Métodos de Alfabetização: Fônico, Silábico, Analítico e Waldorf
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O Método Fônico e Comenius
Embora Blaise Pascal seja por vezes associado à origem do método fônico, John Amos Comenius é amplamente reconhecido como o pai do método fonológico. Ele era um teólogo, filósofo e educador, e sua força residia na crença de que a educação tem um papel importante no desenvolvimento das pessoas, sem maus-tratos, buscando a alegria e a motivação dos alunos. Comenius criticava o método de memorização que relegava a escrita, leitura e aritmética para segundo plano. Ele via isso como um desperdício de tempo, defendendo que as línguas deveriam ser aprendidas de forma natural, com base em frases em vez de regras. Reagiu contra o sistema de ensino utilizado nas escolas e propôs novas ideias sobre como ensinar para que os alunos aprendessem por prazer, sentindo a alegria de aprender e estudar, não por obrigação, mas por desejo. Estava convencido de que os alunos poderiam ter interesse em aprender sem gritos ou ameaças, preferindo "um sorriso em vez de uma vara".
O sistema de Comenius era baseado em três etapas: retenção, compreensão e prática. Ele acreditava que o estudo deveria começar com algo simples e conduzir ao mais complexo. Exigia que a educação primária fosse obrigatória e abrangente, não meramente memorística. Um pilar pedagógico era a eliminação total da violência no processo de ensino.
Didática Geral
A formação da pessoa deve ser iniciada na infância, pois é quando os papéis na comunidade ainda não estão bem estruturados. Contudo, a adolescência é o período crucial para reforçar o conhecimento adquirido na etapa anterior. Devemos levar em conta algo importante: ninguém deve ser excluído da educação, pois é a principal fonte de sabedoria do homem. Todos devem ser tratados como merecem e não se deve menosprezar aqueles que têm mais dificuldade em assimilar algo.
Ensino Especial
Atualmente, nossas vidas estão repletas de informações, o que pode levar à fragmentação do conhecimento e lacunas na aprendizagem. Muitas vezes, faltam metas e objetivos claros, bem como métodos definidos para alcançá-los. Isso pode resultar em falta de coesão e de partilha de opiniões ou ideias.
A ciência das coisas reside no conhecimento intrínseco. Para que o adolescente se interesse pela investigação, é necessário:
- Limpar os olhos do entendimento.
- Apresentar os objetos.
- Prestar atenção.
- Conhecer e deduzir a regra de ouro: "Tudo é apresentado aos sentidos como possível."
Comenius sublinhava que "Nós temos que aprender, mas tendo aprendido", ou seja, que todas as coisas são bem aprendidas pelo hábito e costume, o que nos leva a melhorar como pessoas. Devemos incutir boas maneiras e a arte de formá-las, ensinando virtudes como prudência, temperança, fortaleza e justiça.
O Método Fônico
O método fônico baseia-se no som da letra como unidade mínima. Por exemplo, a letra s não é ensinada pelo seu nome, mas pelo seu som, como sssss, para então relacioná-lo à escrita. Este método tem um número significativo de adeptos, que sentem que ajuda as crianças a compreender mais facilmente a relação entre fonema e letra, enfim, entre o falar, ler e escrever, e a articular as palavras corretamente e com precisão.
No entanto, critica-se que, aos 4 ou 5 anos, quando se inicia a leitura, a criança ainda não tenha internalizado o conceito de fonema subjacente a essa técnica. As etapas deste método de ensino seriam as seguintes:
- Ensina-se as vogais pelo seu som, usando folhas com imagens que começam com a letra.
- A leitura deve ser trabalhada simultaneamente com a escrita.
- Ensina-se a consoante pelo som, utilizando a figura de um animal, objeto, fruta, etc., cujo nome começa com a letra para o ensino. Por exemplo, para ensinar a letra 'm', uma folha contendo uma imagem ou algo que produza o som onomatopaico de 'm', como o balido de uma cabra: "m...m...m...".
- Quando as consoantes não podem ser pronunciadas isoladamente (como c, ch, j, k, n, p, q, w, x, y), as sílabas são ensinadas em combinação com uma vogal. Por exemplo, para ensinar 'ch', pode-se usar uma figura associada ao som.
- Cada consoante aprendida deve ser combinada com as cinco vogais, formando sílabas diretas: ma, me, mi, mo, mu, etc.
- Depois de combinar as sílabas familiares, constroem-se palavras, por exemplo: mama, ama, memo, etc.
- Ao ter várias palavras, constroem-se frases. Por exemplo: "Minha mãe ama."
- Depois de ensinadas as sílabas diretas e as inversas, passam-se às sílabas mistas, complexas, ditongos e tritongos.
- Com a prática, a legibilidade melhora, e então são introduzidos os sinais de pontuação para a expressividade e a compreensão.
Vantagens e Desvantagens do Método Fônico
Vantagens
- É mais fácil e racional que o método alfabético, evitando a soletração.
