não é possível analisar cada fator isoladamente.
A interdependência entre os diversos fatores implica que é difícil determinar o que cada fator contribui para a produção, ou seja, a produtividade marginal de cada fator isoladamente. No entanto, a demanda por um fator de produção por uma empresa dependerá, em termos gerais, do nível de receitas e despesas.
Suponhamos que, no curto prazo, apenas um fator é variável, o trabalho, e que estamos em um mercado competitivo (a empresa é tomadora de preços, o preço das mercadorias e os salários são dados pela situação do mercado).
A empresa só tem que decidir o número de trabalhadores a serem contratados e a quantidade do produto que vai vender.
Por outro lado, suponha que a empresa tenta maximizar os lucros, ou seja, a produção e a demanda por trabalhadores são aquelas que maximizam a diferença entre as receitas e despesas.
Para determinar o número ideal de trabalhadores a serem contratados, a empresa analisa como o tamanho do seu pessoal afeta a produção total e os lucros, sendo conveniente revisar os conceitos de produto total e produto marginal previamente estudados.
Um exemplo é uma empresa de papel, supondo que estamos no curto prazo, e todos os fatores de produção são fixos, exceto o trabalho:
Qual é o nível ótimo de contratação de trabalho?
Para responder a esta questão, o empregador deve saber quantos pacotes de papel pode vender ao contratar um novo funcionário (a Figura 8.1 mostra um exemplo numérico dessa evolução). Assim como no mercado de bens, a empresa irá maximizar os lucros quando a receita marginal (RM) ao contratar um novo funcionário for igual ao custo marginal (CM).
O Produto Marginal do Trabalho (PMT) é o aumento na quantidade de produção quando se utiliza uma unidade adicional de trabalho.
A receita que uma empresa obtém ao contratar um novo funcionário é igual ao aumento da produção total multiplicada pelo preço, e é chamado Valor do Produto Marginal (VPMT) ou Receita do Produto Marginal.
No exemplo da Tabela 8.1, ao contratar o terceiro trabalhador, o aumento na produção total, ou seja, o produto marginal, é igual a 50, e o preço pelo qual a empresa vende pacotes de papel é de $20, com o que o Valor do Produto Marginal (VPMT = PMT x P) é igual a $1.000.
Para determinar o número ideal de trabalhadores, a empresa também terá que analisar o custo marginal de contratar um novo funcionário, que coincide com o seu salário. No exemplo que estamos analisando, o salário dos trabalhadores equivale a $1.000.
O Valor do Produto Marginal é igual ao produto marginal de um fator multiplicado pelo preço do produto, ou seja, a receita adicional que uma empresa competitiva obtém ao utilizar uma unidade adicional do fator.
O resultado líquido sobre o lucro para a empresa ao contratar um novo trabalhador é a diferença entre o Valor do Produto Marginal (VPMT) e o salário.
Quando a empresa contratou o terceiro trabalhador, a receita aumentou em $1.000, e o custo do trabalhador foi do mesmo montante.
Maximização de Lucros e Nível Ótimo de Emprego
Ao contratar o terceiro empregado, os benefícios são zero, ou seja, o salário (custo marginal) é igual ao Valor do Produto Marginal (receita marginal).
Neste ponto, a empresa terá o número ideal de trabalhadores, pois tanto um número maior quanto um número menor de empregados contratados resultaria em um lucro total menor.
A partir do terceiro trabalhador, a empresa não deve continuar a aumentar a sua força de trabalho. Se a empresa contrata um quarto trabalhador, seus benefícios irão diminuir em $400, uma vez que o custo de contratação (o salário) é maior do que a receita que ele traz, o VPMT.
Dada essa condição de maximização do lucro para uma empresa competitiva, a curva de demanda de trabalho é igual à curva de Valor do Produto Marginal (VPMT), e quando este é igual ao salário de mercado para os trabalhadores, a empresa estará contratando o nível ótimo de funcionários, ou seja, quando a receita marginal (RM) é igual ao custo marginal (CM).
Empresas competitivas e maximizadoras de lucro contratam trabalhadores até o ponto em que o valor do produto marginal do trabalho é igual ao salário.
