Metabolismo Energético: ATP, Carboidratos e Lipídios

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  • O ADP é obtido pela hidrólise de um fosfato do ATP, liberando 8 kcal.
  • O ATP é obtido pela fosforilação do ADP (ADP + Pi), em uma reação que absorve uma energia de 0,18eV.
  • Cadeia Respiratória: reações de oxidação e redução, na mitocôndria, que liberam potencial elétrico para conversão de ADP em ATP com participação de O2 graças aos alimentos da nossa dieta.
  • Em condições anaeróbicas, o ADP é fosfatado nas poucas reações de degradação intracelular dos derivados dos alimentos.
  • Lembrete! Toda reação de oxi-redução libera energia
    • Oxidação: ganho de O2, perda de H2, perda de elétrons.
    • Redução: perda de O2, ganho de H2, ganho de elétrons.
  • NAD e FAD são as principais coenzimas que transportam H2, devem estar prontas para recebê-los e adiante gerar ATP.

OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS

  • TERMODINÂMICA BIOLÓGICA
    • A degradação da glicose libera 685kcal/mol em forma de calor ou energia química no ATP (armazenador de energia).
    • Glicose + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + 685 Kcal
    • 1 mol de glicose: 38 ATPs.
  • CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS
    • Esse transporte ocorre pela reação de oxi-redução.
    • Agente oxidante (aceptor) se reduz (capta elétrons), tem mais afinidade relativa com e- e maior potencial de oxidação.
    • A quantidade de energia liberada é devido à diferença do potencial de oxidação. Quanto maior, mais energia liberada.
    • Rota metabólica: sequência de reações no qual o produto é substrato para outro.
    • Na célula aeróbica, os elétrons percorrem 7 estruturas carregadoras de e- para formarem ATP
      • NAD, FAD, Ub, Cit. B, Cit. C1, Cit. C, Cit. A3: fixos na membrana interna da mitocôndria.
      • SH2: Qualquer substrato que chega à célula e libera H2.
      • Sempre uma reação é oxidada e outra reduzida.
      • A energia vai sendo mobilizada aos poucos e formam-se 3 ATPs (Entre o NAD e o FAD; entre o Citocromo B e o C1 e entre o Citocromo C e o A3).
      • Esse processo é chamado de Fosforilação Oxidativa e ocorre na membrana interna da mitocôndria.
  • FATORES QUE INFLUEM NA FOSFORILAÇÃO DO ADP
    • Integridade da membrana: a membrana não pode ter um arranhão, porque senão não faz a fosforilação por causa da diferença na concentração iônica, o que impede o fluxo de elétrons.
    • Agentes desacoplantes: levam ao desequilíbrio iônico e dissipam a energia útil em forma de calor.
    • Inibidores do transporte de elétrons: impedem a reoxidação de um determinado componente da cadeia ao criarem um ponto de estrangulamento no fluxo de elétrons, impedindo a produção do ATP e bloqueando o consumo de O2
      • Barbitúricos e rotenona: bloqueiam o NADH + H+ impedindo que ele volte à forma oxidada e não produz ATP.
      • Cianeto e CO: bloqueiam o citocromo A3.

METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS

DIGESTÃO: Os carboidratos do alimento são hidrolisados por amilases e dissacaridases em suas unidades mais simples. À medida que os monossacarídeos são absorvidos, aumenta a taxa de açúcar no sangue.

ABSORÇÃO CELULAR: a penetração da glicose na célula se dá por 2 maneiras:

  1. Transporte facilitado: sistema de 5 transportadores de glicose na membrana celular variando de tecido para tecido.
  2. Difusão facilitada: difusão da glicose do meio + para o – concentrado, no sentido sangue/citoplasma, através da membrana.

*A insulina aumenta a permeabilidade celular e favorece a absorção de glicose na célula.

GLICÓLISE

  • Mecanismo básico no metabolismo dos carboidratos, é a degradação da glicose no citoplasma.

Glicólise Aeróbica: O produto final da glicólise em células com oxigênio é o piruvato, que origina Acetil CoA (Ciclo de Krebs). Há a participação na cadeia respiratória, libera piruvato na mitocôndria e libera 8 ATPs degradados pela via glicolítica.

