Neoliberalismo e a Economia Global: Origens e Impactos

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Falências de bancos e indústrias, bolsas de valores em queda e países com a economia em crise são cenários que observamos frequentemente na atualidade.

Contexto Histórico da Economia Global

A acumulação de riquezas forneceu a base para a Revolução Industrial, desenvolvendo o trabalhador assalariado e o mercado consumidor. As descobertas científicas e as invenções provocaram grande expansão dos setores da industrialização e possibilitaram o desenvolvimento da exportação de produtos.

Grandes corporações multinacionais, industriais e financeiras, começaram a surgir, reforçando-se e crescendo. O mercado mundial estava, então, atingindo todos os continentes. A interdependência econômica entre as nações tornou-se mais evidente após a Quebra da Bolsa de Valores de Nova York (EUA) em 1929. A depressão econômica norte-americana teve consequências negativas no mundo todo. Enquanto isso, a Revolução Russa de 1917 e outras revoluções ocorridas após a II Guerra Mundial retiraram diversos países da inserção direta no mercado mundial. Com o tempo, no entanto, esses regimes passaram a sentir uma crescente pressão econômica e política e foram se abrindo, gradualmente.

Ascensão do Neoliberalismo

Com a Queda do Muro de Berlim, marco da derrocada dos regimes socialistas (totalitários) no leste europeu, esses países seriam incorporados ao sistema econômico mundial nos anos seguintes. A integração da economia global acentuou-se por intermédio da revolução tecnológica, em especial nos setores das telecomunicações e informática (telemática), impulsionada pela internet, que acelerou em muito a integração das atividades econômicas.

Atualmente, há uma política econômica dominante em escala mundial chamada de neoliberalismo, também conhecida como Consenso de Washington. Essa última expressão surgiu durante uma reunião na capital dos EUA, Washington, no International Institute for Economy, quando funcionários do governo norte-americano, de organismos internacionais e economistas latino-americanos debatiam um conjunto de diretrizes para que a América Latina conseguisse superar a crise econômica da época e voltasse a crescer. Era um período difícil para os países latino-americanos, com dívidas externas elevadas, estagnação econômica, inflação crescente, recessão e desemprego em alta. As conclusões desse encontro passaram a se chamar informalmente de Consenso de Washington. Por decisão do Congresso norte-americano, essas medidas foram adotadas como políticas impositivas cada vez que países em situação econômica difícil recorressem a empréstimos ou renegociações para saldar suas dívidas.

Princípios e Características do Neoliberalismo

Posteriormente, as soluções apontadas no Consenso de Washington tornaram-se o modelo do FMI e do Banco Mundial para todo o planeta. O neoliberalismo prega que o funcionamento da economia deve ser entregue às leis do mercado. Segundo seus defensores, a presença do Estado na economia inibe o setor privado e freia o desenvolvimento. Algumas de suas características são:

  • Abertura da economia por meio da liberalização financeira e comercial e da eliminação das barreiras aos investimentos estrangeiros;
  • Amplas privatizações;
  • Redução de subsídios;
  • Redução de gastos públicos;
  • Desregulamentação do mercado de trabalho, para permitir novas formas de contratações que reduzam os custos das empresas.

Neoliberalismo vs. Keynesianismo

As ideias do neoliberalismo contrapõem-se ao Keynesianismo – ideário formulado pelo economista John Maynard Keynes, que defendia um papel determinante e uma presença ativa do Estado na economia como forma de impulsionar o desenvolvimento. Um exemplo da política de Keynes é o New Deal, adotado pelos EUA após a Quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, com maciços investimentos estatais para reativar a economia.

Globalização e Mobilidade do Mercado

Nas últimas décadas, a expansão do comércio global resultou na intensificação do fluxo de capitais entre os países. A busca de maior lucratividade levou as empresas a investir cada vez mais no mercado financeiro, que se tornou o centro da economia globalizada.

A atual mobilidade do mercado mundial permite também que grandes empresas façam a relocalização de suas fábricas – nome que se dá ao fechamento de unidades de produção em um local e sua abertura em outra região ou outro país. Esse mecanismo é globalmente usado para cortar gastos com mão de obra, encerrando a produção em países nos quais os salários são maiores para organizar a produção onde haja menor custo. À medida que as nações vão reduzindo suas barreiras comerciais, a fabricação em qualquer ponto do mundo e a exportação para outros mercados tornam-se cada vez mais rentáveis.

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