Métodos Analíticos: Cromatografia, Imunoensaios e Monitorização
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1. Caracterize os Métodos Cromatográficos:
a) CCD - Cromatografia em Camada Delgada
Consiste na separação dos componentes de uma mistura através da migração diferencial desses componentes quando arrastados pela fase móvel (solvente) sobre uma camada delgada de adsorvente. É uma técnica de adsorção líquido-sólido.
b) CG - Cromatografia a Gás
- Está baseada na partição dos componentes de uma amostra entre a fase móvel (gasosa) e a fase estacionária (líquida ou sólida).
- Os gases utilizados como fase móvel devem ter alta pureza e ser inertes em relação à fase estacionária.
- Hidrogênio, nitrogênio e hélio são os mais usados.
c) HPLC - Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
- Técnica que utiliza como fase móvel um líquido e equipamentos sofisticados para separar os componentes de uma amostra pela interação com a fase estacionária e com a fase móvel.
- Utilizada para compostos de alto peso molecular e pouco voláteis, bem como materiais termicamente instáveis.
2. Vantagens e Desvantagens dos Métodos Cromatográficos
a) CCD
Vantagens:
- Método rápido, eficiente, de baixo custo.
Desvantagens:
- Baixa precisão na quantificação (relativamente em comparação com HPLC e CG).
- Falta de automação.
b) CG
Vantagens:
- Alto poder de resolução, tornando possível, algumas vezes, a análise de várias substâncias na mesma amostra.
- Grande sensibilidade, permitindo o uso de uma pequena quantidade de amostra para análise.
- Rapidez da análise, aproximadamente 18 minutos.
Desvantagens:
- Exige calibração.
- Possui custo elevado pelo consumo de gases como hélio, ar sintético e hidrogênio.
c) HPLC
Vantagens:
- A fase estacionária é usada várias vezes.
- Versatilidade na solubilidade da amostra na fase móvel.
- Boa para análise qualitativa.
- Bons resultados quantitativos: desvios inferiores a 5%.
- Boa detectabilidade.
- Automação.
Desvantagens:
- Alto custo do equipamento.
- Alto custo de manutenção do equipamento.
- Não há um detector universal com boa detectabilidade e baixo custo.
- Exige experiência do operador.
3. Colunas Comumente Utilizadas em CG e HPLC
a) CG:
- Coluna capilar de sílica fundida.
b) HPLC:
Utilizam-se colunas metálicas e fase móvel pressurizada obtida com auxílio de bombas de alta pressão, para permitir a vazão mais rápida da fase móvel.
- Preparativa (d.i. > 10 mm).
- Convencional (d.i. > 2-5 mm).
- Microbore (d.i. 1 ou 2 mm).
- Capilar (d.i. 0,075 - 0,5 mm).
4. O que é o FID?
5. O que é o RIA?
Radioimunoensaios. O termo radioimunoensaio (RIA) é mais empregado em ensaios com antígenos marcados.
6. Características Gerais do RIA
- Em 1959, Berson e Yalow desenvolveram o primeiro RIA para quantificação de insulina.
- Primeira técnica imunológica padronizada capaz de detectar e quantificar substâncias da ordem de nano a picogramas.
- Determina qualquer tipo de molécula biológica, desde que haja um receptor específico e que a molécula biológica possa ser marcada.
- Apresenta alta sensibilidade, que é conferida pela detecção radioativa.
- O RIA também apresenta elevada especificidade.
- Graças à sua especificidade, os ensaios podem acontecer diretamente no líquido biológico.
- Por causa da sua sensibilidade, o volume de amostra pode ser menor.
7. Vantagens e Desvantagens do RIA em Relação a Outros Métodos
Vantagens:
- Método muito sensível, específico e de alta afinidade.
- Baixo custo.
- Requer pouca amostra.
- Rápido.
Desvantagens:
- Instabilidade dos radioisótopos.
- Risco operacional.
- Necessidade de medidas especiais.
- Elevado custo de biossegurança e problemas com o descarte de material.
8. Tipos de RIA e Descrição de um Exemplo
- De competição com anticorpo marcado.
