Metabolismo de Lipoproteínas e Digestão de Lipídios
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Metabolismo de Lipoproteínas
LIPOPROTEÍNAS: Macromoléculas complexas (lipídio + proteína) com composição e propriedades físicas diversificadas. Sua função básica é o transporte de lipídios na circulação sanguínea.
Tipos de Lipoproteínas
- QM (Quilomícrons): Lipoproteína grande, contendo principalmente triglicerídeos (TG). Responsável por carrear os lipídios do enterócito para a circulação.
- HDL: Promove o transporte reverso do colesterol sintetizado no tecido periférico para o fígado. Metade do colesterol produzido no corpo é nos tecidos periféricos. Originam no intestino, fígado e a partir de remanescentes de lipoproteínas (VLDL).
- LDL: Principais transportadoras de colesterol na circulação. Produzida a partir da VLDL no fígado. Lipoproteína rica em TG. São degradadas pela Lipase lipoprotéica, originando moléculas mais densas: VLDL remanescentes ou IDL. Captadas pelo fígado, sofrem catabolismo e são transformadas em LDL.
Digestão dos Lipídios
- LIPASE LINGUAL: Produzida pelas glândulas serosas no dorso da língua, é ativada no estômago. Hidrolisa os ácidos graxos de cadeia média e curta em diglicerídeos (DG) e ácidos graxos livres.
- Ação mecânica (peristalse) do estômago: Atua sobre as gorduras produzindo glóbulos de gordura menores.
- LIPASE GÁSTRICA: Produzida pela mucosa do estômago, hidrolisa até 30% das gorduras e atua de forma sinérgica com a lipase pancreática.
- BILE: Fluido que contém ácidos biliares e fosfolipídios, produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar. É liberada a partir da liberação de CCK, contraindo a vesícula e o pâncreas. Forma gotículas de emulsão que aumentam a superfície de contato entre a enzima e o substrato.
- LIPASE PANCREÁTICA: Principal enzima que atua na digestão dos lipídios. Produzida pelo pâncreas e secretada no duodeno. Hidrolisa os TG em AG livres e 2-monoacilglicerol.
A velocidade do esvaziamento gástrico é controlada com o objetivo de melhorar a ação das enzimas pancreáticas e dos sais biliares. A esteatorreia pode ocorrer em casos de má digestão ou absorção de lipídios.
- COLESTEROL LIVRE: Não sofre ação de enzimas, sendo absorvido como tal.
- COLESTEROL ESTERIFICADO: Sofre ação da Colesterol Hidrolase, liberando o glicerol e o colesterol livre para serem absorvidos.
- FOSFOLIPÍDIOS (dieta e bile): São hidrolisados pela Fosfolipase A2.
Formação das Micelas
Os produtos formados pela ação das enzimas são ainda insolúveis, e a absorção depende da formação de micelas. As micelas são o principal veículo para transportar os lipídios do lúmen para a superfície do enterócito (absorção). Também transportam as vitaminas lipossolúveis. A absorção é feita por difusão passiva.
Absorção e Transporte
No enterócito, os monoglicerídios e os AG são reesterificados para triglicerídeos. São envolvidos por um envelope de proteína (apolipoproteína), fosfolipídios e colesterol, formando os QUILOMÍCRONS (QM). Os QM vão para a circulação periférica e interagem com a Lipase lipoprotéica (LPL), que hidrolisa os TG dos QM, liberando AG livres. O restante da partícula de QM (Quilomícron remanescente) é captado pelo fígado para a produção de aminoácidos, AG e colesterol.
Destino dos AG Circulantes
- FÍGADO: Utiliza os AG circulantes, e quanto maior a quantidade, maior é a captação! Produz CO2, H2O, triglicerídeos, fosfolipídios, corpos cetônicos (acetoacetato e hidroxibutirato).
- FÍGADO (excesso de AG): AG que não foram oxidados no fígado formam TG. Caso exceda a síntese de TG, ocorre acúmulo de gotículas de gordura no fígado (esteatose hepática). Os AG podem deixar o fígado e ir para o músculo cardíaco e rim como fonte de energia.
- CÉREBRO: Usa glicose como fonte de energia. No jejum prolongado, usa corpos cetônicos.
Destino do Glicerol
FÍGADO: Metabolizado a GLICEROL FOSFATO, triglicerídeos e diidroxicetona fosfato (gliconeogênese).
Glicólise/Gliconeogênese:
- Glicose - Glicose 6P - Frutose 6P - Frutose 1,6 diP - Diidroxicetona P - Glicerol
- Gliceraldeído 3P - P-enol - Oxaloacetato - Aminoácidos (Ciclo de Krebs)
- Piruvato - Lactato