Modernidade e Transformações Culturais
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Modernidade e as Transformações Culturais
O século XVIII exigiu a especialização do homem e de seu trabalho, e conclamou que este se libertasse de suas dependências históricas (Estado, religião, moral, economia). Dentre todas essas posições, o homem resistiria a ser nivelado e uniformizado por mecanismos sócio-tecnológicos.
Segundo Simmel, há um profundo contraste entre a vida na cidade e a vida no campo.
O autor afirma que a metrópole extrai do homem uma quantidade diferente de consciência, sendo que a vida da pequena cidade descansa mais sobre relacionamentos profundamente sentidos e emocionais. Ou seja, o homem metropolitano reagiria com a cabeça em lugar do coração. Entende-se, dessa forma, que a pessoa intelectualmente sofisticada é indiferente a toda a individualidade genuína que resulta em relacionamentos e reações que não podem ser exauridos com operações lógicas.
Através da difusão dos relógios de bolso, desenvolveu-se um tamanho controle do tempo sobre os indivíduos, que seria impossível realizar os afazeres típicos dos homens metropolitanos sem essa mais estreita pontualidade. Todo esse controle expresso pela pontualidade, calculabilidade e exatidão é introduzido à força na vida pela complexidade e extensão da existência metropolitana.
Dessa forma entende-se a atitude blasé de determinados indivíduos – e em especial das crianças metropolitanas, quando apresentam comportamento indiferente em relação às novidades do mundo sempre que comparadas às crianças de meios mais tranquilos. Essa atitude, segundo Simmel, é um dos dois extremos do comportamento humano influenciado pela vida moderna, no qual a pessoa, em meio à economia do dinheiro e controle rígido do tempo, mergulha em sua própria subjetividade sem se envolver com o ambiente externo.
Simmel ainda faz uma comparação interessante entre cultura objetiva, que seria a cultura ligada a objetos, coisas, conhecimento, instituições; e a cultura subjetiva, que estaria ligada ao indivíduo. Para o autor há uma diferença grande no ritmo de crescimento das duas culturas. Enquanto a objetiva cresceu grandemente, motivada pela divisão do trabalho e sua crescente especialização, a cultura subjetiva cresceu lentamente ou pode até mesmo ter regredido em certos pontos como ética, idealismo, etc.
Revolução Industrial e Modernidade
A Revolução Industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas.
O que é a Modernidade? Mais do que tudo, a Modernidade é fruto da construção do pensamento humano em relação aos fatos que se desenrolaram no decorrer da História. A modernidade é um período de tempo que se caracteriza pela realidade social, cultural e econômica vigente no mundo. Ao tratarmos da Era Moderna, Pré-Moderna ou ainda a Pós-Moderna, fazemos referência à ordem política, à organização de nações, à forma econômica que essas adotaram e inúmeras outras características.
Os eventos que se iniciaram com a Revolução Francesa foram o ápice da superação do pensamento e das organizações sociais tradicionais que marcaram o período medieval. O rompimento com o pensamento escolástico (método de pensamento crítico ainda ligado aos preceitos da Igreja Católica) e o estabelecimento da razão como forma autônoma de construção de conhecimento, desligado de preceitos teológicos, foram alguns dos primeiros passos em direção à construção do pensamento moderno.
O pensamento iluminista e os pensadores empiristas – que acreditavam que o conhecimento verdadeiro estava na experiência a partir dos sentidos – estabeleceram a razão e a ciência como a forma verdadeira de se conhecer o mundo.
A monarquia francesa foi derrubada diante do fortalecimento dos ideais igualitários e do racionalismo. Fortalecia-se o pressuposto de igualdade (em que nenhum homem estaria acima de outro, nem mesmo o Rei), que, mais adiante, seria o ponto de partida para os primeiros movimentos democráticos nas Américas.
Impactos da Vida Moderna
Dessa forma, entende-se a atitude blasé de determinados indivíduos – e em especial das crianças metropolitanas, quando apresentam comportamento indiferente em relação às novidades do mundo, sempre que comparadas às crianças de meios mais tranquilos. Essa atitude, segundo Simmel, é um dos dois extremos do comportamento humano influenciado pela vida moderna, no qual a pessoa, em meio à economia do dinheiro e controle rígido do tempo, mergulha em sua própria subjetividade sem se envolver com o ambiente externo.
Simmel ainda faz uma comparação interessante entre cultura objetiva, que seria a cultura ligada a objetos, coisas, conhecimento, instituições; e a cultura subjetiva, que estaria ligada ao indivíduo. Para o autor, há uma diferença grande no ritmo de crescimento das duas culturas. Enquanto a objetiva cresceu grandemente, motivada pela divisão do trabalho e sua crescente especialização, a cultura subjetiva cresceu lentamente ou pode até mesmo ter regredido em certos pontos como ética, idealismo, etc.
- “Mundo fenomenal” mais rápido, caótico, fragmentado, desorientador.
