Métodos de Localização Radiográfica e Indicações
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Métodos de Localização Radiográfica
- Método de Clark
É o deslocamento aparente de um objeto em relação ao outro quando se muda o ponto de observação.
Princípio Paralaxe
- Se observarmos dois objetos semelhantes em linha reta, o objeto mais próximo (vestibular) encobrirá o mais distante (palatino ou lingual)
- Se o observador deslocar-se para a direita (distal) ou para a esquerda (mesial), dissociaremos os objetos.
- O objeto mais distante acompanhará o deslocamento do observador, enquanto o objeto mais próximo se movimentará em sentido contrário ao deslocamento.
Portanto:
a) O objeto mais próximo se desloca para o lado contrário ao do observador.
b) O objeto mais distante se desloca para o mesmo lado do observador.
Em resumo:
- Se a incidência é distorradial e a imagem se desloca para distal, o dente está por P (L)
- Se a incidência é distorradial e a imagem se desloca para mesial, o dente está por V
- Se a incidência é mesiorradial e a imagem se desloca para distal, o dente está por V
- Se a incidência é mesiorradial e a imagem se desloca para mesial, o dente está por P (L)
Indicação
Localização dentes inclusos, impactados, corpos estranhos, processos patológicos, dissociação de raízes e canais radiculares.
- Se a IMAGEM ALVO estiver deslocada no MESMO SENTIDO DO DESLOCAMENTO DO FEIXE, então, ela está localizada por PALATINO/LINGUAL.
- Se a IMAGEM ALVO deslocar no SENTIDO CONTRÁRIO DO DESLOCAMENTO DO FEIXE, então, ela está localizada por VESTIBULAR.
- Método de Le Master
Diminuir a sobreposição da imagem do processo zigomático da maxila na região apical dos molares superiores (na técnica de bissetriz).
- Método de Miller-Winter
Técnica do ângulo reto ou da dupla incidência.
Indicação: Mandíbula
Localização vestíbulo – lingual de: dentes não irrompidos, corpos estranhos, processos patológicos.
- Uma radiografia periapical convencional colocando-se o filme periapical, como se fosse uma oclusal parcial da mandíbula.
- Incidência do FEIXE DE RAIO X deve ser PERPENDICULAR ao filme radiográfico.
- Método de Donovan
Indicações: mandíbula
Quando a Técnica de Miller-Winter não registra inteiramente o terceiro molar inferior não irrompido.
Visão oclusal do 3º molar inferior.
- Filme apoiado na oclusal dos dentes e no ramo da mandíbula.
- O paciente segura o filme com dedo indicador do lado oposto, na região mésio-oclusal do 2ºMolar.
- O paciente inclina a cabeça para trás e para o lado oposto
- Método de Parma
Indicação: mandíbula
- Quando a radiografia periapical convencional não registra inteiramente o terceiro molar inferior incluso.
- O eixo maior do filme deverá formar um ângulo com o plano oclusal.
CARIE
Desmineralização do dente, que ocorre quando tipos específicos de bactérias produzem ácidos que destroem o esmalte do dente e a camada do dente logo abaixo dela, a dentina.
PAPEL DA RADIOGRAFIA NA DETECÇÃO DA LESÕES DE CÁRIE
- Vista como zona radiolucente, já que a área desmineralizada do dente não absorve tantos fótons de raios X como a porção não afetada.
- Exame radiográfico é um suplemento valioso para detecção de lesões de cárie.
- Podem revelar lesões em superfícies oclusais e proximais, indetectáveis no exame clínico.
- Radiografia não revela se a lesão está ativa ou inativa (em uma segunda imagem realizada com data posterior pode revelar se a doença estava realmente em atividade ou não).
- O intervalo entre os exames deve ser individualizado de acordo com a necessidade de cada paciente com base na percepção da atividade e susceptibilidade da cárie.
- Projeção interproximal é a mais útil para detectar lesões cariosas.
- Imagens periapicais também são úteis, principalmente em dentes anteriores e detecção de alterações no osso periapical.
DETECÇÃO DE LESÕES DE CÁRIE
- SUPERFÍCIES PROXIMAIS
Aparência típica: triângulo com base voltada para a superfície do dente.
Quando a desmineralização alcança a junção amelodentinária (JAD), ela se alastra pela mesma, frequentemente formando a base de outro triângulo com ápice voltado para a câmara pulpar.
