Mito e Filosofia: Da Explicação Sobrenatural ao Pensamento Racional

Definição de Mito: Narrativas da Grécia Antiga

Mitos são narrativas utilizadas pelos povos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenómenos da natureza, as origens do mundo e do ser humano, que não eram compreendidos por eles. A explicação para estes acontecimentos e fenómenos eram os deuses e as divindades míticas, aos quais eram atribuídos sentimentos, emoções e ambições humanas, como a imortalidade e a omnipotência (poder absoluto). Estes fatos eram considerados o efeito da vontade dos deuses, o que os tornava imprevisíveis.

A Importância do Mito e a Busca por Respostas

O pensamento mítico assenta na explicação sobrenatural do mundo, buscando dar resposta aos problemas e às questões que o universo apresentava. No período mitológico, existiam inúmeras explicações para todas as transformações e todos os fenómenos que ocorriam na natureza. Contudo, com o passar do tempo, tais explicações, baseadas em mitos, deixaram de satisfazer as pessoas devido à sua incoerência. Surgiu, então, a necessidade de obter informações mais precisas e racionais sobre esses fenómenos.

Os Primeiros Filósofos: O Período Cosmológico

Os filósofos pré-socráticos (Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes) marcaram o nascimento da filosofia, inaugurando o período da filosofia grega conhecido como o período cosmológico. Esta designação deve-se ao facto de estes filósofos procurarem compreender a constituição do mundo, bem como os princípios que o regulam e explicam as suas mudanças. O ser humano era visto apenas como um elemento da natureza, e não ainda como o centro de um programa específico, uma vez que os princípios que explicavam o mundo físico também clarificavam a constituição do próprio ser humano.

Mito vs. Filosofia: Principais Diferenças