Métodos Científicos e Tipos de Conhecimento: Uma Análise
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Método Indutivo
O indutivismo é uma corrente epistemológica positivista que atribui à ciência um caráter empirista, na medida em que valoriza a experiência sensível como a única base sólida do conhecimento.
Etapas do Método Indutivo:
- Observação do Fenómeno: A observação e registo do fenómeno deve ser feita de modo a encontrar as suas causas, de forma objetiva, e a observação deve ser repetida. Estes são fruto do hábito e são casos particulares.
- Descoberta da Relação entre os Fenómenos: Por meio da comparação e da classificação, procura-se aproximar os fatores para descobrir a relação entre eles.
- Generalização da Relação: Generaliza-se a relação encontrada entre os factos semelhantes em leis que expressam as relações constantes entre factos.
Críticas ao Método Indutivo
David Hume criticou, dizendo que por mais que a experiência fosse repetida, não se poderia concluir nada e criar uma lei a partir do hábito. Este método usa o critério da verificabilidade.
Método Hipotético-Dedutivo
Karl Popper lançou as primeiras bases deste método. Ao contrário do método indutivo, o método hipotético-dedutivo parte de uma ideia geral, associando-a ao particular e criando a lei, diminuindo assim a probabilidade de erro. É mais rigoroso que o indutivo e trabalha com o critério da falsificabilidade.
Etapas do Método Hipotético-Dedutivo:
- Facto-Problema: Formulação de hipótese;
- Dedução das consequências;
- Experimentação.
Verificabilidade vs. Falsificabilidade
Verificabilidade consiste em um sujeito assumir que algo é verdade e tentar provar a sua teoria, apresentando exemplos em que se caracterizam. Enquanto que falsificabilidade consiste em pôr tudo em causa, tentando encontrar um exemplo onde a teoria não se verifique.
Conhecimento Vulgar
É um conjunto desorganizado de opiniões subjetivas, suposições, pressentimentos, preconceitos e ideias feitas que nos conduzem a uma visão superficial e funcional, embora, por vezes, errónea da realidade, tendo como principais características:
- Espontâneo e imediato;
- Sensitivo;
- Superficial;
- Subjetivo;
- Assistemático e desorganizado;
- Ametódico e não disciplinar;
- Dogmático e acrítico;
- Forma-se através de experiências de vida e fruto do acaso da vida.
Conhecimento Científico
Este conhecimento opõe-se ao conhecimento vulgar. É uma construção racional que não resulta apenas de uma simples observação empírica superficial e acrítica. Nessa construção racional intervêm elementos percetivos, mas enquadrados em esquemas conceptuais que permitem a interpretação e lhe dão significado e inteligibilidade. Tem como principais características:
- Objetividade;
- Metódico;
- Parte de hipóteses;
- Formula teorias e leis;
- Preditivo;
- Revisível e provisório.
Conhecimento Científico vs. Conhecimento Vulgar
Karl Popper admitia que o conhecimento vulgar é um ponto de partida, ainda que inseguro, para outro tipo de conhecimento mais aprofundado do real, bastando para tal ser criticado. Gaston Bachelard considerava-o como um obstáculo epistemológico, ou seja, como algo que, por si, impede a produção de conhecimento científico. Por conseguinte, não basta criticar e corrigir o conhecimento vulgar, é preciso romper totalmente com ele.
Momentos da Evolução da Ciência
A ciência apresenta 3 momentos de evolução:
- Ciência Antiga: Baseia-se no conhecimento das coisas pelas suas causas – era feito pela filosofia.
- Ciência Moderna: Baseia-se no conhecimento que procura formular, mediante linguagens rigorosas e apropriadas, leis por meio das quais se orientam os fenómenos.
- Ciência Pós-Moderna: Está marcada pelas ideias de relatividade, incerteza, indeterminismo e probabilidade – Einstein com a teoria da relatividade.
Ciências Naturais vs. Ciências Sociais e Humanas
As Ciências Naturais seguem um modelo explicativo e relacionam a causalidade (método explicativo), enquanto que as Ciências Sociais e Humanas seguem o modelo compreensivo e interpretam os sentidos da realidade humana.