O Mundo Pós-Guerra Fria: Uma Análise Multipolar
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- Evoluções semelhantes ocorreram na Ásia do Leste. Em 1986, a ditadura de Marcos foi derrubada nas Filipinas e substituída pela presidência de Corazón Aquino, conduzida ao cargo por uma onda de apoio popular. No ano seguinte, na Coreia do Sul, o general Chun deixou o lugar, permitindo a eleição de Roh Tae Wee como presidente.
- Em retrospectiva, dir-se-á que temos tido dificuldade em compreender a profundidade da crise em que as ditaduras mergulharam devido a uma errada crença na capacidade de perpetuação dos sistemas autoritários ou, em termos mais amplos, na viabilidade dos estados fortes. Numa democracia liberal, o estado é, por definição, fraco: a preservação da esfera de direitos individuais significa uma nítida delimitação do seu poder. Em contraste, regimes autoritários de direita e de esquerda têm procurado utilizar o poder do estado para invadir a esfera privada e controlá-la com objetivos vários – seja para obter poderio militar, seja para promover uma ordem social igualitária ou para provocar um rápido crescimento económico. O que se perdia em termos de liberdade individual seria recuperado em termos de objetivo nacional.
- Samuel Huntington - Ao contrário da tese defendida por Fukuyama, o mundo pós-guerra fria não será pautado pela ocidentalização nem por uma civilização universal. De acordo com Samuel Huntington, o mundo pós-guerra fria será um mundo multipolar e multicivilizacional, isto é, a identidade cultural e, a um nível mais elevado, as identidades civilizacionais serão responsáveis pela coesão e pelo conflito no mundo.
- O equilíbrio de poderes entre as civilizações está a mudar: a influência relativa do Ocidente está a decair; as civilizações asiáticas estão a expandir o seu poder económico, militar e político; o islão está a expandir demograficamente e as civilizações não ocidentais estão, geralmente, a reafirmar o valor das próprias culturas. Só se evitará uma guerra global de civilizações se os dirigentes mundiais aceitarem e cooperarem para manterem o carácter multicivilizacional da política global.