A Figura 8.1 mostra a curva VPMT, ou seja, a curva de demanda de trabalho para o exemplo concreto do papel. Sempre que o VPMT (RM) de um trabalhador adicional for maior do que o salário (CM) de mercado, a empresa que maximiza o lucro aumentará sua força de trabalho, neste caso, até o terceiro trabalhador. A partir do terceiro trabalhador, o VPMT está abaixo do salário de mercado, o que significa que a empresa não contrata mais trabalhadores. Em equilíbrio, ou seja, no nível ótimo de contratação, o salário é igual ao VPMT, ou seja, o salário é igual à receita marginal.
O salário de equilíbrio é igual ao produto marginal do trabalho, multiplicado pelo preço:
S = PMT x P = VPMT
A demanda por trabalho reflete o desejo das empresas de contratar trabalhadores para cada nível de salário.
A demanda por trabalho depende da produtividade, de modo que salários mais elevados podem ser compensados pela maior produtividade.
Os preços dos bens e serviços produzidos pelo trabalho também afetam a demanda por ele.
É muito importante compreender todos esses fatores determinantes da demanda por trabalho para entender o funcionamento do mercado como um todo.
A Oferta de Trabalho e o Equilíbrio do Mercado de Trabalho
A oferta de trabalho e de outros fatores de produção depende do preço, de suas características e das preferências de seus donos.
No caso do trabalho, os trabalhadores são aqueles que oferecem, e os fatores que influenciam a oferta são o preço (salário) e alguns outros aspectos como os gostos, necessidades e responsabilidades familiares.
Em nível agregado, a oferta de trabalho é obtida pela soma, para cada nível de salário, do valor do trabalho fornecido por cada trabalhador. A curva de oferta de trabalho agregada é positivamente inclinada, pois os trabalhadores estão dispostos a trabalhar mais horas enquanto as empresas pagam mais, ou seja, o salário é maior, como mostrado na Figura 8.2.
Após a determinação da curva de oferta de trabalho, o ponto de equilíbrio no mercado de trabalho é aquele que iguala a quantidade de oferta e demanda, como mostrado na Figura 8.3.
Variação da Oferta de Trabalho
O equilíbrio no mercado de trabalho pode ser afetado por muitas razões diferentes, que têm efeitos distintos sobre o mercado de trabalho, incluindo principalmente um aumento na oferta de trabalho.
Para analisar o efeito dessas situações no mercado de trabalho, partimos da função de oferta de trabalho global em um setor (oferta de trabalho agregada para todo o setor de papel) e não de um evento específico (oferta de emprego para uma única empresa de papel).
Suponha-se que para este trabalho sejam exigidos conhecimentos específicos dos trabalhadores, a fim de produzir papel de forma ambientalmente correta, sem danificar o ecossistema, mas o número de profissionais com esse conhecimento é muito limitado.
Nestas circunstâncias, o Ministério da Educação decidiu abrir uma nova especialidade na formação profissional em que os alunos adquirem os conhecimentos ambientais necessários para realizar este trabalho.
Graças a esta decisão do ministério, mais pessoas serão capazes de trabalhar em fábricas de papel, o que representa um aumento na oferta de trabalho. Graficamente, este fato é representado por um deslocamento para a direita da curva de oferta de trabalho, como mostrado na Figura 8.4.
A partir do salário de equilíbrio inicial S1, mas com a nova oferta de emprego, o número de pessoas dispostas a trabalhar para esse salário é agora maior do que o número de trabalhadores que as empresas demandam. Diante desta oferta de trabalho em excesso, as empresas vão aumentar a sua equipe com a contratação de mais trabalhadores, mas com salários mais baixos, porque, ceteris paribus, o aumento do número de empregados diminui o VPMT e, portanto, os salários. No novo equilíbrio, o nível de emprego é maior (T2) e os salários são menores (S2).
Agora, se o Ministério da Educação, em vez de criar este novo campo da formação profissional, tivesse escolhido tornar os testes de acesso mais difíceis, o resultado teria sido revertido. Com menos pessoas com esse conhecimento, diminuiria o número de pessoas que poderiam trabalhar nessas empresas. Isso implicaria uma contração da oferta de trabalho, por isso a curva de oferta de trabalho seria deslocada para a esquerda.
