Microbiologia Essencial: Bactérias, Toxinas e Controle

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Classificação Bacteriana: Gram-Positivas e Gram-Negativas

A coloração de Gram é fundamental para determinar se uma bactéria é Gram-positiva ou Gram-negativa, baseando-se em suas propriedades físico-químicas.

Bactérias Gram-Positivas

  • Parede celular simples/espessa, com múltiplas camadas de peptidoglicanos.
  • Coram-se em tom azul-arroxeado.
  • Produzem exotoxinas.
  • Maioria não patogênica.
  • Possuem ácido teicoico na membrana.

Bactérias Gram-Negativas

  • Parede celular mais complexa/delgada, com uma única camada de peptidoglicanos.
  • Não se coram (tom róseo-avermelhado).
  • Mais ameaçadoras devido à maior virulência e resistência a antibióticos.
  • Possuem endotoxina LPS na membrana externa.
  • Maioria patogênica.
  • Podem produzir exotoxinas.

Toxinas Bacterianas: Exotoxinas e Endotoxinas

Exotoxinas

  • Alta virulência.
  • Lançadas para fora da célula.
  • Exemplos: toxina tetânica, diftérica, enterotoxinas.
  • Podem ser produzidas por bactérias Gram-positivas e Gram-negativas.

Endotoxinas

  • Baixa virulência.
  • Lançadas dentro da célula (LPS - Lipopolissacarídeo).
  • Localizam-se na camada externa da parede celular de bactérias Gram-negativas.
  • Liberadas após a destruição da bactéria.

Microbiota Anfibiôntica e Patogenia

Microbiota Anfibiôntica

É o conjunto de bactérias que colonizam nossas superfícies corporais.

Mecanismos de Patogenicidade

Sequência de ações que causam a doença, incluindo:

  • Adesão
  • Produção de toxinas
  • Formação de biofilme
  • Destruição tecidual

Controle Microbiano: Definições Essenciais

  • Esterilização: Destrói qualquer forma de vida microbiana, incluindo os esporos.
  • Desinfecção: Destrói as formas vegetativas dos microrganismos, mas não os esporos. Utiliza-se desinfetante.
  • Antissepsia: Destruição de microrganismos na superfície do tecido vivo ou inibição do crescimento. Utiliza-se um antisséptico.
  • Degermação: Remoção mecânica de microrganismos da superfície. Exemplo: lavagem de mãos.
  • Sanitização: Redução microbiana a níveis de segurança. Utilizado em enfermarias, quartos e ambientes hospitalares.

Métodos Físicos de Controle Microbiano

Calor Seco

  • Flambagem/Forno de Pasteur: Leva metal ao fogo; esterilização de vidros e metais.

Calor Úmido

  • Autoclavação/Vapor sob Pressão: Esterilização e destruição de esporos. Procedimento padrão para esterilização de materiais cirúrgicos e de consultório.
  • Ebulição: Apenas desinfecção, não destrói os esporos.

Radiação

  • Radiação Ultravioleta: Uso de lâmpadas germicidas para sanitização de salas cirúrgicas, enfermarias.
  • Raio X: Alto poder de penetração; usado para esterilização de materiais descartáveis (seringas, agulhas, bisturis, sugador de saliva).

Outros Métodos Físicos

  • Vibração Ultrassônica: Não esteriliza, mas limpa o instrumento (ex: remoção de sangue) antes da esterilização.
  • Filtração: Para materiais que não podem ser autoclavados, como plasma e vacinas.

Métodos Químicos de Controle Microbiano

Halogênios

  • Cloro: Purifica água, alvejante doméstico.
  • Iodo: Antissepsia da epiderme, usado antes de cirurgias.
  • Flúor: Antissépticos bucais.

Fenóis e Derivados

  • Álcool: Antisséptico da pele e desinfetante de objetos.
  • Clorexidina: Escovação cirúrgica das mãos, pré-operatório da pele, antisséptico bucal.
  • Bifenóis: Sabões para controle microbiano cirúrgico.

Oxidantes

  • Água Oxigenada: Para antissepsia da pele e lentes de contato.
  • Ácido Peracético: Para desinfetar equipamentos médicos e na indústria alimentícia.
  • Glutaraldeído: Desinfecção de instrumentos.

Gases e Aerossóis

  • Aerossóis: Gases para sanitização de ambientes.
  • Óxido de Etileno: Esterilização de material cirúrgico embalado (luvas, seringas, fios de sutura).

Transmissão Cruzada e Infecções Hospitalares

Transmissão Cruzada

Ocorre quando um profissional de saúde se contamina com um paciente e, subsequentemente, contamina outros pacientes, instrumentos médicos, etc.

Infecções Hospitalares

Infecções adquiridas pelo paciente durante a internação hospitalar ou após a alta, relacionadas aos processos hospitalares. A lavagem de mãos é crucial para prevenir ambos os casos.

Bactérias Anaeróbias: Gênero Clostridium

O gênero Clostridium inclui bacilos esporulados, Gram-positivos, produtores de exotoxinas, que causam infecções exógenas e endógenas.

Espécies de Clostridium e Suas Ações

  • C. tetani: Toxina atua via GABA, causando contrações musculares espasmódicas (tétano, trismo). Prevenção por vacina/soro.
  • C. botulinum: Neurotoxina que provoca paralisia flácida (botulismo) ao bloquear a liberação de acetilcolina. Associado à intoxicação alimentar.
  • C. difficile: Citotoxinas causam diarreia associada ao uso de antibióticos e colite pseudomembranosa.
  • C. perfringens: Produz toxinas e enzimas que causam gangrena gasosa e intoxicação alimentar.

Ação de Antimicrobianos e Testes Diagnósticos

Beta-Lactâmicos e Ácido Clavulânico

Antibióticos beta-lactâmicos inibem a síntese da parede celular bacteriana. O ácido clavulânico, um tipo de beta-lactâmico, é utilizado em conjunto com a amoxicilina para bloquear a enzima beta-lactamase produzida por algumas bactérias. Isso impede que a bactéria destrua a amoxicilina, permitindo que o antibiótico atue.

Princípio do Teste ELEK para Difteria

É um teste de toxigenicidade para detectar a presença da toxina diftérica. Outros exames laboratoriais incluem a coleta de membrana da orofaringe do paciente via swab. Em caso de suspeita de difteria, o tratamento com soro antidiftérico deve ser iniciado imediatamente.

Bactérias Associadas às Infecções do TGI: Enterobactérias

As enterobactérias são bacilos/bastonetes Gram-negativos, não formadores de esporos, com alta quantidade de flagelos, anaeróbias facultativas, presentes no solo, água, vegetais e sistema digestivo. Possuem endotoxinas e cápsula.

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