Mudanças Sociais e Industriais no Século XIX

Mudanças Sociais no Século XIX

As classes trabalhadoras tomam consciência de classe e organizam-se (nascimento de sindicatos, partidos trabalhistas, etc.). Isso permite melhorias sucessivas na situação de emprego. Duas circunstâncias levaram ao fortalecimento da consciência coletiva: forte aumento nos salários e urbanização. O principal instrumento de força era a greve, muitas vezes duramente reprimida pelos empregadores. A consequência direta é a resistência à queda dos salários e a pressão para reduzir o tempo de trabalho. A legislação foi melhorando as condições de trabalho. As melhorias levaram as empresas a cobrir os custos usando novas máquinas e processos, o que, por sua vez, aumentou a produtividade.

Em conclusão, o crescente confronto social, a melhoria das condições de trabalho, aumenta a renda e, portanto, a demanda do mercado e, assim, compensa a queda da taxa de lucro.

Fim da Hegemonia Britânica

O Reino Unido perde força. A produção britânica continuou a aumentar durante o século XIX, mas em menor grau do que o seu principal concorrente, os Estados Unidos. No entanto, Londres continuou a ser o principal centro financeiro do mundo. A libra manteve-se como a moeda de referência. Em 1890, os EUA conquistaram o título de primeira nação industrial do mundo, baseando sua força de capital em vastos e ricos recursos, inovação e um enorme mercado.

As causas do declínio britânico estão enraizadas na incapacidade de lidar com a produção de novas técnicas e organizações.

Avanços na Industrialização Espanhola

A indústria na Espanha surge da mão de instituições públicas e de capital estrangeiro de países industrializados. A burguesia espanhola não apostou na industrialização e na mudança dos meios de produção, ficando para trás em comparação com as economias mais vibrantes da Europa.

• Têxtil: A indústria têxtil desenvolveu-se na Espanha a pedido do capital britânico. Invenção do "Bergadano". A indústria têxtil foi introduzida, principalmente, em áreas rurais, devido aos baixos salários e menor controle de qualidade. Longa tradição na Catalunha. Em Valência, dedicou-se ao calçado.
• Química: Atividade dependente do exterior. Seus produtos, durante a maior parte do século XIX, foram protegidos. Em 1899, em Gerona, instalou-se a fábrica de cimento La Esperanza.
• Ferro e Carvão: O carvão é fundamental no início da Revolução Industrial. Além de ser a principal fonte de energia, é utilizado na siderurgia para produzir aço. O carvão espanhol encontra-se nas bacias de Leão, Astúrias e Palência. No século XIX, teve que competir com o carvão britânico. Desde então, as autoridades têm contribuído significativamente para a manutenção da indústria asturiana. Desenvolveram-se uma série de obras siderúrgicas associadas, como Duro Felguera, Mieres, Fábrica de Trubia ou Zinc Asturias. Para escoar essa produção, foi construída a Ferrovia do Norte, que ligaria Astúrias ao País Basco e a Madrid. Na fabricação de ferro na Espanha, podemos distinguir duas regiões: Astúrias, dedicada à produção de ferro laminado, e Biscaia, dedicada à transformação do ferro.