Neste caso, o ajuste também ocorre via salários e jornada de trabalho, mas no novo equilíbrio, a quantidade de trabalho contratada será menor e os salários mais altos.
Um aumento da oferta de trabalho é um deslocamento para a direita da curva de oferta. No novo equilíbrio, a quantidade de postos de trabalho será mais elevada, mas com um salário de mercado mais baixo.
Variações na Demanda por Trabalho
O mercado de trabalho é influenciado não apenas pelo lado da oferta, mas também pela demanda. Se continuarmos com o exemplo do setor empresarial de papel, suponha que o papel produzido é cada vez mais procurado, porque a qualidade é muito boa.
Dado este aumento da demanda por papel, seu preço no mercado aumentará. Este aumento de preço não altera o produto marginal dos trabalhadores, mas altera o valor da produtividade marginal.
Ao aumentar o VPMT, este se torna muito superior ao salário de mercado, o que permite às empresas aumentar o número de trabalhadores que estão empregados e, consequentemente, seus lucros. Ao aumentar o valor do produto marginal, a curva de demanda de trabalho se deslocará para a direita, como na Figura 8.5.
A partir do salário de equilíbrio inicial (S1), um aumento da demanda por trabalho permitirá que as empresas estejam dispostas a contratar mais trabalhadores do que aqueles que querem trabalhar por esse salário. Essa situação reflete o excesso de demanda no mercado de trabalho.
Este desequilíbrio é ajustado com o aumento da quantidade de trabalho contratado ao nível de T2 e a elevação do salário de equilíbrio para S2.
Pelo contrário, se houvesse uma queda na demanda por papel, as empresas teriam de baixar os preços para tentar estimular as vendas.
Ao baixar o preço dos pacotes, o valor do produto marginal (VPMT) também diminuirá. Isto significa uma contração na demanda por trabalho, ou seja, um deslocamento da curva para a esquerda. O novo equilíbrio resultará em um nível de trabalho e salário de equilíbrio também menores.
8.2 O Problema do Desemprego
Quando o mercado de trabalho não está em equilíbrio, ou seja, quando há excesso de oferta de trabalho, o desemprego aparece.
O desemprego não pode ser explicado por um único fator, mas por muitos elementos que influenciam a sua determinação.
Por um lado, há a componente demográfica, uma vez que os países com uma elevada taxa de natalidade aumentarão a força de trabalho, ajudando a aumentar a oferta de trabalho e, potencialmente, o desemprego.
Outros fatores, como mudanças tecnológicas e uma maior abertura ao comércio internacional, também podem afetar o nível de desemprego no país.
Logicamente, o ciclo econômico afetará, e em uma crise espera-se que a taxa de desemprego seja mais elevada do que nas fases de expansão.
O Cálculo do Desemprego
A população total pode ser dividida em dois grupos:
- Ativos: Pessoas que preenchem os requisitos de idade, capacidade física e mental para realizar trabalho remunerado e querem trabalhar.
- Inativos: Aqueles que não se qualificam para o trabalho remunerado, como os menores de 16 anos, pensionistas, deficientes, etc., assim como aqueles que não querem trabalhar.
Dentro da população ativa, há uma nova classificação: empregados e desempregados.
Considera-se desempregado ou desocupado qualquer pessoa com 16 anos ou mais que está ativamente à procura de trabalho e não consegue encontrá-lo.
Por outro lado, a população ocupada são aqueles com 16 anos ou mais que têm um emprego. Esta classificação do total da população reflete-se na Tabela 8.4.
No Chile, as informações sobre o mercado de trabalho são obtidas do Instituto Nacional de Estatística (INE).
A taxa de desemprego é definida como a razão entre o total de desempregados e a força de trabalho total (empregados mais desempregados) e é calculada:
Taxa de Desemprego = (Desempregados / Força de Trabalho) x 100
Por outro lado, a taxa de atividade é definida como a razão entre o total de ativos e o total da população com 16 anos ou mais.
Ao analisar o desemprego, devem-se considerar dois fatores que acentuam essa situação: o excesso de oferta de trabalho e os salários mínimos.