- “Turbulência” tráfego, barulho, painéis, sinais de trânsito, multidões que se acotovelam, vitrines, anúncios.
- “Bombardeio de estímulos” A metrópole sujeitou o indivíduo a um bombardeio de impressões, choques e sobressaltos.
A modernidade causou um aumento radical na estimulação nervosa e no risco corporal.
“Medo, repulsa e horror eram as emoções que a multidão da cidade grande despertava naqueles que a observavam pela primeira vez”.
Ansiedade com relação à periculosidade da vida na cidade moderna; choques e sobressaltos nervosos aos quais o indivíduo estava sujeito no novo ambiente urbano.
A era moderna, diante dos conflitos cada vez mais globais, foi marcada pela segregação de classes, indivíduos e, principalmente, de nações. Os Estados modernos, tais como os conhecemos, foram formados a partir dessa lógica de exclusão e inclusão. A busca pela ordem, determinando o que nos é comum e o que não é, tomou forma na segregação de territórios dos países que temos hoje espalhados pelo mundo e espalhou-se por todos os redutos das sociedades modernas. Os conflitos entre ideias socialmente aceitas e tudo o que é diferente foram a marca das sociedades modernas.
Novas Formas de Arte e Expressão
A imprensa ilustrava os riscos deste novo cotidiano e refletia as ansiedades de uma sociedade que ainda não havia se adaptado por completo à modernidade urbana. O início do cinema culminou com esta tendência de sensações vívidas e intensas.
Os irmãos Lumière enviaram ao mundo, a fim de apresentar pequenos filmes, os primeiros registros como um início do cinema amador. “Sortie de l'usine Lumière à Lyon” (“Empregados deixando a fábrica Lumière”, 1895) é tido como o primeiro audiovisual exibido na história, sendo dirigido e produzido por Louis Lumière.
O ilusionista francês Georges Méliès começou a exibir filmes em 1896, quando ganhou uma “filmadora” (cinematógrafo). Ele foi pioneiro em alguns efeitos especiais. Seu filme “Le Voyage dans la Lune” (“Viagem à Lua”, 1902), de apenas 14 minutos, foi, provavelmente, a primeira ficção científica da história.
Nascido na França, no início dos anos 1860, o movimento conhecido como Impressionismo (primeiro movimento artístico) marcou a primeira revolução artística total desde a Renascença. Se separou radicalmente da tradição vigente, rejeitando a perspectiva, a composição equilibrada, as figuras idealizadas. Os impressionistas representavam sensações visuais imediatas através da cor e da luz. Seu objetivo principal era apresentar uma “impressão”, ou seja, representar percepções sensoriais.
O artista fauvista age por instinto (como uma fera), não permitindo que o lado racional interfira na pintura. A principal característica desse grupo é a simplificação das formas e o emprego das cores puras. Exemplo:"A danç" de Henri Matisse.
Os artistas cubistas passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se estivessem abertos e apresentassem todos os lados no plano frontal em relação ao espectador. Existem 2 tipos de Cubismo: Analítico (as formas são em plano frontal e se usa poucas cores) e Sintético (deste método os quadros passam então a integrar objetos comuns, pelo método da colagem, como o papel, cartão, tecido, madeira, corda, entre outros objetos do dia a dia). Exemplo: Pablo Picasso (pai do Cubismo) Obra"Guernic" (analítico) e a obra"A guitarr" (sintético).
Uma tela abstrata não representa a realidade que nos cerca, nem narra com imagens uma cena histórica, literária, religiosa ou mitológica. A principal característica do movimento do Abstracionismo é a ausência de relação imediata entre as formas e as cores representadas e as formas e as cores reais de um ser. Nesse sentido, a pintura abstrata pode ser classificada em: Informal (ou lírica) (as formas e cores são criadas livremente) Exemplo: O russo Kandinsky em"Yellow-red-Blu" e Geométrica (as formas e as cores são organizadas de maneira que a composição resultante é apenas a expressão de uma concepção geométrica) Exemplo: A obra de Piet Mondrian “Composition with Yellow, Blue and Red”.
Expressionismo: No período da história da arte moderna, um grupo de artistas procurou expressar as emoções humanas e interpretar as angústias que caracterizam psicologicamente o homem do início do século XX. É o que chamamos de subjetivismo na arte. Exemplo: A pintura"O grit" de Edvard Munch.
O surrealismo foi um movimento da literatura e das artes plásticas que começou na França, em 1924, sob a liderança do escritor André Breton. Influenciados pelo estudos do subconsciente, do psicanalista Sigmund Freud, a arte surrealista não resulta de pensamentos racionais e lógicos do artista; ela é, isso sim, resultado de pensamentos absurdos e ilógicos, como as imagens dos sonhos.
O principal artista surrealista foi o espanhol Salvador Dali. Ele mesmo admitiu que sua obra era uma loucura: “Como posso querer que meus amigos entendam as coisas loucas que passam pela minha cabeça, se eu mesmo, não entendo?”