- De competição com antígeno marcado.
- Sanduíche ou captura de antígeno.
- Para detecção de IgE:
- Paper Radioimmunosorbent Test (PRIST).
- Radioallergosorbent Test (RAST).
Exemplo: RIA de Competição com Anticorpo Marcado
- Inicialmente, antígenos são fixados na fase sólida.
- A seguir, acrescenta-se a amostra do paciente.
- Os anticorpos específicos e marcados com o radioisótopo são acrescentados.
- Se a amostra for positiva, haverá a formação do complexo Ag/Ac com o antígeno do soro.
- Quanto maior a quantidade de antígeno na amostra, maior será a ligação destes aos anticorpos, formando imunocomplexos, que serão retirados por lavagem e, assim, reduzindo a leitura da radioatividade.
9. Diferenças entre os Métodos ELISA e RIA
RIA:
Reação de competição por um receptor comum entre uma substância a ser determinada e a mesma substância marcada radioisotopicamente.
ELISA:
Imobilização de um dos reagentes (Ag ou Ac) na fase sólida, enquanto o outro reagente (Ag ou Ac) está ligado a uma enzima.
10. Tipos de ELISA em Fase Sólida e Caracterização
- Competitivo
- Não competitivo-indireto
- Sanduíche ou de captura
Indireto:
1ª Etapa: Sensibilização da Placa
- Ligação do Ag ou Ac à placa, através de interações hidrofóbicas.
- Lavagem.
2ª Etapa: Bloqueio
- Bloqueio com solução com alta concentração de proteína inerte (leite desnatado, albumina bovina - BSA). Serve para evitar ligações inespecíficas.
- Lavagem.
3ª Etapa: Adição da Amostra
- Soro.
- Lavagem.
4ª Etapa: Adição do Conjugado
- Anticorpo marcado com enzima.
- Lavagem.
5ª Etapa: Adição do Substrato
- Cromógeno - Formação de uma cor.
6ª Etapa: Adição da Solução STOP
11. Vantagens do ELISA sobre o RIA
- Cuidados com interferentes.
- Reações cruzadas.
12. O que é a Monitorização Terapêutica?
- Monitorar ou medir os níveis sanguíneos dos fármacos ou drogas com um objetivo terapêutico.
- Otimizar as doses para cada paciente (compensar a variabilidade individual).
- Boa correlação entre a concentração sanguínea do fármaco no sítio de ação com a resposta farmacológica. Observação: Medir o fármaco no local de ação é impossível.
- Forte correlação entre a concentração sanguínea e seus efeitos farmacológicos (maioria das substâncias).
13. Quando Realizar a Monitorização Terapêutica?
- Durante terapias de longa duração.
- Mudanças no estado de saúde do paciente.
- Existe toxicidade relacionada à dose.
- Resposta terapêutica inadequada.
- Suspeita de falta de aderência.
- Suspeita de sobredose.
- Mudanças na formulação do medicamento.
- Suspeita de interação entre fármacos.
14. Principais Fármacos que Necessitam de Monitorização Terapêutica
- Anticonvulsivantes (Carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, topiramato, etc.)
- Antimicrobianos (Vancomicina, amicacina, gentamicina, etc.)
- Antidepressivos (Amitriptilina, nortriptilina, etc.)
- Imunossupressores (Sirolimus, tacrolimus, ciclosporina, ácido micofenólico)
- Antirretrovirais (Inibidores de protease)
- Outros: benzodiazepínicos, antipsicóticos, antifúngicos, antiarrítmicos, etc.
15. Exemplo de Medicamento para Monitorização Terapêutica
Vancomicina
Critério de Exclusão:
- Quando não há necessidade de monitorar nível sérico.
- Adultos com menos de 60 anos e peso normal.
- Tempo de tratamento igual ou inferior a sete dias.
Critérios de Inclusão:
- Quando é necessário o monitoramento de nível sérico.
- Tratamento com Vancomicina superior a sete dias.
- Insuficiência renal (Clcr < 40 mL/min).
- Alteração da função renal devido a aumento da creatinina sérica em 0,5 mg/dL ou 50% do basal.