Mais comumente encontradas nas áreas entre o ponto de contato e a gengiva marginal livre.
FALSAS INTERPRETAÇÕES
- FALSO-POSITIVO: lesão incorretamente detectada quando a superfície do dente está sadia.
- FALSO-NEGATIVO: não detecção da lesão em casos que a desmineralização ainda não é visível na imagem.
CONSIDERAÇÕES PARA TRATAMENTO
- O tratamento restaurador normalmente não é indicado em lesões detectadas somente no esmalte. Dentista e pacientes devem tentar conter a evolução da cárie com intervenções conservadoras.
- No entanto, lesões cavitadas precisam de tratamento restaurador.
- SUPERFÍCIES OCLUSAIS
Geralmente visível na imagem quando a lesão cariosa penetrou além da JAD.
Aparência típica: zona radiolucente delgada entre o esmalte e a dentina, base ampla com pouca ou nenhuma alteração visível no esmalte.
Lesões iniciais são vistas clinicamente como descolorações branco-foscas.
Lesões antigas podem ser vistas como amareladas, acastanhadas ou pretas nas fissuras oclusais.
FALSAS INTERPRETAÇÕES
- FALSOS-NEGATIVO: lesão limitada ao esmalte, o esmalte circunjacente pode mascarar a lesão. Menos grave, uma vez que a lesão progride de forma lenta, e a lesão é detectado no exame clínico ou num estágio mais posterior.
- FALSO-POSITIVO: pode parecer haver uma região mais radiolúcida entre esmalte e dentina quando há uma diferença de densidade bem definida. Mais grave pois causa uma lesão irreversível em uma superfície sadia.
CONSIDERAÇÕES PARA TRATAMENTO
- Cavitação visível na inspeção clínica: tratamento restaurador. Exames radiográficos podem ser necessários para avaliar relação com câmara pulpar.
- Sem cavitação: se existir descoloração da fissura, é indicado exame radiográfico. Se houver extensão radiolucente na dentina, indica que lesão cariosa passou pela JAD e requer tratamento restaurador.
- SUPERFÍCIES VESTIBULAR E LINGUAL
Avaliações clínicas com os métodos visual e tátil são normalmente os métodos definitivos para detectar lesões vestibulares ou linguais. Ocorrem mais frequentemente nos sulcos e fissuras do esmalte. Redondas, elípticas ou semilunares.
- SUPERFÍCIES RADICULARES
Envolvem cemento e dentina e estão associadas à retração gengival.
Cemento exposto é relativamente mole e muito fino, de forma que ele é rapidamente degradado por atrição, abrasão e erosão.
Detectáveis clinicamente e por imagens.
Armadilha: burnout.
BURNOUT CERVICAL
Só ocorre nas interproximais. É uma área radiotransparente com bordas mal definidas que ocorre na mesial e distal na região cervical entre a borda da capa do esmalte e a crista alveolar. Nada mais é que uma diferença de densidade entre a região cervical dos dentes e os tecidos acima e abaixo deles, sendo essa uma condição normal, que ocorre devido ao descrescimo de absorção de raio x nas áreas em questão.
- ASSOCIADAS A RESTAURAÇÕES DENTÁRIAS
- Cárie secundária ou recorrente: lesões que se desenvolvem na margem de uma restauração preexistente.
-
Cárie secundária x cáries residuais.
DOENÇAS PERIODONTAIS
Conjunto de condições caracterizadas por uma resposta inflamatória do portador nos tecidos periodontais que pode levar a alterações localizadas ou generalizadas nos tecidos moles ao redor dos dentes, à perda de osso de suporte e, por fim, à perda dos dentes.
Doenças gengivais: podem ou não ser induzidas por placa dental.
Não associada à placa dental: infecções virais ou fúngicas, condições alérgicas, lesões traumáticas...
Gengivite se manifesta como inflamação do tecido mole circundando os dentes, com inchaço gengival, edema e eritema.
Periodontite: se distingue da gengivite pela destruição clinicamente detectável de tecidos portadores, vista como a perda de fixação de tecido mole e osso de suporte dos dentes envolvidos. É sempre precedida pela gengivite, mas a gengivite nem sempre evolui para periodontite. Se manifesta com formação de bolsa, que é a apresentação universal dessa doença. Outros sinais clínicos: sangramento, exsudato purulento, edema, reabsorção da crista alveolar e mobilidade do dente.