  • Glicólise Anaeróbica: o piruvato é convertido em lactato/ácido lático em condições sem a participação do oxigênio, ou seja, não há envolvimento da cadeia respiratória; geram um rendimento de 2 ATPs (4 produzidos e 2 gastos).

DESTINO DO PIRUVATO

  • Absorvido através da membrana mitocondrial, é convertido em acetil CoA para o Ciclo de Krebs.

A partir do piruvato são produzidos 24 ATPs no Ciclo de Krebs (12 às custas de cada um dos 2 piruvatos), 8 ATPs da rota glicosídica (glicose/piruvato) e 6 ATPs da cadeia respiratória, totalizando 38 ATPs e uma energia livre de 304 kcal disponível para suas atividades metabólicas.

  • Lembrete! O Ciclo de Krebs só produz na sua rota 1 ATP, os outros são provenientes de várias reações.

GLICOGÊNESE – SÍNTESE DO GLICOGÊNIO

  • Ocorre no fígado e no músculo para armazenamento de glicose nesses tecidos.

A glicose é essencial como fonte de energia.

Armazenamos glicose em uma forma mobilizável = Glicogênio.

É produzido a partir de alfa D glucoses.

3 enzimas catalisam a sua síntese:

  • UDPG pirofosforilase:
    • Glicogênio sintetase: polimeriza as moléculas de glicose por ponte 1.4, formando uma cadeia linear.
    • Glicosil 4.6 transferase: remove fragmentos da cadeia principal para outro ponto e em pontes 1.6 gera ramificações.

GLICOGENÓLISE – DEGRADAÇÃO DO GLICOGÊNIO

  • No fígado ocorre no jejum ou no músculo por exercício intenso – dura somente de 10 a 18 horas sem o carboidrato na dieta.

O glicogênio degradado dá origem à glicose 1-fosfato (quebra das ligações alfa 1.4).

3 enzimas catalisam essa degradação:

  • Glicogênio fosforilase: rompe lig alfa 1.4, introduz Pi, liberam glicose e restam 4 resíduos perto do ponto de ramificação
    • Glisosil 4.4 transferase: deixa apenas o resíduo de glicose ligado por ponte alfa 1.6.
    • Amilo 1.6 glicosidase: libera as moléculas de glicose dos pontos de ramificação, restando apenas à cadeia linear.

GLICONEOGÊNESE – SÍNTESE DE GLICOSE NO JEJUM

  • Alguns tecidos necessitam de suprimento contínuo de glicose (combustível metabólico).

Durante o jejum prolongado a glicose é sintetizada a partir de compostos não carboidratados, compostos gliconeogênicos:

  • Lactato liberado pelos tecidos que fazem glicólise anaeróbica
    • Glicerol oriundo da hidrólise dos triacilgliceróis do tecido adiposo.
    • Aminoácidos resultantes da degradação de proteínas.

Os compostos gliconeogênicos são convertidos em intermediários da via glicolítica.

  • Com a reversão dessa via e o auxílio de algumas enzimas específicas é possível reverter 3 passagens que seriam irreversíveis sem isso: piruvato para enolpiruvato; frutose 1.6 difosfato para frutose 6 fosfato; glicose 6P para glicose.

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS

  • É regulado por diversos hormônios (insulina, glucagon, adrenalina).

Efeito hiperglicêmico da adrenalina: ação da enzima fosforilase sobre o glicogênio hepático e liberação de glicose para o sangue. No músculo, a adrenalina aumenta a produção de ácido lático que depois será usado na gliconeogênese.

O glucagon (pâncreas) tem função idêntica ao da adrenalina.

  • A insulina (pâncreas) é hipoglicemiante, ou seja, aumenta a permeabilidade celular da glicose através de membranas celulares.

METABOLISMO DOS LIPÍDEOS

  • Lipídeo da dieta: triacilglicerol.
  • Essenciabilidade: vitaminas A, D, E, K (lipossolúveis) e ácidos graxos.

DIGESTÃO DE LIPÍDEOS

  • Cavidade oral: não tem.

Cavidade gástrica: ação enzimática da lipase lingual.

Intestino: estímulo mecânico e químico na parede intestinal que produz substâncias que serão lançadas na corrente sanguínea.