- É o melhor método conhecido para línguas sintéticas, pois o português tem mais fonemas que apenas o som (exceto os fonemas: c, g, h, q, x, y, w). Portanto, essa vantagem favorece o ensino fônico, ligando leitura e escrita.
- Como o som é mais fácil e rápido, o aluno lê com mais facilidade.
- Aumenta o tempo disponível para focar na compreensão do que se lê.
Desvantagens
- Por ir das partes para o todo, é sintético e, portanto, é contra os processos mentais de aprendizagem.
- Por ir do desconhecido (som) para o conhecido (a palavra), contraria os princípios didáticos.
- Prioriza sons, sílabas e a decodificação de palavras, negligenciando a compreensão.
- A repetição de sons para analisar o processo torna-se mecânica, diminuindo o gosto pela leitura.
- Requer que o professor domine o método e prepare material de apoio, como folhas com imagens que reforcem a aprendizagem do fonema.
Conclusão sobre o Método Fônico
O método fonético está incluído nos chamados métodos sintéticos. Assim, o método propõe ir da parte para o todo, ou seja, começar com pequenas unidades de linguagem para a palavra (letra, fonema, sílaba). O método fonético, como outros métodos de síntese, baseia-se no pressuposto de que o ensino da leitura e da escrita deve começar por dominar os elementos que compõem as palavras.
Concluímos que a base desse método, a decomposição inicial das palavras, não é uma forma natural de aprendizagem. A aprendizagem da leitura e da escrita não pode ser tratada apenas como uma questão de linguagem. Com esse método, perdem-se aspectos importantes da leitura, como o prazer intrínseco da atividade de leitura e a capacidade de compreender o significado do que se lê.
O Método Silábico
O método silábico é definido como o processo pelo qual a alfabetização é ensinada e se baseia no ensino das vogais. Mais tarde, passa-se ao ensino das consoantes, que, combinadas com as vogais, formam sílabas e, posteriormente, palavras. Insatisfeitos com os resultados do método alfabético e fonético, buscou-se uma educação que proporcionasse uma leitura mais fluida, resultando no método silábico.
Processo do Método Silábico
- Ensina-se com ênfase na escrita e leitura das vogais.
- As consoantes são ensinadas respeitando sua fácil pronúncia, passando-se então para a formulação de palavras, o que incentiva a aprendizagem.
- Cada consoante é combinada com as cinco vogais em sílabas diretas: ma, me, mi, mo, mu, etc.
- Quando já há muitas sílabas, formam-se palavras e, então, constroem-se orações.
- Depois de combinar as consoantes com as vogais e sílabas inversas: am, em, im, om, um, e com elas formar novas palavras e orações.
- Depois, passa-se para as sílabas mistas, hiatos, ditongos, tritongos e, finalmente, as sílabas complexas de quatro letras.
- Com a silabação, a leitura torna-se facilmente legível, expressiva e compreensiva.
- O livro que melhor representa essa abordagem é o silabário.
Vantagens
- O método ignora a soletração do alfabeto e a pronúncia dos sons das letras individuais, tal como proposto pelo método alfabético.
- Segue uma ordem lógica em seu ensino e na organização dos exercícios.
- As sílabas são unidades de som que os sentidos captam com facilidade.
- Adapta-se bem ao português, uma língua fonética.
- É fácil de aplicar e alguns alunos podem ensinar aos outros.
Desvantagens
- Por ir do particular para o geral, quebra o sincretismo da mente infantil.
- O ensino de sílabas é abstrato e artificial, o que dificulta a motivação e o despertar do interesse na criança.
- Mesmo baseado na sílaba, a aprendizagem é muito lenta.
- Por ser demasiado mecânica, resulta no abandono da compreensão.
Métodos de Leitura e Escrita
Pode-se dizer que existem dois métodos básicos para o ensino da leitura:
- Métodos Analíticos ou Globais: Partem do conjunto (história completa, período, frase ou palavra) para, por meio da análise, chegar aos seus elementos (sílabas, letras e sons).
- Métodos Sintéticos: Partem dos elementos (sons, letras, sílabas) para, por meio da síntese, chegar às palavras, frases... ao todo. O método silábico é um exemplo de método sintético.
O Método Silábico parte da leitura de sílabas (primeiro diretas, depois inversas), que juntas formam palavras e frases. É quase uma derivação do método fonético e, muitas vezes, parte dele, dada a dificuldade de pronunciar fonemas consonantais isoladamente em certas fases.
Fases da Aprendizagem: Início
Devemos distinguir três fases:
- Percepção Global: A criança vê algo escrito.
- Análise: Reproduzir formas, espaços e traduzir os símbolos gráficos em sons. Essa fase exige:
- Reconhecimento da percepção de símbolos gráficos e sons.
- Capacidade de reconhecer formas, sons e movimentos da fonação necessários.
- Poder associativo para vincular o aspecto psicofisiológico desses três fatores: a percepção de gráficos, som e imagem em movimento fonatório.
- Síntese: Não é suficiente aumentar o campo de percepção visual obtido pela formação; é necessário interpretar o sentido mais amplo, relacionando o que leu ao texto anterior e posterior.