Placa dental: papel principal no desenvolvimento da periodontite.
Dano direto: Liberação de toxinas
Dano Indireto: Ao estimular reação inflamatória
Liberação de mediadores inflamatórios é responsável pela maior parte das lesões ao tecido mole adjacente e pelo estímulo de reabsorção osteoclástica. Resposta inflamatória causa perda e migração apical do ligamento epitelial, resultando em formação de bolsa.
Fases destrutivas x fases quiescentes
Influenciam no estabelecimento e progressão da doença: Doença sistêmica, Idade, Predisposição genética, Estado imunológico, Trauma oclusal e estresse.
Indivíduos com maior tendência a doenças periodontais: Fumantes, Idosos, Baixa escolaridade, Cuidado dental negligente, Doenças sistêmicas (diabetes, HIV...)
Avaliação Radiográfica de Condições Periodontais: Quantidade de osso presente, Condição das cristas alveolares, Perda óssea nas áreas de furca, Espessura do espaço de ligamento periodontal, Fatores de irritação local que aumentam o risco de doença periodontal (cálculo; restaurações mal delineadas ou superestendidas), Comprimento de raízes e morfologia e relação coroa-raiz, Contatos interproximais abertos, que podem ser locais para impactação de alimentos, Considerações anatômicas (posição do seio maxilar em relação a uma deformidade periodontal; dentes ausentes, supranumerários, impactados e inclinados), Considerações patológicas (cáries; lesões periapicais; reabsorção radicular).
Limitações das imagens intraorais: Bidimensional, mostram destruição de osso menos grave do que a que realmente existe, não demonstram a relação entre tecidos moles e duros e, portanto, não fornecem qualquer informação sobre a profundidade de bolsas. Radiografias periapicais e interproximais - Sim, Radiografia panorâmica – Não, Tomografia computadorizada de feixe cônico – Não sei.
Anatomia normal: Altura da crista óssea fica em um nível aproximado de 0,5 a 2,0mm abaixo da JAC. Contorno bem mineralizado da crista alveolar indica ausência de atividade de periodontite. Entretanto, a ausência de uma crista bem mineralizada pode significar ou não periodontite. Ângulo agudo entre crista alveolar e lâmina dura na região posterior.
Características de imagens de doença periodontal: A) Alterações na morfologia do osso alveolar
Alterações ósseas iniciais: Áreas de erosão localizadas na crista interproximal do osso alveolar, Arredondamento das cristas alveolares e perda leve da altura de osso alveolar. OBS: Perda significativa de fixação deve estar presente de 6 a 8 meses antes de a evidência de perda óssea aparecer em imagem.
Perda óssea horizontal: Perda na altura óssea alveolar está horizontal (paralela a uma linha imaginária unindo as JACs de dentes adjacentes), Perda nas tábuas vestibular e lingual e osso alveolar interdental, Leve: perda de 20% de altura óssea normal, Moderada: de 20% a 50%, Severa: acima de 50%, OBS1: Normal – 2mm da JAC, OBS2: Um único exame não indica atividade atual da doença.
Defeitos ósseos verticais: Contorno do osso alveolar remanescente em geral exibe uma angulação oblíqua a uma linha imaginária ligando a JAC do dente afetado ao dente vizinho.Forma inicial – alargamento do ELP. São frequentemente difíceis de reconhecer em radiografia, pois uma ou ambas as tábuas ósseas permanecem sobrepostas ao defeito.
OBS: Inspeções clínicas e cirúrgicas são os melhores meios de determinar o número de paredes ósseas remanescentes.
Crateras interdentais: As paredes corticais vestibular e lingual exteriores do osso interproximal se estendem mais em nível coronal do que o osso medular entre eles, o qual foi reabsorvido.Na imagem aparece como uma faixa óssea irregular com menor densidade na crista, imediatamente junto ao osso normal apical de maior densidade à base da cratera.
Perda de paredes cortical bucal ou lingual: Indicado por um aumento na radiolucência da raiz do dente perto da crista óssea alveolar.Forma geralmente vista é uma sombra semicircular na raiz com radiolucência, orientada apicalmente em relação ao dente.
