Modelo Ricardiano: Vantagem Comparativa e Comércio
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Razões para o Comércio Internacional
Os países participam do comércio internacional por duas razões principais:
- Diferem uns dos outros em termos de clima, terreno, capital, trabalho e tecnologia.
- Procuram obter economias de escala na produção.
O modelo Ricardiano baseia-se nas diferenças tecnológicas entre os países, refletidas em distintas produtividades do trabalho.
Este modelo foca nas vantagens comparativas (ou relativas), um conceito central na teoria do comércio internacional. Nele, os países especializam-se nos bens ou serviços que produzem relativamente melhor.
O Conceito de Vantagem Comparativa
Um país possui vantagem comparativa na produção de um bem se o custo de oportunidade da produção desse bem, em termos de outros bens, for menor nesse país do que em outros.
Benefícios do Comércio Baseado na Vantagem Comparativa
- Se cada país se especializa na produção do bem onde tem menor custo de oportunidade, o comércio pode ser benéfico para todos.
- Exportando os bens em que têm vantagem comparativa (menores custos de oportunidade), todos os países podem, em princípio, ganhar com o comércio.
Modelo de Economia com Um Fator
Assume-se produtividade constante do trabalho, modelada pela necessidade unitária de trabalho:
- Necessidade Unitária de Trabalho (aL): Número de horas de trabalho necessárias para produzir uma unidade de um bem.
Os recursos totais da economia são definidos como L, a oferta total de trabalho (ex.: se L = 120, a economia dispõe de 120 horas de trabalho).
Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP)
A FPP de uma economia ilustra a quantidade máxima de um bem (ex: vinho) que pode ser produzida, dada a quantidade produzida de outro bem (ex: queijo), e vice-versa.
Preços Relativos e Oferta
As quantidades específicas de cada bem produzido são determinadas pelos preços.
O preço relativo do bem X (ex: queijo) em termos do bem Y (ex: vinho) é a quantidade do bem Y que pode ser trocada por uma unidade do bem X.
Sejam:
- PQ: preço do queijo
- PV: preço do vinho
- aLQ: necessidade unitária de trabalho para produzir queijo (horas/unidade)
- aLV: necessidade unitária de trabalho para produzir vinho (horas/unidade)
Em concorrência perfeita, os trabalhadores escolherão o setor que paga salários mais altos. O salário por hora no setor de queijo é PQ / aLQ e no setor de vinho é PV / aLV.
A economia especializar-se-á na produção de queijo se o salário no setor de queijo for maior, ou seja, se PQ / aLQ > PV / aLV. Rearranjando, isso ocorre se o preço relativo do queijo (PQ / PV) exceder o seu custo de oportunidade (aLQ / aLV):
PQ / PV > aLQ / aLV => Especialização em Queijo
Inversamente, especializar-se-á em vinho se PQ / PV < aLQ / aLV.
Na ausência de comércio internacional (autarquia), para que ambos os bens sejam produzidos, o preço relativo deve igualar o custo de oportunidade:
PQ / PV = aLQ / aLV => Produção de Ambos os Bens (Autarquia)