A preparação para a pré-leitura e pré-escrita é fundamental para o desenvolvimento adequado dos processos descritos. Sem essa preparação prévia, o processo subsequente de alfabetização será mais lento. Estão envolvidas a capacidade global de perceber dados ambientais e de se posicionar corretamente no espaço e no tempo, bem como a internalização e a intuição para dominar o esquema corporal. Não se deve esquecer que a ortografia (b/d, p/q, q/b, p/d, u/w, w/m) exige o domínio da relação cima/baixo, direita/esquerda. Além disso, a natureza convencional, como a relação entre significante/significado, requer o desenvolvimento da capacidade de abstração para captar o valor simbólico do signo linguístico, que é adquirida de forma gradual, atingindo um nível de maturação aceitável por volta dos 9 anos. Esta progressão afeta os seguintes aspectos:
a) A Percepção
Definição
Capacidade de reconhecer os estímulos do mundo externo e interno.
Organização (Leis)
O todo é percebido pelas partes. A figura é percebida pelo fundo. A percepção é influenciada pela personalidade, atitudes sociais e outros fatores diferentes do sujeito, dependendo da experiência anterior.
Tipos
- Visual: Posição percebida no espaço, relações espaciais, discriminação de cor, tamanho, direções, percepção figura-fundo.
- Auditivo: Reconhecer sons, seguir em direção a eles, imitá-los, etc.
- Tátil: (Objetos em repouso ou em movimento). Deve-se reconhecer figuras ao tocar, determinar qualidades, tamanhos, formas, discriminar pesos, cortar, colar, dobrar, etc.
b) A Lateralidade
Definição
Lado funcional predominante do organismo, determinado pela predominância de um hemisfério sobre o outro.
Problema
Quando não há prevalência definida de um dos dois hemisférios, aparecem dificuldades:
- Lateralidade cruzada: Mão direita e orelha, pé e olho.
- Ambidestros: Uso indiscriminado de cada mão.
- Canhoto forçado: Canhotos que foram forçados a usar a direita.
c) O Esquema Corporal
Conceito
É o conhecimento que se deve ter do corpo, suas partes, movimentos, posturas e atitudes.
Organização
Um bom conhecimento do esquema corporal inclui:
- Percepção das partes do corpo.
- Controle e coordenação das mesmas.
- Controle das posições.
- Lateralidade definida.
- Consciência e domínio das partes do corpo em relação ao tronco.
- Domínio da relaxação.
- Consciência da tensão da linguagem e sua capacidade de movimento.
d) Orientação e Estrutura Espacial
Definição
Confluência de várias percepções: tato, visão e movimento.
Características
Até os seis anos, o corpo é o órgão de referência para estabelecer os princípios espaciais. No início, é um espaço vivido, não representado.
e) Orientação e Estrutura Temporal e Ritmo
Definição
O que é produzido a um nível prático de ação, com noções como 'sucessão', 'ordem', 'duração', 'alcance' ou 'pausa'.
Cronologia
As primeiras relações temporais são adquiridas com 'antes' e 'depois'. Seguem-se: 'ontem', 'hoje' e 'amanhã'. Finalmente, temos 'passado' e 'futuro'.
Consequências da Imaturidade
- Omissões.
- Adições.
- Inversões.
- Uniões e separações.
- Falta de modulação.
Aptidões
- Bater com o ritmo.
- Acelerar.
- Retardar.
- Reproduzir ritmos simples.
- Observar movimentos regulares.
- Marcha com passos pesados e leves.
- Caminhar a um ritmo determinado.
- Reconhecer sons curtos e longos.
f) A Organização Motora
Conceito
O controle motor envolve dois comportamentos básicos: a coordenação estática e dinâmica (corpo em repouso e em movimento).
Dificuldades
Uma consequência do tônus muscular defeituoso (hipertônico ou hipotônico).
Aptidões
- Relaxar lentamente os braços do corpo.
- Elevá-los energicamente.
- Baixá-los lentamente.
- Baixá-los rapidamente.
- Segurar, jogar, pegar, lançar.
- Ficar em uma perna, saltar de uma cadeira para o chão.
- Andar na ponta dos pés, balançar o braço de acordo com um ritmo.
Fases da Aprendizagem: Melhoria (Meumann)
Meumann distribuiu as diferenças entre leitores em dois tipos de crianças: as não exercitadas e as exercitadas.
Etapas do Curso do Leitor
- No primeiro ano de aprendizagem, a leitura é mais hesitante e mecânica, com pausas. As palavras deixam de ser silábicas e ganham um novo significado.
- No segundo ano de aprendizagem, a leitura é mais fluida, abrangendo conjuntos com significado e com maior compreensão. Há uma preocupação maior com a entonação e a pontuação.
- Nos anos seguintes, o interesse no conteúdo aumenta, permitindo aprofundar as intenções do autor, os comportamentos dos personagens, etc. No final da educação básica, as dificuldades na leitura (oral, expressiva e silenciosa) devem ter sido superadas.