Deformidades ósseas nas furcas de dentes multirradiculares: Perda óssea se estende às bifurcações de dentes multirradiculares. O aumento do ELP no ápice da crista óssea inter-radicular da bifurcação é uma evidência forte de envolvimento de furca.
Alterações na densidade interna e no padrão do osso trabecular: Lesão periodontal pode estimular uma reação no osso adjacente.Mais radiolúcido, mais esclerótico (radiopaco) ou uma mistura desses padrões.Alteração radiolúcida: perda de densidade e número de trabéculas. Trabéculas muito descalcificadas podem não aparecer na imagem, mesmo que presentes.Alteração radiopaca: deposição de osso em trabeculado existente à custa da medula. Trabeculado espesso, e pode ser tão denso que aparece como massa amorfa radiopaca.
ANOMALIAS DENTÁRIAS
Alterações de desenvolvimento
NÚMERO DE DENTES
- DENTES SUPRANUMERÁRIOS
São facilmente identificáveis contando-se e identificando-se todos os dentes maxilares. Mais comum na dentição permanente e pode surgir em qualquer lugar nos maxilares. Geralmente são descobertos nas imagens. Podem erupcionar ou não.
REMOVER OU PROSERVAR: Posição e número. Falta de espaço. Reabsorção radicular de dentes adjacentes. Desenvolvimento de cisto dentígero. Interferência na sequência normal de erupção.
Associados com inúmeras síndromes geneticamente herdadas incluindo displasia cleidocraniana e síndrome de Gardner.
- DENTES AUSENTES (AGENESIA)
Identificáveis fazendo-se a contagem e identificação do número de dentes (não identificável na boca, por meio de imagem e sem histórico de exodontia).
Hipodontia (ausência dentária congénita até a um máximo de seis dentes.)
Oligodontia (ausência de dentes acima do número de seis em relação a arcada padrão.)
Anodontia (ausência completa de dentes)
Uni ou bilateral.
Mais frequente em dentes permanentes.
Quando há falta de decíduo, este é normalmente, um incisivo superior.
Terceiros molares, seguidos de segundo pré-molares e incisivos laterais superiores e incisivos centrais inferiores.
Tratamento ortodôntico: Procedimentos protéticos, Procedimentos restauradores, Implantes osseointegrados.
Pode ocorrer em pacientes com displasia ectodérmica - grupo de enfermidades hereditárias que se caracterizam por desenvolvimento defeituoso durante a embriogênese de um ou mais tecidos de origem ectodérmica.
TAMANHO DOS DENTES
- MACRODONTIA - Dentes maiores que o normal.Causa desconhecida.Frequentemente afeta dente único, dentes individuais contralaterais, ou um grupo de dentes.Podem estar associadas com apinhamento, má oclusão ou impactação.
TRATAMENTO - Ortodontia - Não requer tratamento
- MICRODONTIA - Dentes menores que o normal. Frequentemente, os incisivos laterais e terceiros molares podem ser menores. Pode ter alteração de forma associada. Dentes podem ser malformados. Podem sugerir síndromes (ex: doenças cardíacas congênitas do coração, nanismo hipofisário).
TRATAMENTO – Protético, Restaurador
ERUPÇÃO DOS DENTES
- TRANSPOSIÇÃO - Dois dentes tipicamente adjacentes têm posições trocadas no arco dentário.Os dentes mais comumente transpostos são os caninos e primeiro pré-molar. Não foi relatada na dentição decídua.
TRATAMENTO - geralmente protético para melhorar função e estética.
MORFOLOGIA ALTERADA DOS DENTES
- FUSÃO - união de dois germes dentários adjacentes de dentes em desenvolvimento. Número reduzido de dentes no arco. Mais comum na dentição decídua e nos dentes anteriores.
TRATAMENTO - Quais dentes envolvidos, Sem tratamento, Grau de fusão, Exodontia, Morfologia observada Protético/restaurador.
- CONCRESCÊNCIA - Raízes de dois dentes fusionadas pelo cemento. Os molares superiores são os dentes mais envolvidos. Dentes envolvidos podem não erupcionar ou irromper incompletamente. Exame de imagem nem sempre distingue concrescência e dentes que estão em íntimo contato ou sobrepostos.
TRATAMENTO - Interfere no tratamento somente quando é tomada a decisão de remover um ou ambos os dentes envolvidos.