Quanto aos salários mínimos, é necessário analisar qual é o nível salarial que desincentiva a contratação ou a busca por trabalho.
Quando uma economia (ou um mercado específico) tem excesso de oferta de trabalho, ou seja, há mais gente disposta a trabalhar por um determinado salário do que o número de trabalhadores que as empresas estão dispostas a contratar, ocorre desemprego.
Nestas circunstâncias, para retornar ao equilíbrio, em que a quantidade de trabalho exigida é igual à oferta, os salários tendem a diminuir, permitindo a contratação de mais pessoas, ao mesmo tempo que menos pessoas estarão dispostas a trabalhar por um preço mais baixo.
Por outro lado, o Estado pode estabelecer um salário mínimo abaixo do qual não é legal a contratação de trabalhadores.
Se o salário mínimo for fixado acima do preço de equilíbrio, estará em uma situação semelhante à descrita no parágrafo anterior, em que há um excesso de oferta de trabalho, mas neste caso sem possibilidade de redução do salário para restaurar o equilíbrio.
Em alguns casos, o estabelecimento de um salário mínimo eleva a taxa de desemprego dos trabalhadores não qualificados e, por outro lado, um aumento nos salários dos empregados qualificados.
As Taxas de Desemprego
O desemprego pode ser classificado da seguinte forma, de acordo com suas características:
- Desemprego Sazonal: É aquele que surge sistematicamente em determinadas épocas do ano, causado por mudanças na demanda de trabalho. Dependendo da época do ano, a taxa de desemprego pode variar consideravelmente em função das necessidades de trabalho. Esta variação é muito diferente em cada um dos setores da economia. Por exemplo, a agricultura apresenta queda significativa na taxa de desemprego no plantio e colheita.
- Desemprego Cíclico: Depende da evolução da economia em todos os momentos. As diferentes fases da economia têm uma forte influência sobre o nível de desemprego, em que, em tempos de recessão, o número de desempregados é muito maior do que nas fases de recuperação e expansão. Quanto maior a expansão e menor a taxa de crescimento da população, menor a taxa de desemprego.
- Desemprego Friccional: Relacionado a certas circunstâncias de trabalhadores ou empresas, onde os funcionários estão temporariamente desempregados. Por exemplo: um funcionário que quer mudar de emprego para um melhor ou em outro local ficará temporariamente desempregado entre deixar seu antigo emprego e encontrar um novo. Além disso, se uma empresa passa por uma fase de crise e tiver de demitir trabalhadores, eles também ficarão temporariamente desempregados até que encontrem outro. Os estudantes, ao completarem seus estudos, também passam por um período até que possam encontrar seu primeiro emprego, durante o qual fazem parte do desemprego friccional. O ajuste dessas situações exige um período de adaptação, e faz sentido que qualquer economia tenha um certo nível de desemprego friccional, mas os desempregados não devem demorar muito tempo para encontrar um novo emprego.
- Desemprego Estrutural: Ocorre principalmente por dois motivos: incompatibilidade nas competências dos trabalhadores e deslocamentos geográficos dos trabalhadores. As empresas necessitam constantemente de empregados cujas competências se adequem às necessidades do mercado. Por exemplo, na nova economia, quase todas as empresas necessitam de presença online e um bom site. Imagine uma livraria que decide vender online. Ela precisará contratar alguém que saiba como essa tecnologia funciona, ou, para se adaptar ao novo modelo, terá de substituir alguns empregados por outros que dominem a internet. Aqueles funcionários que permanecem desempregados após a regulamentação da parte do pessoal constituem o desemprego estrutural.
8.3 Fatores de Produção: Terra e Capital
Uma empresa que maximiza o lucro terá que decidir qual é a combinação ideal de todos os fatores de produção.
Para decidir a quantidade ideal de recursos naturais e capital, a empresa seguirá o mesmo raciocínio discutido no mercado de trabalho: a empresa aumentará o montante contratado de recursos naturais e de capital até que o valor do produto marginal do fator seja igual ao seu preço. Portanto, a curva de demanda para cada fator reflete a sua produtividade marginal.
Assim como na análise do mercado de trabalho, o ponto de equilíbrio que determina a quantidade total de recursos naturais e capital a serem contratados e seus respectivos preços depende da oferta e demanda por esse fator.