A ordem de aprendizagem é um elemento muito importante: como a criança tende a confundir sons semelhantes ou ignorados, como as consoantes surdas (d/t, p/b), estes sons não podem ser ensinados em simultâneo. É crucial garantir que um dos sons tenha sido bem aprendido antes de introduzir o outro, intercalando-os com outros sons. Se, desde o início, a criança for exposta a elementos semelhantes, corre-se o risco de erros. Portanto, devemos estar atentos à ordem das letras que podem ser confundidas:
- No plano fonético: p/b.
- Visualmente: u/v, m/n.
- Com orientação espacial assimétrica: d/b, q/p, t/f, a/u.
No nível da associação de sílabas, deve-se passar primeiro para o simples, já que o inverso é mais difícil e frequentemente leva à leitura invertida. Em seguida, apresentam-se sílabas de 3 letras (ex: bar, car, bal). Somente quando a criança tiver aprendido todas as sílabas simples e as tiver associado às diferentes vogais, são apresentadas as consoantes duplas, como dr, tr, br, pr, a fim de evitar inversões na ordem das letras.
Nos estágios iniciais da aprendizagem da leitura, não se deve preocupar com os erros que a criança comete. Crianças com discriminação auditiva não totalmente afinada podem confundir p/b, t/d. Aqueles que não têm uma perspectiva suficientemente condicionada podem, diante de consoantes duplas, escrever "tarbajar" em vez de "trabalhar". Estes erros podem ser considerados normais e desaparecem gradualmente. No entanto, se persistirem e aumentarem, o caso deve ser encaminhado a um especialista, para investigar doenças como a dislexia ou problemas de pronúncia de certas áreas geográficas, como o ceceio.
Conclusão Geral
Aprender a escrever é o desafio inicial da escolaridade. É uma habilidade preciosa que assegura a transmissão e a revisão do conhecimento social. Historicamente, sabemos que isso foi alcançado com sucesso através de diferentes métodos, mesmo em contextos menos estimulantes do que podemos imaginar para as crianças do nosso tempo. É difícil estabelecer se um método é melhor do que outro. É ainda mais difícil determinar se a perspectiva institucional de Vygotsky deve ser revista para que a escola se reduza a um mero observador passivo de um processo espontâneo. Será que a perspectiva metodológica psicogenética oferece uma hipótese igualmente válida para todos os setores da sociedade? É razoável especular que o construtivismo educacional promove a ideia de que a aprendizagem nunca precede o desenvolvimento e, portanto, todos chegarão no tempo certo? O método analítico é um dos abordados.
O Conceito de Leitura
Para Ana Teberosky, "é a primeira tecnologia mental. O restante das máquinas que o homem inventou – a alavanca, a roda, etc. – foram para aumentar ou diminuir a distância."
O Conceito de Escrita
Para Ana Teberosky, "A escrita é uma invenção para aumentar a capacidade intelectual. Esta é a sua primeira extensão. Ela aumenta a memória auxiliar, permitindo a comunicação permanente no espaço e no tempo. A ciência não poderia existir sem a escrita. Ela explica a prática e permite que outro leitor, em outro tempo, leia e interprete de maneira diferente. Por outro lado, a escrita também permitiu a educação. A educação é impossível sem a instrução da escrita, pois permite alcançar muitas pessoas ao longo do tempo. Além disso, quando se aprende a ler e escrever, não se dominam apenas os conteúdos, mas a ferramenta básica para adquirir e aprender a aprender."
Para Goodman, "A escrita é talvez a maior das invenções humanas. Materialmente, é um símbolo da comunicação verbal ou não verbal."
Fundamentos para a Aquisição da Leitura
A aquisição das habilidades de leitura necessárias desenvolve-se através de:
- Observação
- Comparação
- Diferenciação
- Associação
- Pensamento
- Análise
- Síntese
- Dramas de relacionamento e diálogos
- Desenvolvimento da imaginação e dos valores humanos
- Adoção de atitudes de escuta, participação, alegria, silêncio e respeito.
Com o método analítico, espera-se que, em um período de tempo equivalente ao escolar, todas as crianças reconheçam fonemas, os associem à sua grafia e se lembrem das histórias. Algumas, já prontas, aprenderão a ler de forma divertida e natural, como se dissessem: "Vou ensinar a ler."
Devemos notar que o professor deve compreender o potencial de maturação da criança, seus conhecimentos e experiências, e confiar em suas habilidades para promover e incentivar o progresso. Deve propor um plano de ação para implementá-lo em um ambiente acolhedor e seguro. Não se deve esquecer que a atividade da criança é uma importante fonte de aprendizagem e desenvolvimento.
Características das Crianças no Início da Leitura
As crianças que iniciam a leitura demonstram:
- Interesse recreativo e entusiasmo pelo jogo que envolve o contato com a leitura.
- Aspectos afetivos e emocionais, como a alegria com elementos atraentes, surpresa e intriga.