- GEMINAÇÃO - Um botão dentário único tenta se dividir. Mais frequente em dentes decíduos. Imagens revelam forma alterada dos tecidos duros e da câmara pulpar dos dentes geminados. Câmara pulpar geralmente única e aumentada, podendo estar parcialmente dividida.
- TAURODONTIA - Corpos alongados e raízes curtas.Câmara pulpar alongada e a furcação posicionada mais apicalmente.Mais comum em molares.Não é identificada clinicamente.Facilmente detectável em exame de imagem
Não requer tratamento.
- DILACERAÇÃO - Curvatura acentuada ou suave no dente em qualquer região da coroa ou raiz.Dilaceração radicular não é visível clinicamente.Dilaceração coronária: distorção angular.Em alguns casos, a geometria da projeção pode impedir a identificação de uma dilaceração.
TRATAMENTO - Coronária: Coroas protéticas unitárias.Radicular: Não requer tratamento.Pode complicar exodontias.
- DENTE INVAGINADO /DENS IN DENTE - Invaginação da superfície do esmalte no interior de um dente.Ocorre mais frequentemente nos incisivos laterais superiores.Importância clínica: risco de inflamação pulpar.Tratamento: em geral, restauração profilática no defeito.
- DENTE EVAGINADO - Tubérculo de esmalte na superfície oclusal. Um corno pulpar fino pode se estender para dentro do tubérculo. Desgaste funcional, fratura ou remoção desse tubérculo podem ocasionar infecção pulpar. Tratamento: se houver interferência oclusal ou abrasão pronunciada deve-se removê-lo em condições assépticas.
AMELOGÊNESE IMPERFEITA - Genética. Alterações marcadas no esmalte de todos ou quase todos os dentes em ambas as dentições.Formas da dentina e raiz são normais.Tipo hipoplásico, hipomaturação, hipocalcificação.
TRATAMENTO - restauração da estética e função dos dentes acometidos.
ANOMALIAS DENTÁRIAS
- TIPO HIPOPLÁSICO - Esmalte com menor espessura. Dente cor castanha amarelada. Esmalte pode ser normal, pode estar com aspecto perfurado, rugoso, liso ou polido. Ausência de contatos interproximais é comum. Mais facilmente identificável em radiografias.
- HiIPOMATURAÇÃO - Densidade do esmalte comparada à da dentina. Esmalte com espessura normal, mas é mais macio, podendo se quebrar e se soltar da coroa. Cor: amarela, castanha, branco - clara ou opaca. Dentes “cobertos por neve”: esmalte branco e opaco.
- HIPOCALCIFICAÇÃO - Esmalte pouco mineralizado, sofre fraturas com o início de sua função na boca. Esmalte macio, assim como dentina resulta em dentes com desgastes grosseiros. Manchado ou escurecido, são frequentemente castanho-escuros. Tipo ruído de traça (áreas radiolúcidas no esmalte).
DENTINOGÊNESE IMPERFEITA - Anomalia genética; hereditária. Envolve principalmente a dentina, embora o esmalte possa ser mais fino que o normal. Esmalte frequentemente se parte do dente e as coroas sofrem rápido desgaste.
Dentes apresentam alto grau de translucidez âmbar e várias cores, de amarelo a cinza-azulado.
- Tipo I - Associada a osteogênese imperfeita. Raízes e câmaras são geralmente pequenas e subdesenvolvidas (raízes curtas e finas e coroas bulbares). Obliteração das cavidades pulpares e canais radiculares ausentes ou extremamente finos.
- Tipo II - Semelhante ao tipo I, mas não há defeitos esqueléticos.
Expressão variável e, eventualmente, os indivíduos apresentam câmaras pulpares aumentadas nos dentes primários.
- Tipo III - Câmaras pulpares muito grandes, tornando-os mais susceptíveis à exposição pulpar.Cor rósea dos dentes.
Obs: Em radiografias, tipo I e tipo II são iguais.
Tratamento - Coroas protética normalmente não têm sucesso (falta de suporte radicular). Não é recomendado extrações até os 15 anos (não perder osso alveolar). Em adultos, a extração e reabilitação protética podem ser recomendadas.
DISPLASIA DENTINÁRIA - Anomalia genética e hereditária, parecida com dentinogênese imperfeita.