  • Secretina: pâncreas – fina, aquosa, aumenta o bicarbonato (HCO-3)
    • Colecistoquinina(CCK)-Pancreozimina (PZ): molécula única com ação dupla
      • PZ: pâncreas – líquido viscoso, diminui o bicarbonato – lipase pancreática.
      • CCK: vesícula biliar – lança no intestino a bile.

*Secretina e PZ participam do suco pancreático que funciona para neutralizar o pH com o HCO-3; lipase pancreática tem um pH ótimo = 7.

*Bile: é uma reserva de bicarbonato (neutralização do pH) e os sais biliares fazem a mucificação das gorduras (fracionamento).

  • A superfície de contato é muito importante, pois ela é maior quando há um maior fracionamento de gorduras (moléculas pequenas).

A grande gota de gordura deve ser fracionada.

O fracionamento é irreversível porque as micropartículas são revestidas pelos sais biliares.

Lipase pancreática: hidrólise da emulsão (partículas menores cujo conteúdo não é mais triacilglicerol, mas sim ácidos graxos livres e monoacilglicerol).

Micelas hidrossolúveis são removidas da luz intestinal.

PRINCIPAL ENZIMA: lipase pancreática.

O que chega nas células do intestino? Ácido graxo livre e monoacilglicerol.

  • Triacilglicerol só entra na célula se for desmanchado, nunca passaria inteiro, mas após entrar na membrana as micromoléculas de triacilglicerol são remontadas graças às enzimas e volta a ser triacilglicerol. A maneira de sair da célula e passar pela membrana é pela lipoproteína e assim pode andar na corrente.

QUILOMICRON

Lipoproteína que carrega os triacilgliceróis.

Cerne: substâncias apolares; capa: substâncias polares (polaridade) ------ anfífilo.

Permite o trânsito de substâncias apolares.

Percentual alto de proteína e gordura.

Forma-se na parede intestinal.

Função: transportar lipídeos da dieta na circulação.

BIOQUÍMICA DO GLICEROL E DOS ÁCIDOS GRAXOS

                ATIVAÇÃO DO GLICEROL E DOS ÁCIDOS GRAXOS

  • Só servem para alguma coisa se estiverem na forma ativa.
  • Glucose ------- glucose 6 fosfato.
  • Glicerol ------- glicerol P ou alfa glicerofosfato (ação da enzima gliceroquinase).
  • O tecido adiposo não tem gliceroquinase, logo o glicerol vem sempre da glucose e ocorre a síntese da gordura.

UTILIZAÇÕES DO GLICEROL

  • Síntese do triacilglicerol
    • Glicerol P -------------------- TRIACILGLICEROL
    • Enzimas: glicerol P acil transferase; diacilglicerol P hidrolase; diacilglicerol-acil transferase.
  • Oxidação até o CO2 e H2O
    • Produção de energia - glicólise.
    • Glicerol P --- dihidroxicetona P -------- piruvato -------- acetil CoA ---------- Ciclo de Krebs ---- CO2 e H2O.
    • Glicose P desidrogenase.
  • Produzir glucose via gliconeogênese
    • Em caso de jejum.
    • Dihidroxicetona P ---gliconeogênese--- glucose.

                PROCESSO DE OXIDAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS

  • Glucose ---------- piruvato ------------ acetil CoA --------------------- CO2CH20.
  • Ácido graxo ----------------------------- acetil CoA --------------------- CO2CH2.

                ROTA METABÓLICA - BETA OXIDAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS

  • Fundamentação no carbono beta.
  • Ácido graxo --- Acetil CoA --- Acetil CoA alfa beta insaturado --- beta hidróxi Acetil CoA ----beta cetoacilCoA ---- CK.
  • Tudo é degradado para virar Acetil CoA para o Ciclo de Krebs.

                BALANÇO ENERGÉTICO

  • Nº de AcetilCoA = nº de carbonos / 2.
  • ATP no Ciclo de Krebs = nº de acetil coa x 12.
  • Nº de voltas na Beta oxidação = nº de C/2 - 1.
  • ATP na cadeia respiratória = nº de voltas x 5.
  • Total produzido = ATP do ciclo de Krebs + ATP da cadeia.
  • Balancete energético = total produzido – 1 ATP (gasto).
  • Rendimento calórico = balancete x 8kcal.

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