- Capacidade de dar vida a cada item, não distinguindo claramente o animado do inanimado, permitindo aventuras narradas com características exageradas e o maniqueísmo do bem e do mal, sempre resolvido com um final feliz.
Nunca devemos esquecer a alegria e o entusiasmo em descobrir coisas novas e a curiosidade, mas também a necessidade de certeza que cada criança tem. O interesse das crianças em despertar precocemente está em proporção direta com a atenção que lhes damos.
O Método Analítico ajusta-se a essas características, respeitando o desenvolvimento pessoal da criança, enquanto promove o desenvolvimento de suas habilidades e potencialidades. Cada criança amadurece em seu próprio ritmo de aprendizagem e trabalho, o que ajuda a criar sociabilidade e uma autoimagem positiva.
Deve-se reconhecer mais o esforço do que o resultado. É preciso estar atento às suas dificuldades e às estratégias para superá-las, fluindo com seus próprios esforços. Isso resultará em uma educação personalizada.
O Método Analítico de Aprendizagem e Alfabetização
O Método Analítico de aprendizagem vai do fonema à sílaba, à palavra e à frase.
Com este método, a criança que aprecia o jogo descobre novos sons e palavras, prolongando os fonemas para ligá-los. É um método que cria menos problemas e pode ser assimilado por crianças com diferentes capacidades intelectuais. Parte de elementos para atingir estruturas mais complexas, nas quais identifica rapidamente objetos ou pessoas. Associações grafema-fonema podem ser necessárias para começar a escrever sem um modelo. Ao desfrutar de comparações entre fonemas semelhantes, como um jogo de adivinhação, também serve como preparação para a escrita, respeitando a grafia natural.
Necessidade e Importância da Pré-Leitura
Com base neste método, antes de considerar o ensino da leitura, deve-se realizar um trabalho aprofundado de pré-leitura, baseado na observação e coordenação psicomotora, com exercícios que permitam vivenciar os princípios.
Propósitos dos Exercícios de Observação
- Aprender a respeitar o meio ambiente com seletividade.
- Cultivar a observação.
- Trabalhar conceitos de cor, forma, tamanho e orientação espacial.
- Desenvolver a consciência corporal.
- Realizar exercícios de discurso e elocução.
- Desenvolver a memória auditiva e a discriminação visual de palavras.
- Despertar o interesse por livros e aumentar o interesse pelo mundo abstrato, relacionando-o com aspectos específicos.
A Compreensão da Leitura
Só pode ser chamada de leitura aquela que nos faz entender o que é lido. Para obter uma leitura compreensiva, a criança terá que trabalhar constantemente com a síntese e a análise: desconstruindo e escrevendo, compondo e decompondo. Somente desta forma o processo de amadurecimento continuará até alcançar o objetivo certo.
Ordem de Dificuldade
- Palavra.
- Frase de duas palavras.
- Frase de mais de três palavras.
- Frase de duas palavras com cada ponto à parte.
- Frases de três palavras com um ponto final.
Fundamentos do Método Analítico
O método analítico leva em conta os princípios pedagógicos fundamentais para iniciar e desenvolver o processo de leitura. Deve seguir a seguinte ordem:
- Do oral para o escrito.
- Da língua conhecida para a desconhecida.
- Do simples para o complexo.
- Do concreto para o abstrato.
O método deve considerar as características psicológicas das crianças. Assim, a globalização permite e facilita sua participação ativa. Devem ser incentivados o interesse, a atenção, a surpresa e a alegria, levando à diferenciação de fonemas de forma natural e progressiva. A repetição pode ser introduzida como um elemento lúdico.
A fidelidade às bases metodológicas mencionadas pode alcançar aspectos tão importantes como:
- A autoaprendizagem significativa.
- A própria competência de aprendizagem.
- Aprender a aprender.
- Não aprender a memorizar sem compreender.
- Menos conflitos envolvendo a criança nas mudanças de som das letras.
O princípio da globalização está presente em todos os contos e histórias escritos, apresentando uma sequência elaborada.
Características do Método Analítico
Este é um método comprovado pelo qual as crianças aprendem com facilidade e alegria.
- É madurativo e criativo.
- Enfrenta intencionalmente a criança com as dificuldades mais comuns e tem uma maneira especial de resolver cada uma.
- Previne erros fonéticos conflitivos.
- Globaliza a dislexia como um método para recuperar e aplicá-la a crianças com dificuldades de aprendizagem.
- Prepara para aprender as regras de ortografia.
- Ajuda na discriminação visual e auditiva.
- Contribui para a lateralização correta.
- Pode ser utilizado coletivamente em classes heterogêneas, para crianças de diferentes níveis de maturidade.
- Desenvolve o senso de ordem com a imaginação das crianças, que realizam atividades de leitura e compreensão.
Princípios Metodológicos
O Papel do Professor
O papel do professor é concebido como orientação e encaminhamento da criança à ação, compartilhando seus interesses e motivando-os com sugestões e atividades diferentes, atraentes, focadas e curtas. Pouco a pouco (gradualmente, de acordo com o ritmo do grupo), as atividades tornam-se mais complexas e demoradas. O professor, por meio da repetição constante e estruturada, permitirá a generalização do aprendizado, resultando em maior autonomia da criança.