- Tipo 1 (forma radicular) - Alterações mais marcantes nas raízes (curtas ou de formatos anormais). Obliteração dos canais e câmaras pulpares antes da erupção. Forma e cor normal em sua maioria em ambas as dentições.
- Tipo 2 (forma coronária) - Mudanças nas coroas são mais claramente vistas nos formatos alterados das câmaras pulpares (forma de chama ou retangular). Coroas dos dentes primários parecem ter a mesma cor, tamanho e contorno daquelas na dentinogênese imperfeita. Redução dos canais e câmaras pulpares ocorrem após a erupção (5 ou 6 anos após).
Tratamento - Próteses removíveis. Restaurações. Próteses (coroas)
ODONTODISPLASIA REGIONAL (DENTES FANTASMAS) - Condição rara, na qual esmalte e dentina são hipoplásicos e hipocalcificados em alguns dentes. Dentes são geralmente pequenos, com pontos de coloração castanha, frágeis, mais susceptíveis à caries, fraturas e infecções pulpares. Imagem com aparência fantasma: devido à pouca mineralização dos dentes. Câmaras pulpares e canais amplos; e esmalte tão fino que pode não ser evidente na imagem.
Tratamento - Manter e restaurar os dentes afetados o máximo possível. Dentes não erupcionados devem ser mantidos durante o período de crescimento ósseo. Dentes permanentes seriamente comprometidos podem ter indicação de extração e reabilitação protética.
PÉROLA DE ESMALTE - Pequeno glóbulo de esmalte com 1 a 3 mm de diâmetro que ocorre nas raízes dos molares (contém um núcleo de dentina). A maioria delas se forma abaixo da margem gengival e não é detectada no exame clínico. Formam-se geralmente na região da furca. Não há sintomatologia associada, embora possam ser um fator de predisposição para a formação de bolsa periodontal e doença periodontal subsequente.
Tratamento - Geralmente não requer tratamento. Pode ser removida se sua localização na altura da junção amelocementária for um fator que predisponha à doença periodontal. A possibilidade de que ela possa conter um corno pulpar deve ser sempre considerada.
CÚSPIDE EM GARRA - É uma hiperplasia anormal do cíngulo de incisivos superiores ou inferiores – cúspide supranumerária. A imagem radiopaca da cúspide em garra está sobreposta à imagem da coroa do incisivo em questão. É frequentemente visível na imagem antes da erupção do dente, podendo ser confundida com um dente supranumerário.
HIPOPLASIA DE TURNER - Termo usado para descrever um dente permanente com um defeito hipoplásico em sua coroa. Trauma de origem infecciosa ou mecânica durante o período de formação da coroa do permanente (ameloblastos afetados). Afetam mais os pré-molares. A área hipomineralizada pode sofrer pigmentação. Esmalte irregular. Contorno do dente pode ser alterado. Pode aparecer como uma zona radiolúcida mal definida.
Tratamento - Restauração da estética e função, se os dentes afetados apresentar bom suporte radicular.
SIFILIS CONGÊNITA - Cerca de 30% das pessoas com sífilis congênita têm hipoplasia dentária que acomete incisivos permanentes e os primeiros molares (espiroqueta sifilítico foi identificado no germe dentário. Molares em amora e Incisivos de Hutchinson. As imagens podem revelar as características dentárias de sífilis congênita de pacientes com 1 ano de idade.
Tratamento - Restaurações estéticas podem ser feitas para corrigir os defeitos hipoplásicos caso haja indicação.
ALTERAÇÕES ADQUIRIDAS
- ATRIÇAO - É o desgaste fisiológico dos dentes resultante dos contatos oclusais e incisais entre os dentes superiores e inferiores. Patológica em caso de perda de tecido dentário excessiva. Ex.: bruxismo.
- COROA ENCURTADA - Pode ocorrer redução no tamanho das câmaras pulpares e canais ou obliteração completa dos mesmos (deposição de dentina secundária). Pode ocorrer aumento do espaço do ligamento periodontal e presença de hipercementose. Não requer tratamento, a menos que dentes se tornem sintomáticos ou haja uma questão estética.
ALTERAÇÕES ADQUIRIDAS
- ABRASÃO - É o desgaste dentário não fisiológico em contato com substâncias externas. Lesão por escovação, uso do fio dental, hábito de fumar cachimbo, abrir grampos de cabelo com os dentes, grampos de próteses removíveis etc. Vistas em radiografias como defeitos radiolúcidos nas porções cervicais dos dentes. Formato semicircular ou semilunar bem definido.