Uma expansão da oferta aumentará a quantidade contratada e diminuirá o preço de equilíbrio.
Em contrapartida, um aumento na demanda agregada aumentará a quantidade do fator contratado, mas a um preço mais elevado.
O Mercado de Recursos Naturais
O fator terra inclui o solo, subsolo, água, etc., ou seja, os recursos naturais.
Uma primeira aproximação ao que se entende por recursos naturais, a partir da perspectiva econômica, inclui os fatores que afetam as atividades produtivas, mas não foram criados pelo homem, nem tenham sido obtidos através de um processo de fabricação iniciado pelo homem.
Tradicionalmente, na economia, os recursos naturais eram considerados bens livres, estando disponíveis em quantidades ilimitadas. No entanto, nos últimos anos, perderam essa categoria e são considerados bens econômicos, ou seja, bens escassos.
Ao estudar este mercado, deve-se diferenciar entre os recursos não renováveis e os renováveis, que podem ser renovados dependendo do ecossistema.
Como os recursos naturais são bens caracterizados pela escassez, e, em uma economia de mercado, estão sujeitos à lei da oferta e demanda, tanto o preço de mercado quanto a quantidade trocada serão determinados pela interação da oferta e da demanda.
Falhas de Mercado
Analisando o funcionamento dos recursos naturais, podemos dizer que existem falhas de mercado, pois a fixação de preços não reflete adequadamente o seu verdadeiro valor por não considerar fatos como poluição, esgotamento de recursos ou a incapacidade do meio ambiente absorver a produção de resíduos e detritos.
Regulamentação
Nestas circunstâncias, considera-se oportuna a intervenção no mercado, com as principais medidas de controle incluindo: o controle sobre a gestão de certos recursos (alocação de água, uso de florestas e pesca), controle de preços (petróleo), impostos (petróleo), multas e bonificações, e dos bens públicos (florestas, águas, rios...). Um exemplo destas medidas é o imposto ecológico, concebido como um imposto a ser pago por pessoas que pernoitaram nos hotéis nas Ilhas Baleares, para indenizar por danos ao ecossistema.
O Mercado de Capitais
Para explicar o mercado de capitais, é preciso fazer uma primeira distinção entre capital físico e capital financeiro.
Por um lado, o capital físico se refere ao estoque de bens de capital produzidos no passado, utilizados neste período para a produção de novos bens e serviços. No exemplo da empresa de papel, a fábrica que produziu o papel é um fator de produção capital.
Por outro lado, o capital financeiro se refere aos recursos disponíveis para as empresas que lhes permitam financiar a aquisição do que precisam para operar, nomeadamente, a aquisição de capital físico. Nesta seção, analisaremos o funcionamento do mercado de capital financeiro, uma vez que é a fonte de investimento.
A remuneração do fator produtivo é chamada de rendimento ou juros.
Aqueles que têm dinheiro são capazes de consumir o que quiserem. Se, em alternativa, decidem adiar o consumo presente, pedem algum tipo de compensação por isso. Esta compensação são os juros que eles recebem em seus empréstimos, o que lhes dá a oportunidade de alcançar níveis mais elevados de consumo no futuro.
Suponha que uma empresa de transporte de passageiros quer investir em ônibus de alta velocidade para suas rotas principais. Para fazer este investimento, solicita um empréstimo de $100.000, comprometendo-se a devolver $110.000 no final do ano. A empresa tem de pagar $10.000 além do que pegou emprestado, ou seja, um aumento de 10% sobre o valor original, que é a taxa de juros. Isto pode ser considerado como uma medida de compensação exigida pelo credor, porque perderam a oportunidade de consumir bens que valem $100.000 agora.
A taxa de juros, como o preço de um empréstimo, é determinada pela oferta e demanda.
Os empréstimos podem ser solicitados por empresas que desejam investir ou têm dificuldades financeiras, por governos para cobrir despesas não cobertas pelos impostos, e por famílias que pretendem adquirir bens de consumo em quantidade superior à sua renda atual.
Os juros podem ser definidos como a remuneração do capital ou, mais especificamente, como o preço de um empréstimo.