Modos de Documentário: Poético, Expositivo, Participativo e Mais

• Poético

O documentário poético transforma a história de uma maneira peculiar. Ele traz um contexto do modernismo, como uma maneira de representar a realidade em fragmentos, impressões subjetivas e ações vagas. O que importa é mais a emoção do que a razão. O fato de não ter uma lógica rígida permite uma maior experimentação. Não há complexidade psicológica dos personagens. Exemplo: Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, documentário que retrata a história de um homem que atravessa o sertão nordestino com o objetivo de verificar a obra de um canal que será feito.

• Expositivo

Traz aspectos do mundo histórico em uma perspectiva retórica e argumentativa, sendo dirigido diretamente para o espectador por legenda e narração. É adotado o comentário com a "voz de Deus". Documentário com imagens que demonstram o que é dito. Exemplo: Notícias de uma Guerra Particular.

• Participativo

Prevê a intervenção do cineasta na cena para dar a sensação de como é estar na situação. Evidencia que a câmera interfere na realidade. Pode-se ver e ouvir o cineasta em ação. Exemplos: documentário sobre Iara Iavelberg (com trechos disponíveis no YouTube) e Cabra Marcado Para Morrer.

• Observativo

É possível entender e olhar a história no momento em que é vivida, como se a câmera não estivesse presente. Transmite a ideia de realidade, com poucos ou nenhum efeito sonoro e legenda. Exemplo: Raça, do cineasta Joelzito Araújo, trabalhado como cinema direto.

• Reflexivo

Questiona o próprio modo como o documentário atua e intervém na realidade. Negando a premissa da capacidade da câmera de representar fielmente a realidade, o modo reflexivo estimula a consciência do espectador a respeito do modo de se fazer documentários. Exemplo: Videogramas de uma Revolução, que explicita os arquivos em vídeo registrados da Revolução Romena em 1989 através da repetição de planos e da didatização dos outros pontos de vista envolvidos neste processo revolucionário.

• Performático

Dá ênfase às características subjetivas das experiências de vida e dos depoimentos dos personagens. Combinação de acontecimentos reais e imaginários, conduzindo o espectador de maneira emocional. Exemplo: Pina 3D.