Mercantilismo Europeu: Políticas e Conflitos
Classificado em História
Escrito em em português com um tamanho de 3,18 KB
Mercantilismo Francês: Foco Manufatureiro
O mercantilismo francês caracterizou-se, no setor manufatureiro, pelas seguintes medidas:
- Criação de novas indústrias (às quais o Estado concedia privilégios, tais como benefícios fiscais e subsídios);
- Importação de técnicas (por exemplo, mandar curtir à maneira inglesa as peles de boi da França);
- Criação das manufaturas reais (protegidas pela realeza, fabricavam, sobretudo, produtos de luxo para a corte como, por exemplo, as famosas tapeçarias da família dos Gobelins);
- Controlo da atividade industrial por inspetores do Estado (que avaliavam, nomeadamente, a qualidade e os preços do trabalho realizado).
Mercantilismo Inglês: Ênfase Comercial
Em Inglaterra, o mercantilismo, de feição comercial, distinguiu-se pelas seguintes medidas:
- Publicação (entre 1651 e 1663) dos Atos de Navegação: de acordo com estas leis, apenas podiam entrar em Inglaterra as mercadorias que fossem transportadas em barcos ingleses; as mercadorias deveriam ser provenientes do país de origem; só a marinha britânica podia transportar as mercadorias coloniais e a tripulação dos navios deveria ser constituída, maioritariamente, por ingleses;
- Política de expansão comercial (dirigida, em especial, às Antilhas e à América do Norte);
- Criação de grandes companhias de comércio, entre as quais a Companhia das Índias Orientais inglesa (a mais rica e poderosa das companhias monopolistas), que detinha o exclusivo de comércio com o Oriente e amplos poderes a nível da administração, defesa e justiça.
Protecionismo Económico e Tensões Internacionais
Uma vez que todos os países seguidores do mercantilismo adoptaram medidas de caráter protecionista (proibição da entrada de produtos estrangeiros através das leis pragmáticas, imposição de elevadas taxas alfandegárias à entrada de produtos do exterior, etc.), registou-se, naturalmente, uma contracção do comércio entre os países europeus.
Como alternativa, esses países comerciavam com as suas próprias colónias, num regime (também protecionista) de exclusivo colonial: cada um dos países de origem (metrópole) controlava a produção e os preços dos produtos coloniais, de maneira a garantir a obtenção de matérias-primas e de mercados de escoamento das manufaturas sem a interferência dos países rivais.
Áreas Coloniais Disputadas pelos Estados Atlânticos
Consequentemente, a criação de um império colonial e comercial passou a figurar como prioridade dos estados europeus. A prática do capitalismo comercial (procura de lucros no grande comércio) levou ao agudizar das tensões internacionais. Assim se explicam os vários episódios de rivalidade e mesmo de guerra entre Holandeses e Ingleses, entre Holandeses e Franceses e entre Franceses e Ingleses nos séculos XVII e XVIII. Ponto alto deste clima de tensão, o desfecho da Guerra dos Sete Anos (1756-1763) consagrou a supremacia da Inglaterra no comércio mundial.