Tratamento - eliminação dos hábitos e agentes causadores. Áreas muito desgastadas podem ser restauradas.
- EROSÃO - Resulta de uma ação química que não envolve atividade bacteriana. Causa pode não ser evidente em alguns casos e em outros é obvio o contato do ácido com os dentes. Vômito crônico, refluxo, dieta rica em comidas ácidas, frutas cítricas ou bebidas carbonatadas. As lesões são, em geral, depressões lisas e reluzentes, presentes na superfície do esmalte, na maioria das vezes próximas à gengiva. Melhor detectadas no exame clínico e pode aparecer nas imagens como defeitos radiolúcidos na coroa bem definidos ou difusos.
Tratamento – inclui a identificação e remoção do agente causador. Restaurações previnem danos adicionais, exposição pulpar e aparência desagradável.
- REBSORÇÃO - É a remoção da estrutura dentária por odontoclastos. Classificada em interna ou externa, com base na superfície do dente que está sendo reabsorvida. Podem ser sequelas de infecções crônicas, pressão e função excessivas ou fatores associados a tumores ou cistos locais.
REABSORÇÃO INTERNA - Ocorre dentro da câmara ou canal pulpar e envolve a reabsorção da dentina circunjacente.
Resulta em aumento do espaço da câmara ou pulpar. Pode ter seu início por trauma agudo ao dente, capeamento pulpar, pulpotomia e invaginação do esmalte, dentre outras razões não conhecidas. Aparecem nas radiografias como lesões localizadas, radiolúcidas, de formato redondo, oval ou alongado dentro da raiz ou da coroa, e são contínuas com a imagem da câmara pulpar ou canal radicular.
Tratamento - Depende da condição do dente. Tratamento endodôntico, Retrobturação, Exodontia.
REABSORÇÃO EXTERNA - Os odontoclastos reabsorvem a porção mais externa do dente. Geralmente envolvem raiz, mas também podem envolver coroa de um dente não irrompido. Pode envolver cemento, dentina e se estender até a polpa. Assintomática. Vistas em radiografias mais comumente nas regiões apicais e cervicais e, ocasionalmente, acontece nas porções laterais da raiz.
Tratamento - Remoção dos fatores.Se a área de reabsorção for ampla e estiver em uma região acessível da raiz, a curetagem do defeito e colocação de uma restauração pode ser feita.
DENTINA SECUNDÁRIA - É aquela depositada na câmara pulpar após a completa formação da dentina primária.
Fisiológica ou estimulada (trauma, erosão, atrição, abrasão, cárie de progressão moderada...)
OBS: O termo “dentina terciária” foi sugerido para identificar a dentina que se forma em função de outros estímulos que não o envelhecimento e função biológica normais. Reduz a sensibilidade do dente a estímulos externos. Na imagem, é indistinguível da dentina primária. Sua presença é detectada como uma redução no tamanha da câmara pulpar e dos canais radiculares. Não requer tratamento, por si só.
NÓDULOS PULPARES - São focos de calcificação que se formam dentro da polpa. Podem ser vistos em imagens somente quando têm um tamanho considerável. Não podem ser identificáveis clinicamente. Podem aparecer como massa densa única ou como diversas radiopacidades pequenas. Podem ser redondos, ovais, ou ajustar à forma da câmara pulpar/canal radicular. Podem ter contorno bem definido ou com margem difusa. Não requer tratamento.
ESCLEROSE PULPAR - Outra forma de calcificação que ocorre na polpa. Processo difuso. Fortemente relacionada ao envelhecimento. Não apresenta manifestação clínica. Não requer tratamento. Pode dificultar tratamento endodôntico. Na imagem, vista como uma coleção generalizada e mal definida de finas radiopacidades que se estendem por grandes áreas da câmara pulpar e canais pulpares.
HIPERCEMENTOSE - É a deposição excessiva de cemento nas raízes dentárias.Causa desconhecida mas pode estar associada a dentes extruídos, fraturados, doença de Paget.Não provoca sinais clínicos.Não requer tratamento. Dificulta a exodontia. Na imagem, vista como formação excessiva de cemento ao redor de parte ou de toda a raiz, circundado pela lâmina dura e ligamento periodontal.