O professor deve tentar criar um ambiente descontraído que promova a atividade de conversa, muito gratificante, que forneça informações à criança sobre vários temas, regras e valores que ela veicula, sugere coisas novas e a convida a compartilhar um espaço e tempo com seus pares, para ouvir, para chamar a atenção, etc. O processo de comunicação entre alunos e docente e as atividades individuais de trabalho destinam-se a ajudar os professores a realizar uma avaliação da aprendizagem.
A Aprendizagem como Construção do Conhecimento
A aprendizagem é concebida como uma construção do conhecimento, um processo ativo que a criança realiza, o que significa sua atuação sobre a realidade, sobre a motivação e o desenvolvimento de interpretações e significados gradualmente ajustados aos aspectos ambientais de si mesma ou do que ela quer conhecer.
A alfabetização é desenvolvida a partir de uma abordagem abrangente, que requer principalmente múltiplas conexões entre o novo e o conhecido, experimentado ou vivido. Não é causada pela simples adição ou acumulação de novos conhecimentos que a pessoa que aprende já possui.
Quando uma criança está imersa em um projeto, ela não tem conhecimento do vocabulário a ser adquirido, de conhecer o ambiente ou de desenvolver uma maior autonomia pessoal. Seus objetivos estão relacionados com a resolução de uma tarefa que exige sua participação ativa e entusiasta. Mas para que isso aconteça, o professor deve saber o que e em que profundidade está trabalhando em cada momento.
Outro dos pontos de partida para o ensino de alfabetização significativa é que o professor deve procurar saber o conhecimento e a experiência prévia das crianças, dos significados que já construíram, para partir deles e facilitar esse processo de contínua construção e reconstrução de significados. A aprendizagem não ocorre pela adição ou acumulação de novos conhecimentos para aqueles que as crianças já têm, mas envolve o estabelecimento de conexões e relações entre o novo e o que foi aprendido, experimentado ou vivido. Então, é uma abordagem abrangente para a realidade.
Define-se pela sua funcionalidade e memorização abrangente e funcional, já que serve à criança apenas para adquirir novos conhecimentos, ou que tenha alguma relação com o ambiente, e se opõe a memorizações mecânicas e repetitivas. É o ponto de partida para novas aprendizagens.
Ambiente Acolhedor e Seguro
As características das crianças que entram em sala de aula tornam imperativo encontrar um ambiente aconchegante, acolhedor e seguro, permitindo e contribuindo para o desenvolvimento de todas as capacidades. Isso exige que o educador planeje suas ações em uma atmosfera geral calorosa, relaxada e afetuosa. Define-se também para cada criança um relacionamento pessoal de alta qualidade, em função da idade e da situação, transmitindo à criança a segurança de ser amada e valorizada. O professor deve facilitar o estabelecimento de um vínculo com a criança, transmitindo confiança e uma enorme importância à sua existência e segurança emocional. Isso não se opõe à presença de normas, desafios e demandas.
Individualidade e Diversidade
O educador, para ajudar no progresso de uma criança, deve conhecer suas chances de maturação e confiar em sua capacidade de progredir. Há poucas coisas que provavelmente reduzem tanto o desenvolvimento quanto a falta de capacidade ou a convicção de que o desenvolvimento não é possível.
O Jogo na Aprendizagem
O jogo é uma das primeiras linguagens das crianças, uma de suas formas mais naturais de expressão. O jogo está ligado à criatividade. Portanto, como educadores, ao planejar, devemos supor que o jogo é uma tarefa na qual a criança testa continuamente novas aquisições, enfrentando-as de forma voluntária, espontânea e agradável.
Conclusões Finais
A aprendizagem da leitura e da escrita é um processo complexo que não termina na escola primária, mas se expande e enriquece constantemente. É necessário que a aprendizagem seja significativa, funcional e socialmente relevante. Fatores como a estimulação sociocultural, a família, a disposição dos alunos, a intervenção educativa, a relação estabelecida entre eles, o estilo da instituição, etc., são cruciais.
Por outro lado, a sociedade espera que as aprendizagens escolares sejam socialmente relevantes, permitindo à criança:
- Compreensão de diferentes discursos.
- Resposta adequada a eles.
- Acesso a diversos materiais de leitura.
- Boa escrita.
Deve-se observar que a alfabetização está intimamente ligada à condição social, aos grupos culturais e profissionais, o que dará maior ou menor significado à forma como se lê ou escreve. No entanto, apesar do que é esperado pela sociedade, é essencial levar em conta a orientação e o apoio que cada família oferece ao estudo. Muitas famílias não valorizam a aprendizagem escolar, e em muitas ocasiões, os alunos não têm apoio familiar ou têm pouco. "A leitura é um hábito da família e é importante que os pais se tornem conscientes da necessidade de transmiti-lo aos seus filhos fora da escola."
