A Natureza da Arte na Arte Moderna: Uma Análise Filosófica

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As transformações que ocorreram nas artes a partir do século XX, trouxeram à tona questões difíceis de responder à luz das teorias estéticas tradicionais. Uma dessas questões é relativa à natureza da arte e à capacidade de defini-la. Surge então a estética analítica, com o objetivo de determinar a natureza da arte a partir da arte moderna, visto que esta não obedece aos princípios da arte tradicional. Surge então a necessidade de saber quando é que um objeto se torna uma obra de arte.

A Impossibilidade de Definir Arte

Primeiramente, surge a filosofia de Wittgenstein que nos diz que a linguagem só pode ser explicada através de exemplos. Ele invoca a noção de “semelhança de famílias” para defender que existe uma impossibilidade em definir arte. Influenciado por esta teoria, Morris Weitz acredita que não se consegue determinar a natureza da arte, uma vez que esta é um conceito aberto. Olhando para as diversas obras de arte, não descobrimos um conjunto de propriedades comuns a todas elas. Concluímos então que não podemos colocar a arte num padrão, segundo Weitz estaríamos a fechar um conceito aberto. Weitz legitima que as definições tradicionais de arte estão condenadas a falhar visto que se baseiam num incompreensão do conceito de arte.

A Busca por Critérios de Definição

George Dickie discorda de Weitz, defendendo que é possível dar uma definição nominal que permita aplicar corretamente o conceito de arte. A principal motivação deste filósofo passa por distinguir objetos que são arte daqueles que não são, tratando-se, segundo Dickie, de estabelecer critérios que nos permitam aplicar de forma bem-sucedida o conceito de arte. Para isso, o filósofo evita fazer referências à natureza, função e valor da arte. A teoria de G.D. está em diálogo com a de outro filósofo, Arthur Danto, criador do conceito de “mundo da arte”. Para Danto, definir a arte não é o mais importante, uma vez que as definições são um espelho das obras de arte e, por isso, são insuficientes para as explicar, não as fazem evoluir, não acrescentam nada de novo.

O Papel do Espectador

Uma das questões centrais da estética da comunicação consiste na relação do espectador com a obra de arte, da sua posição no espaço onde se confronta com ela. O espectador tem de afirmar que algo é obra de arte para conferir o estatuto de obra de arte ao objeto que está a visualizar. Daí ser crucial a preparação do espectador. Se este não estiver minimamente pronto para visualizar a obra, vai desvalorizá-la e, assim, retirar-lhe o estatuto de obra de arte.

Arte e Conhecimento

Nelson Goodman é outro filósofo que se preocupa com o valor da arte. Goodman coloca a arte e a ciência no mesmo plano no que toca à aquisição de conhecimento. Ele defende que, através de uma obra de arte, podemos adquirir conhecimento do mundo. Chama a atenção para o facto de ser mais importante dizer o que a arte faz e não o que ela é, uma vez que, para ele, tudo pode ser uma obra de arte.

Os Três Valores da Arte

Por último, é importante salientar que a arte possui três valores:

  • Monetário
  • Ontológico (valor que contribui para passar o excesso de ceticismo)
  • Universal

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