Neisseria meningitidis e Neisseria gonorrhoeae: Características e Diagnóstico

Neisseria meningitidis

1. São cepas não encapsuladas, não formadoras de esporos e não produtoras de hemolisina. A meningite é a manifestação mais comum e mais grave.
2. A presença do microrganismo no sangue causa meningococcemia, com lesões cutâneas hemorrágicas (petéquias) e coagulação intravascular disseminada (CID).
3. Frequentemente, é isolada da uretra masculina, do trato genital feminino e do canal anal. A porcentagem da população portadora sã em áreas endêmicas é variável.
4. Dos 13 sorogrupos conhecidos, os mais comuns são: A, B, C, D e W. O diagnóstico laboratorial pode ser feito através da detecção direta dos sorogrupos, por aglutinação em látex.
5. A coleta é feita de swabs nasofaríngeos e orofaríngeos, sangue, LCR, aspirados e biópsias, e semeadas em meios ágar sangue e MacConkey Thayer-Martin.

Neisseria gonorrhoeae

1. A infecção causada por Neisseria gonorrhoeae no trato genital é denominada gonorreia ou blenorragia e é considerada uma DST (doença sexualmente transmissível). Muitas vezes, são assintomáticas, principalmente em mulheres.
2. Entre as complicações causadas por uma infecção gonocócica, podemos ter: salpingite (inflamação pélvica dos ovários e das trompas de Falópio), DIP (doença inflamatória pélvica), aborto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto, infertilidade, epididimite, prostatite, pielonefrite, miocardite, gravidez ectópica, septicemia, infecção ocular, pneumonia e otite média do recém-nascido, artrite aguda e, raramente, meningite.
3. Neisseria gonorrhoeae pode causar infecções oculares, principalmente em recém-nascidos (oftalmia neonatal), por contaminação no momento do parto. A prevenção de rotina é a instilação de bromato de prata nitrato de prata a 1% nos olhos do recém-nascido.
4. Ao se ter um relacionamento sexual com um(a) parceiro(a) doente, o risco de transmissão é alto. O fato de não haver sintomas, caso da maioria das homens mulheres contaminadas, não afeta a transmissibilidade da doença.
5. O período de incubação é de 2 a 10 dias, sendo a melhor medida de prevenção o uso de preservativo ou higiene após o ato sexual. O tratamento é feito com o uso de antibióticos.
6. O material coletado deve ser transportado em Meio de Stuart ou Amies, semeado em meios seletivos, tais como Thayer-Martin (TM), Martin-Lewis (ML) e New York City (NYC), e incubado em estufa a 35-37ºC, com atmosfera rica em CO2.