O Método Waldorf
1. Geral: Ensino Primário e Escrita
No método Waldorf, o ensino primário abrange dos 7 aos 14 anos. Durante este período, as crianças são acompanhadas por um único professor. Essa proximidade favorece um contato professor-aluno adequado, onde há confiança mútua, autoridade natural do professor e compreensão das necessidades, interesses e motivações da criança. Acima de tudo, permite ao professor desfrutar de um espaço suficientemente amplo para permitir que o interesse de cada criança em todos os assuntos surja livre e espontaneamente, no tempo devido.
Ensina-se as crianças a ler na 1ª e 2ª classe (7 e 8 anos). Nesta idade, a expectativa da leitura e da escrita é forte. As crianças são muito imaginativas, mas a inteligência racional ainda não se desenvolveu o suficiente. A criança permanece na fase psíquica, onde a criatividade e a interação com o exterior são os meios pelos quais constrói seus conhecimentos.
Não seguir o ritmo natural de desenvolvimento, forçando o desenvolvimento da inteligência racional quando a criança ainda está desenvolvendo a inteligência psíquica ou órgãos físicos, pode levar a desequilíbrios nessas áreas, resultando em problemas de imaturidade mental, humor e até física na idade adulta, na forma de doenças crônicas. Os métodos desenvolvidos para abordar este fato promovem a imaginação e a experiência sensorial de todos os tipos (visuais, auditivas e motoras), em grupos ou individualmente, como veremos exemplificado no ensino da escrita.
2. Ensino da Escrita no Método Waldorf
Fase 1: Introdução às Formas
Primeiro, dedica-se um período de um mês ao desenho de formas, onde as crianças se familiarizam com curvas e retas.
Fase 2: Introdução ao Alfabeto, Sílabas e Ditados
Nesta fase, são introduzidas as letras maiúsculas, seguindo os seguintes pontos:
- Primeiro as vogais, depois as consoantes.
- Letra por letra, em um processo de três dias para cada uma.
- No 3º dia de uma letra, inicia-se a próxima.
- Após 5 letras, a escrita é pausada por algumas semanas e o processo é reiniciado.
- Cada letra será a inicial de uma palavra à qual está vinculada, escolhida pelo seu significado e similaridade com a forma da letra em questão.
1. Primeiro Dia: A História e a Escuta
O professor conta uma história sem comentar qual letra está a demonstrar (1). No decorrer da história, a letra faz sua aparição em uma palavra-chave e marcante. Ao apresentar a letra, enfatiza-se o som fonético, separando-o do resto da palavra. Para pronunciar o fonema, a letra nunca é apresentada isoladamente, mas em seu contexto de história e palavra.
Escolhemos a letra 'M' como exemplo. A palavra que associamos é 'montanha' por sua semelhança com a letra. A história teria sido escolhida para enfatizá-la. A ferramenta de escuta da história é usada para promover o primeiro contato da criança com a letra, pois:
- Prende a atenção e as expectativas das crianças, fazendo-as trabalhar diretamente.
- A imaginação tem grande impacto sobre elas por sua natureza simbólica e indireta.
- Pode ser útil para acompanhar a criança emocionalmente ao longo de seus estágios de desenvolvimento.
2. Segundo Dia: O Desenho, Recitação e Ilustração
Primeiro, recapitula-se a história do dia anterior, fazendo uma rodada juntos. Pergunta-se se lembram do som, cantando-o e representando-o euritmicamente. Em seguida, abre-se a prancheta onde o professor, com antecedência, desenhou a imagem que representa a história e onde a montanha com a letra 'M' aparece claramente. No entanto, a letra não é mostrada, a criança tem que encontrá-la, mesmo que realmente queira saber onde ela se esconde.
As crianças desenham em seus cadernos a figura indicada na lousa. Mais uma vez, a história e o som são abordados de várias maneiras e em grupos, brincando com a imagem, o mistério e a criatividade. A imagem representada pela criança é uma compilação da história, mas, por sua vez, manifesta sua expectativa e um mundo imaginário cheio de cores. Assim, a criança torna-se um participante ativo no jogo.
(1) Nota: A história que introduz a voz tende a ser "O Rei dos Sons" e apresenta o seguinte: o rei, depois de ter passado por dificuldades e conflitos, chega a um país cujo povo não se entende ao falar, nem se comunica por não saber uma palavra. O rei, para resolver o problema, apresenta suas filhas, uma nova a cada dia. Leva os povos antigos a ver o sol nascer, que é chamado de 'A', de admiração, ...
3. Terceiro Dia: A Palavra, Experiência e Escrita
Antes da aula, o professor destaca a letra 'M' no desenho da lousa. As crianças têm que encontrar a letra que representa o som /m/. Uma vez desmascarada, recolhem os desenhos do dia anterior e remarcam a letra 'M' em seu desenho. Muitas vezes, surpreendem-se ao ver a letra 'M' presente em muitos desenhos na lousa.
Abaixo, o professor escreve a letra 'M' e a palavra 'Montanha'. Agora, as crianças irão experimentar a letra no espaço de diferentes maneiras: desenhada no chão, e cada criança a percorre; feita na areia; nas costas do colega; e passada na lousa. Agora, tudo é escrito em seu caderno: 'M' grande no centro, 'm' pequenas nos ângulos. Aqui, a experiência auditiva e visual é implementada com o motor. Quando o ponto de integração dessas três formas é alcançado, a escrita ocorre. Por ser objeto de muita curiosidade, sentida de muitas maneiras e com significado, a letra formal é geralmente desenhada com uma ortografia perfeita.
Depois, faz-se outro desenho retratando a estrela das vogais (2), e adiciona-se cada consoante estudada à vogal. Cada sílaba formada terá que seguir essa regra: a vogal dá cor à consoante. Finalmente, em sua série de linhas de cadernos tricolores desenhadas: azul acima (o céu), amarelo no centro, vermelho abaixo (a terra). Agora, escreve-se 'MONTANHA' (a linha superior é escrita em amarelo e azul), seguindo a regra de cores. 'MON' resulta em vermelho, 'TA' em azul, 'NHA' em azul. Desta maneira, e acrescentando uma história rítmica, aprende-se a diferenciar sílabas.
Uma vez que as crianças têm letras suficientes ao seu alcance, podem fazer ditados de frases com palavras compostas pelas letras conhecidas.
Fase 3: Introdução às Minúsculas
Nesta fase, passa-se para o 2º ano. Dentro da linha tricolor, a faixa amarela é usada como área de base da escrita. Os pontos mais altos, como 't', "vão para o céu", ocupando também a faixa azul; os baixos, como 'p', "vão para a terra", ocupando a faixa vermelha.
(2) Nota: Vogais e consoantes seguem o mesmo processo de aprendizagem, exceto que a vogal adiciona uma cor específica. 'A' é azul, 'E' é verde, 'I' é amarelo, 'O' é vermelho ou roxo, 'U' é roxo. Vamos juntos em uma estrela de cinco pontas (que representa a abertura das vogais).
Conclusão sobre o Método Waldorf
Quando o roteiro estiver completo, o ditado de palavras e frases inteiras é aplicado, e os processos de leitura e escrita são descobertos em paralelo. Através da atenção e imaginação que envolvem diferentes representações e os sentidos visuais, auditivos e motores, implementados por diversos modos de interação como ouvir, experimentar e compartilhar, e utilizando métodos de acordo com o desenvolvimento natural das crianças, a aprendizagem torna-se um jogo muito eficaz e a criança vive em sua ânsia de aprender.
Breve Comparação: Montessori e Freinet
Após a aplicação do método Montessori, a criança atinge a escrita espontânea, tendo a propriedade de todos os fenômenos naturais. Ao começar a escrever a primeira palavra, continua a escrever, assim como na língua, depois de proferir a primeira palavra, continua a falar e, depois de dar o primeiro passo, continua a andar. O curso de formação, em estreita colaboração com o fenômeno da escrita que aparece, é o mesmo para o progresso futuro, ou seja, avançar no sentido da perfeição. A criança assim preparada, inserida no curso de seu desenvolvimento, em conjunto com ele, sem dúvida, aumentará o corpo (desenvolvimento fisiológico), assim como o desenvolvimento das funções de seu espírito irá junto com o desenvolvimento da vida (desenvolvimentos sociais e cognitivos).
A partir das técnicas de Freinet, aprendemos que aprender a ler e escrever é também um processo natural, a partir do desenho experimental e considerando os erros como experiências de aprendizagem. O complexo de sucessos e fracassos na aprendizagem torna-se arte de viver.
Ambos os autores têm uma tendência construtivista. Após mais de um século de seu nascimento e implementação de métodos e técnicas, surpreende que muitos de nós, nascidos na década de 80, tenhamos aprendido a ler e escrever no estilo tradicional, "a minha mãe me estragou". Cada um discute a noção de "ambiente" e, embora sua definição seja diferente, o objetivo é o mesmo: promover o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita.
Freinet e Montessori estabelecem os 2 anos e meio de idade como ponto de partida para a longa jornada de aprendizagem da escrita, considerando o desenho como um primeiro passo na aquisição da linguagem. Uma conexão clara com o que hoje conhecemos como "escrita icônica". Mais tarde, surgem diferenças em seus desenhos que as crianças discriminam como elementos distintos com o desenho; nesta fase, corresponderia à própria escrita distinta, icônica ou icônica.
De 5 a 6 anos, a criança deve ter maturidade suficiente, de acordo com esses autores, para decifrar textos e avançar para o enriquecimento de ambos os mecanismos de representação e interpretação da linguagem. Enquanto Montessori não apresenta um método específico de leitura, considerando que ela é assumida durante a aprendizagem da escrita; Freinet não define diferentes etapas pelas quais o processo acontece com a aprendizagem da leitura: ele fala das palavras, palavras e frases e seu enriquecimento do ambiente, o estudo experimental, evitando a lição metodológica.